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Sessão de 18 de Novembro de 1924

Não podia desconhecer os inconvenientes sob o ponto de vista da defesa da ligação entre as duas margens do Tejo feita entre Cacilhas e Lisboa.

Mas o Sr. Ministro do Comércio fez algumas afirmações tendentes a rebater a proposta de substituição que mandei para a Mes.i, afirmações essas que eu julgo um pouco ousadas.

Disse S. Ex.a que o Senado tinha todos os elementos de apreciação para se poder pronunciar rapidamente sobre o presente projecto, acentuando que o Senado devia tomar uma decisão rápida sobre este assunto.

S.' Ex.a baseou as suas considerações no facto de ter sobre a Mesa um antigo projecto que eu também não desconheço. Baseou S. Ex.a também parte das suas considerações num trabalho apresentado pelo Sr. major Eamos da Casta, em que se salientam as vantagens de defesa militar na ligação das duas margens entre Xabregas e Montijo.

Eu já salientei isso, e pela segunda vez salientei ao Senado que tinha também sobre o assunto a mesma opinião; mas entendo que sobre assuntos de defesa nacional, a opinião individual do Sr. major Ramos da Costa ou a minha opinião não podem substituir a opinião das estações oficiais.

Apoiados.

O Sr. Ministro do Comércio deve ser o primeiro a reconhecê-lo.

Mas há mais.

S. Ex.a disse que temos todos os elementos de apreciação, baseados em vários trabalhos já feitos.

^ Então a ligação das duas margens do Tejo só poderá ser feita por meio de uma ponte ou de um ferry-boat, e não pode ser feita também por meio de um túnel?

«iNão deve este ponto merecer as nossas atenções?

Eu julgo, concluindo e resumindo as minhas considerações, que o Sr. Ministro do Comércio foi além de que devia ir nas suas afirmações.

Foi um pouco audaz, e se na política, às vezes, a audácia dá os seus resultados, em questões de interesse da defesa nacional, a audácia deve ser substituída pelo estudo e pela ponderação, porque se a audácia é apanágio dos fortes, a re-

flexão e o estudo são características dos competentes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Um assunto como este, de carácter técnico, seria ousadia pretender discuti-lo nesse terreno, e tal não farei.

Foi com o maior espanto que ouvi dizer ao Sr. Ministro do Comércio que era preciso resolver depressa.

Ora, nós estamos a fazer perante o País um papel que não é positivamente decoroso e sob este ponto de vista ó que eu pedi a palavra.

Julgo que não é decoroso para o Parlamento dizer-se que ó urgente votar-se um projecto sobre uma ponte sobre a qual nada se, sabe.

É um verdadeiro bluff, que não ó nada sério.

Foi em face das palavras do Sr. Ministro do Comércio, que eu pedi a palavra para lavrar o meu protesto.

Eu não daria, pois, o meu voto a esse projecto; não é porque não ache interessante essa construção da ponte, mas só votaria o projecto depois de saber se se faz ou não esse porto do Montijo.

Julgo, pois, melhor deixar isso para ocasião em que se apresente um projecto de estudo sobre o referido porto e então apreciar-se em conjunto.toda a obra.

O orador não reviu.

Submetido o projecto à votação, é aprovado na generalidade.

Feita a contraprova^ a requerimento do Sr. Afonso de Lemos, verifica-se o mesmo resultado.

Lê-se o artigo 1.°

São lidas várias propostas de emendas.

São admitidas e vão para a Secção.

O Sr. Carlos Costa: — Mando para a Mesa uma proposta de emenda ao artigo 1.° e às bases a que esse artigo se liga.

Admitida.

É a seguinte: