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Diário das Sessões do Senadã-

seus merecimentos, pelas suas qualidades de trabalhe e pelos seus grandes serviços à República.

.São essas qualidades que fazem com quo eu dirija a S. Ex.a, que é uni republicano histórico e probo, as minhas sinceras saildações.

Declaro em meu nome pessoal, porque em nome do partido radical não mo compete iíizO-lo, que da minha parte terá sempre um apoio leal. A oposição que tiver de fazer-lhe será moldada nos liui-tes d'i justiça, tendo em vista a estima e respeito "que tenho por S. Ex.a

A proposta de lei pela qual se pede ao Senado a votação dos duodécimos, ni.c se pode negar o voto nesta hora, porque ela é essencialmente necessária ao Governo o ao País; mas de estranhar ó que ao Senado venha esta proposta de lei eo condições dos Sr s. Senadores não terem tempo do a estudar detidamente-.

O Sr. Presidente do Ministério c I'-Ii-nistrc das Finanças, seguindo as picadas dos seus antecessores, trouxe no Parlamento esta proposta de lei, pecindc duodécimos para os três últimos meses do actal ano económico, sem se reportar, todavia, às verbas orçamentais: Só a essas verbas se reportasse, poderíamos, sem preocupação alguma, dar o 3osso voto à proposta de lei em discussão. Encaixar no pedido dos duodécimos autorizações para efectuar determinados pagamentos . obriga-nos a votar coirnanaa morecicamente na honestidade do Sr. Sli-nistro das Finanças, ou a votar olhando atentamente aos números, trazendo-os à discussão até ao ponto que se faz mester e pedindo a S. Ex.íl que retire d?, proposta de lei verbas que nos parecem estranhas.

Emmaranhado e complicadíssimo é todo este dossier que acompanha a proposta da lei. iíão rne é fácil poder agora discutir c assunto, mas à primeira vista ten n u J impressão de que se pretende legalizar ordens de pagamento a determinados S2rvi-ços autónomos, a que talvez não tenham direito.

Algumas preguntas tenho a fazer, assim como desejo reíerir-me ao capítulo dos serviços autónomos dos Correios o Telégrafos.

São as minhas considerações ligeiras e feitas sobre o parecer que transitou da

Câmara dos Deputados para o Senado. E o Sr. Medeiros Franco o relator da proposta e todos nós sabemos que S. Ex.# é um dos mais distintos parlamentares desta Câmara, dotado de grandes recursos de inteligência. E possível que S. Ex.a não tivesse do fazer grande esforço para. responder ao nosso não menos ilustre co-. lega, Sr. Joaquim Crisóstomo, nos ataques quo fez. Todavia, apesar do Sr. Medeiros Franco sor a pessoa quo todos nós. sabemos, certamente que S. Ex.a se veria embaraçado para responder às observações resultantes dum estudo aturado, feito pe*as oposições, à presente proposta de lei. Kão me refiro propriamente aos-duodécimos, porque estes estão fora de-':oda a discussão, por necessários à vida do Governo e do País, mas sim a uma porção de verbas que a proposta contém.

l\ão só trata duma questão de dialéctica, mas de números, e o Sr. relator foi, como os demais Srs. Senadores, colhido-do gurprôsa na Secção.

K ao há, Sr. Presidente, outro parecer quo não beja o da Câmara dos Deputados, parecer que não é inteiramente favorável à proposta. A parte qi:o me interessa, porém, é só a referente à questão dos Correios e Telégrafos.

Desejaria, pois, quo o Sr. Ministro das Finanças me elucidasse acerca da verba inscrita e se ela ó -consentânea com os pagamentos efectuados pelos inimigos das instituições, tanto mais que as taxas postais c telegráficas têm levado ao encarecimento da vida. 'Desejo, emíím, saber qual a importância da verba atingida pela contribuição resultante duma medida, aliás, violenta, mas precisa, aplicada aos inimigos das instituições quo pela terceira vez. invadiram o território de Portugal, para combater o regime republicano.

S::. Presidente: estranho que a Administração Geral dos Correios e Telégrafos, considerada como das mais modelares dentro dos serviços do Estado, venha, pedir reforços de verbas. ,jPois não tem ela autonomia administrativa, gozando da. maior das liberdades, tam grande que-nem admite a intervenção do respectivo Ministro nas suas atribuições? . ;