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Diário das Sessões do Senado

truícla eni parte, que é a linha de Caci-Ihas, a qual, até agora, tem sido complo-tamente desaproveitada.

Essa linha foi feita com o objectivo de se transferir para Cacilhas o terminus, que hoje é no Barreiro.

Pensou-se na situação do Barreiro. Mas sob o ponto de vista de mercadorias, essa idea está hoje posta de parte.

O Barreiro não está em relação com o tráfego que tem e que poderá vir a ter o Sul e Sueste..

- A linha de Cacilhas e o cais de Cacilhas estão hoje postos de lado.

Para suprir deficiências, tive ocasião de mandar estudar um outro terminus. Mas o projecto a que me refiro era só para o efeito de transporte de passageiros.

Via-se, todavia, já uma situação melhor; essa situação era a do Montijo.

O que se tem como necessário é, pois, ligar as duas margens do rio, simplesmente isso tem de se fazer duma maneira capaz sob os diversos pontos de vista.

Estamos agora em presençc, não só da construção duma ponte, mas também de cais acostáveis.

É sobre este ponto que temos de nos fixar.

Temos já o porto de Lisboa, projecta-se o de Montijo; já houve também a idea, quando se falou da transferência do Arsenal de Marinha para a outra margem, de fazer uni porto em Cacilhas.

Este aspecto do problema, Sr. Presidente, é que tom graves inconvenientes. Não há que tratar de porto, mas sim de ligações.

^Dar a concessEio duma ponte sob que condições? Com o direito à portagem?

Evidentemente podia dar-se a concessão com essa base.

Creio mesmo que, no projecto apresentado aã outra Câmara, é essa a base adoptada.

Em resumo, não querendo tomar tempo à Câmara, declaro que aprovo este projecte na generalidade com a idea de, na especialidade, modificar os respectivos artigos, de forma a conceder-se autorização ao Governo para fazer os estados, abrindo concurso para a construção da ponte destinada à ligação entre as duas margens.

O orador não reviu.

O Sr. Roberto Baptista: — A iniciativa tomada pelo ilustre Senador Sr. Ramos da Costa, de apresentar ao Senado o projecto em discussão merece, quanto a mim, o aplauso desta Câmara.

O projecto interessa sob o ponto de vista económico, sob o ponto de vista da defesa nacional e sob o ponto de vista do futuro desenvolvimento do porto comercial do Lisboa. Sob o ponto de vista económico, desnecessário é apresentar considerações em defesa do projecto, porque essa defesa já foi feita de um modo muito brilhante pelo ilustre. Senador que me precedeu no uso da palavra e eu não tenho à,e contrapor a mais pequena dúvida às considerações de S. Ex.a

Sob o ponto de vista da defesa nacional, quando a mim, este projecto é também muito interessante porquanto permitiria estabelecer a ligação entre as duas margeis do Tejo.

Sob o ponto de vista do futuro desenvolvimento do porto de Lisboa este projecto merece a nossa consideração.

A idea de uma gare marítima em Xa-bregas e de um cais^acostável aos grandes transatlânticos, na mesma zona, calculo eu, interessa de um modo geral a» desenvolvimento do porto de Lisboa, embora eu entenda que neste projecto não se devia fixar a realização dessa gare marítima nem do cais, porque isso são assuntos que, julgo, não estão ainda perfeitamente" estudados, e relativamente aos quais nós não podemos, com ausência completa de informações das estações oficiais, ter uma opinião assente e segura.

Mas, Sr. Presidente, se dou o meu inteiro apoio à iniciativa do nosso ilustre colega Sr. Ramos da Costa, não posso dar a minha aprovação ao projecto tal como se encontra redigido.

E porquê?

Trata este projecto três casos distintos. Estabelecimento dp ligação entre as duas margens do Tejo por meio de uma ponte com dois tabuleiros construída entre Xabregas o Montijo; construção de uma gare marítima em Xabregas, e construção de um cais* acostarei aos grandes transatlânticos.