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Diário das Sessões dó Senado

Esse produto ao ano passado foi de 379 coutos aproximadamente.

Cito o número de memória; não afirmo, portanto, que ele seja o exacto.

Verificou-se que o seu depósito era, no omtanto, no ridículo valor de 1$40!

A empresa ó também obrigada a dar todos os anos uma récita para a Assistência Pública. Mas esta, se acaso é anunciada com rótulo de benefício para a Assistência Pública, nem sempre só sabe quando é realizada, porque o ofício com a respectiva comunicação, se mão chega apenas um ou dois dias antes, chega dií\s depois do espectáculo se ter efectuado e, portanto, sem que se possa cuidar da passagem de bilhetes ou, mesmo, de fazer a respectiva fiscalização o Instituto de Seguros Sociais, a quem o caso interessa mais directamente.

Não se previne o Estado com a devida antecedência, e até por vezes já tem acontecido dizer a empresa ao mesmo Estado que a festa deu prejuízo, mas que, como um acto do filantropia, como uma autêntica esmola a quem lho cede gratuitamente um teatro, resolve a benemérita enviar unia determinada quantia, que qtiási sempre como esto ano, não excede 500$.

A empresa pediu ao Estado para se reduzir o número das suas récitas obrigatórias, por que queria trazer a Lisboa uma companhia do ópera lírica de primeira ordem e grandeza. Pois bem; reduziu--se-lhe o número, e a grande companhia de ópera lírica que veio à capital, sabem S. Ex.as o que foi, porque o verificaram pessoalmente ou pela leitura das críticas acerbas que foram feitas, dando-a simplesmente como detestável e péssima.

E, no emtanto, para esse triste êxito, o Estado desobrigou-a de dar as récitas que o contrato estipula.

i A empresa diz sempre que tem graves prejuízos! Mas os negócios abundam.

Aluga o palco e dependências do teatro, às vezes sem o incómodo de pedir autorização superior, auferindo daí um largo rendimento, e, todavia, o Estado não lacra nada com isso, bem ao contrário, porque somente sofro os prejuízos da deterioração da casa e seus pertences.

A companhia Erico-Lucília foi contratada para o Porto. Pois, para ela sair do Teatro de S. Carlos e ir para o de S. João,

foi preciso que a empresa-deste último pagasse aos concessionários 300$ por dia.

Há pouco deu-se no teatro de S. Carlos uma récita de autores dramáticos.

l Exigiu-lhes a empresa 3.000$ pelo aluguer do teatro por uma noite!

Os estudantes da Faculdade do Direito, segundo um documento que entrou no meu Ministério, vão dar a récita de despedida dos quintanistas no Teatro do S. Carlos. A empresa pediu-lhes 5.000$ para o ceder, o, depois do negócio fechado, voltou atrás, dizendo que, por esquecimento, lhes não falara em que tinham cio dar para a companhia Eriço Braga mais a quantia de 1.000$ ou 2.000$, se não estou em erro, devido apenas à citação do números feita de cor.

O Estado não pode permitir que o seu Teatro de S. Carlos seja assim uma casa de que aufere unicamente prejuízos, donde beneficiam todos em detrimento dos interesses o bom nome do mesmo Estado e do País.

Por isso entendi que era imperiosa e do meu mais rudimentar dever a denúncia do contrato efectuado entre o Estado e a empresa concessionária.

O Sr. Pereira Gil:—Felicito-me-por ter provocado do Sr. Ministro da Instrução as explicações que deu.

O Sr. Ministro da Instrução (Xavier da Silva): —V. Ex.a dá-me licença ?

Há um facto importante que me esqueceu do referir. Um dos motivos fortes que me levaram a rescindir o contrato foi o seguinte: V. Ex.as calculam, como eu, que o teatro de S. Carlos deve valor hoje uns 6:000.000$. Pois a empresa tem-no seguro cm 250.000$. De forma que, se houver um incêndio que o destrua, o Estado perde 5:000 e tantos contos.

O orador não reviti.

O Orador; — A Câmara fica decerto satisfeita com as explicações de V. Ex.a