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Sessão de 25 ds Março de 19È5

direito a querer saber qual é a posição que ocupa no mundo e particularmente na Europa.

Apoiados.

.Fez Portugal um grande sacrifício entrando na guerra; fui eu sempre partidário dessa intervenção; e se o não fez de uma forma rica e de ostentação, fê-lo, pelo -menos, de uma maneira séria e digna para o País. Portugal tem, pois, o direito de tirar desse facto proventos iguais aos que dele tiraram as nações aliadas.

Portugal entrou,na Sociedade das Nações. As publicações da Sociedade das Nações são das mais interessantes; entre elas figura o Anuário Militar,

Tendo-me chegado às mãos esta manhã essa publicação, tive a curiosidade de saber o que ela dizia do nosso País.

E possível que o Anuário Militar não seja conhecido por muita gente. Mas é uma publicação interessante, tratando de cousas militares nos diversos países.

Compreende-se, pois, que era naturalís-simo querer ver o que o Anuário Militar dizia de Portugal. Mas tive o desgosto de verificar que se passava da Polónia para a Roménia, sem a mais pequena re-íerência ao nosso País.

Esta falta, Sr. Presidente, seria dês primorosa por-parte da Sociedade das Nações se, realmente, ela se lhe devesse atribuir.

As minhas informações dizem, porém, Ò contrário; e é por isso que eu pedi a palavra para quando estivesse presente o Sr. Presidente do Ministério, o Sr. Ministro dos Estrangeiros ou o. Sr. Ministro da Guerra.

As minhas informações dizeru-me que o Secretário Geral da Sociedade das Nações pediu para Portugal os elementos necessários, mas que estes não lhe foram enviados. -

j Isto representa, da nossa parte, uma cousa imperdoável!

Apoiados gerais.

É uma cousa inconcebível!

Estou convencido de que nenhum dos Srs. Ministros, cuja presença solicitei, tem culpa de tal facto.

Mas, Sr. Presidente, o problema da situação da nossa política interna há-de ser consequência da política' do mundo, ou então não seremos nação digna de entrar na Sociedade das Nações.

Peço, pois, ao Sr. Presidente do Ministério o lavor de tomar nota destas minhas ccnsiderações e estou convencido de que S. Ex.a terá sentido o mesmo desgosto com o que se passou, que eu senti.

Tenho dito.

O Sr.. Presidente dó Ministério (Vitori-no Guimarães): — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar a V. Ex.a e à Câmara que ouvi com toda a atenção as considerações feitas pelo ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo,,

Disse S. Ex.a que o meu desgosto, em face dos factos apontados, devia ser igual ao seu.

Posso garantir a V. Ex,a que o sinto mnito mais, porque julgava já impossíveis estes factos, que não é a primeira vez que se dão.

Na verdade, passei também já por um desaire na Conferência Internacional de Génova, onde, faltando-me vários elementos de que necessitava, pedi as publicações financeira e económica da Sociedade das Nações, para me orientar.

Reconheci, .porém, que do nosso País nada se dizia coni relação às cousas do Estado, figurando nessas publicações apenas as informações fornecidas pelo Banco de Portugal e pelo Banco Nacional Ultramarino.

Quando, em 1923, tive a honra de ocupar a pasta das Finanças, tomei as providências precisas e fiz todas as recomendações para que esse facto se não repetisse; mas, pelo que vejo, o que se deu comigo repetiu-se agora com o Anuário Militar, devendo suceder ainda o mosmo com as publicações de carácter económico e financeiro. A nossa página continuará em branco.

Mas não foi só em Génova que tal facto se deu.

Na Conferência do Trabalho em Washington repetiu-se ele.

Havia ali indicações de todos os países.

Mas, quando se chegava a Portugal, dizia-se que o nosso País não tinha respondido aos questionários enviados.