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•Sessão de 18 de Novembro de 1924

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•condições da que tem o terminus na Ama-

• dora ; na primeira tomava o comboio que me levava para o sul, na segunda começava por andar para o norte.

O Governo há-de certamente estudar o .assunto.

Há a hipótese de Cacilhas também.

Sabem V. Ex.3S, Sr. Presidente e o Senado, que já se gastou muito dinheiro na 'ligação do Barreiro com Cacilhas, e gastou-se mal e imoralmente até, já aqui o -demonstrei.

Ora desde o momento que já se gastou •esse dinheiro —e não fica mal aos engenheiros um erro de engenharia, pelo que •não hca pois mal ao Sr. Ernesto Navarro «rrar agora; desde o momento que se ~te'm continuado a gastar dinheiro e se está •construindo no Alfeite o Arsenal e fazendo muitas casas de operários,

É uma pregunta apenas.

Sr. Presidente: de tudo isto resulta apenas a conveniência de apressarmos a 'ligação, que se está fazendo do Barreiro fpara Cacilhas, e de modo que o passeio que leva três quartos de hora para o.Bar-•reiro, se possa depois fazer em quinze

• minutos para Cacilhas.

Estou convencido de que o país não 'tem dinheiro para satisfazer as fantasias •do Sr. Ramos da Costa, nem as de qualquer outra pessoa, e isto porque vejo que verbas insignificantes votadas pelo Parlamento, como foi aquela- que foi aprovada ^para reparações na ponte de Odemira, na •importância de 30.000$, são reduzidas ao mínimo.

Sobre o assunto, hei-de ter uma conversa com o Sr. Ministro do Comércio.

É bom e é já tempo que deixemos o ar para os aviadores e para os aviões, e que

• nós, Senadores, nos contentemos em estar .aqui a discutir mais terra à terra.

Nestes termos, dou o meu vote à proposta apresentada, há pouco, pelo Sr. Roberto Baptista, e que traduz perfeitamente o meu modo de pensar; isto é, o •'Governo que complete os estudos sobre o •porto de Montijo, que nomeie uma comissão de técnicos a fim de se saber se, técnica ou scientificamente, se deve aproveita esse porto.

O Governo, que conhece as necessidades do tráfego entre as duas margens do Tejo, que conhece a necessidade da sua ligação, o Governo tem que ouvir as comissões de guerra e de marinha^ sobro o assunto; e depois de ele estar suficientemente ponderado, depois de ele ser de tal modo claro que nós não tenhamos nenhuma hesitação em lhe dar o nosso voto de verdadeiros patriotas, depois disso é que o Governo pode contar com o meu voto e creio que com o de todo o Senado.

O Senado, patriota e pacato — sem ofensa—, quere colaborar numa obra verdadeiramente republicana, numa obra conservadora --também sem ofensa—, isto • é, numa obra daquelas que, como diz o ditado, só viva no tempo, por ser feita com o tempo.

Pois façamos nós isto também com o tempo, sossegadamente.

Nós não impusemos ao Sr. Ministro do Comércio a nomeação de qualquer comissão.

S. Ex.a nomeou a que entendeu, como está no sou pleníssimo direito de nomear as que julgue conveniente.

Pois S. Ex.a, auxiliado com o estudo e alta competência das comissões técnicas, que venha um dia aqui ao Senado e que diga: tudo quanto aqui se discutiu sobre a ponte de Xabregas, sobre o aproveitamento do porto de Montijo, conveniências do transportes de passageiros e de mercadorias, tudo isso eu, Ministro do Comércio, sintetizo na seguinte proposta de lei, autorizando uma concessão a determinada companhia para explorar o porto de Montijo. E nessa altura S. Ex.a poderá até nomear outro alto comissário para o porto de Montijo, se não quiser deixar o que está; S. Ex.a acrescentará que, de?de o momento em que é aproveitado o porto de Montijo à face da sciência e das conveniências comerciais do País, está naturalmente indicada a ponte de Xabregas,. pelo que propõe que essa ponte seja construída.

Quando S. Ex.a vier ao Senado com uma proposta de lei dessa natureza, dar--Ihe hei o meu voto; mas por agora não, não há maneira nenhuma de lho poder dar.