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Diário das Sessões do Senado

dicado— que este assunto é dos mais urgentes.

£ O qae é que fez a Secção por minha iniciativa e do Sr. Herculano G-alhardo •senão juntar os dois assuntos, o do porto do Montijo com o da ponte de Xabregas? E porque é que a Secção fez isto? Exactamente porque, tendo ponderado o assunto, reconheceu que' a aprovação do projecto do Sr. Ramos da Costa, que se refere â Donte de Xabregas, seria uma eon-

ji.

sequência do aproveitamento do porto do Montijo. Ora, desde que o Governo foi autorizado a nomear uma comissão para estudar o referido local sob os vários aspectos, evidentemente estamos a marcar passe. E o Sr. Ernesto Navarro, ainda agorc, ao mesmo tempo que defendia o projecto, fez uma afirmação que era exactamente o que eu tenho pensado, porquanto disse S. Ex.a que a ponte de Xa-breg£s é um «complemento do porto de Mont:jo».

Evidentemente.

•Portanto, S. Ex.a está de acordo com o meu ponto de vista e eu só desejo que •seja trazida aqui uma proposta, devidamente estudada pelas estações competentes, verdadeiramente exequível, à qual estou pronto a dar o meu voto.

O Sr. Procópio de Freitas vai nas mesmas águas.

Estamos, afinal, todos de acordo quanto ao estudo do problema, que, uma vez estudado por quem de direito, será então ocasiUo de o-Parlamento se pronunciar em ••áltima instância.

Parece, portanto, Sr. Presidente, que tudo isto está deslocado, não sei se por capricho se por outra razão qualquer.

Disse há pouco o ilustre Senador Sr. Ernesto Navarro' que a ponte que se fosse construir entre Almada e Santos apenas serviria a urbanização da cidade, a qual não é precisa e até é prejudicial.

Oh; Sr. Presidente!

Aon Senador da ilustração de S. Ex.a parece-me que não fica bem querer fechar a capital à urbanização.

^Porventura podemos reconhecer que em Lisboa há habitações em larga escala, -desde que levámos uns quantos meses discutindo a questão do inquilinato!?

^ | Não seria porventura vantajoso para -todos que passassem para o outro lado tantas e tantas fábricas que se encontram espa-

lhadas pela cidade, mesmo ato porque os operários teriam assim mais higiene e estariam mais afastados dos pontos perniciosos da capital?

Parece-me, Sr. Presidente, que o que estava indicado era facilitar-se-lhes a ida para a outra banda.

Diz o Sr. Ernesto Navarro que a ponte de Almada, ligada a Santos, viria ligar eom a estação do Rossio, com o que se faria a ligação ferroviária com o sul do país.,

Ora, sendo assim, pregunto eu: £não seria uma obra bonita e cómoda o passageiro do sul, chegar ao Rossio em vez de sofrer os trambolhões e enjoos provenientes da travessia do Tejo?

O Sr. Ernesto Navarro (em aparte):— 'Mas isso faz-se pela ponte do Montijo, pela rnesina forma.

O Orador: — Eu falei também com um engenheiro sobre este assunto, que me disses que essa ponte de Xabregas ao Montijo, à altura a que tinha de ficar, não aproveitaria a Xabregas, indo ter ao Arieiro.

O passageiro que quisesse ir para o Alentejo teria de ir ao Arieiro...

O Sr. Ernesto Navarro :—Pelo Arieiro passa o comboio quê sai da estação do Rossio.

O Sr. Carlos Costa (em aparte):—É fácil ver, estudando a carta do estado maior que o terminus dessa ponte é, não é no Arieiro, mas sim na Amadora, pouco mais ou menos.

O Orador: — Eu, se quiser ir para Beja, vou para a Amadora; a não ser que tomasse um avião, tinha de torcer esse caminho para ir para o sul.

Mas, Sr. Ernesto Navarro, tenho feito uma dijunção : ou eu, alentejano da gema, teria de ir à Amadora para depois voltar para Beja, ou, segundo o que V. Ex.a disse, fazendo-se a ligação com a estação do Rossio, iria ao Rossio tomar o comboio.