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Diário da» Sessões ao Senado»

Portanto, para já, o que parecia conveniente era que o Sr. Ministro do Comércio mandasse apressar os trabalhos da linha de Cacilhas, a fim de que os passageiros, em vez de atiavossarem o Tejo aos trambolhões, pudessem fazer uma travessia, menos incómoda e mais rápida,

O orador não reviu.

O Sr. Ernesto. Navarro: — Sr. Presidente: pedi a palavra apenas para dar um esclarecimento ao Sr. Afonso de Lemos, que, quanto a mim, continua a ter ideas pouco claras sobre o assunto em discussão, a tal ponto que confunde o porto do Mouíijo com a ponte de Xabregas, quando, aliás, são cousas absolutamente diferentes.

O porto do Montijo é o terminus da linha férrea do Sul e Sueste, qae não dá vazão ao tráfego.

O Sr. Afonso de Lemos:—E e, convicção de V. Ex.a, que eu muito respeito,

.0 Oradcr:—A ponte do Montijo íem que ser a testa da linha do Sul e Sueste.

O Sr,. Afonso de Lemos :—É o modo d© rer de V. Es.3 E tanto não está no espírito de todos,, que o Sr. Ministro do Comércio mandou estudar o caso por uma comissão.

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O Orador: — Não tem nada o porto do Montijo com a ponte, são cousas que têm objectivos diferentes.

O Sr. Miguel Pais, que foi um dos engenheiros inais distintos, se fez aqueles estudos íoi porque considerou praticamente viável a ligação.

Sob o pcnto de vista técnico, o (problema não oferece dificuldades. A dificuldade que pode have.r é sob o ponto de vista financeiro.

Por isso, dou o meu voto no sentido de se estabelecer a comunicação entre as duas margens do Tejo, no sítio em que seja mais conveniente.

Parece-me que não será música celestial que a Câmara se pronuncie sobre a necessidade urgente de estabelecer essa comunicação e estudar o problema a sério.

Com estes esclarecimentos, declaro que-voto a proposta apresentada pelo Sr. Roberto Baptista.

O orador não reviu.

O Sr.. Carlos Costa: — Sr. Presidente: declaro que não estabeleci confusão alguma entre este projecto e um que está na Câmara dos Deputados.

Distingo'perfeitamente os fins a que visam esses dois projectos.

Também me não interessa saber se Montijo será ou não a testa das linhas dos caminhos de ferro do Sul e Sueste. Mas não deixo de reconhecer que, se o não-for, de nada servirá uma ponte ligando-Montijo í\ Xabregas.

Eu continuo a não considerar como boa a idea duma ponte entre os dois pontos indicados, muito especialmente pela sua enormíssima extensão.

Mas sou, como já tenho declarado, apologista da idea de se ligarem as duas margens. Agora quanto ao modus faciendi é que eu não estou de acordo que seja por uma ponte, pelo menos por uma ponte nestas condições. '

Indica também o projecto que a ponte deverá ser feita por uma companhia portuguesa, com capitais portugueses.

Entendo que isso é absolutamente impossível, porque uma obra de tal natureza exigiria um enorme dispêndio de capital., qae mais tarde, se a, nossa moeda se vá • lorizasse, não teria as devidas compensações.

Também não estou de acordo com uma indicação feita sobre a necessidade de s&-descer a 50 metros de profundidade para se fazer a ligação por um túnel, entre as duas margens.

Simplesmente, essa opinião foi dada há perto de 30 anos e todos sabemos que hoje esse género de construções está muitíssimo modificado.

O orador não reviu.