O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

10

Diário das Sessões ao Senade

O Orador : — Já fechei. .

Na ocasião dei o despacho a esse requerimento para um comício de propaganda eleitoral; e, nó dia seguinte, sabia que um novo requerimento estava a informar na Repartição pedindo para que o Teatro fosse cedido para um outro comício do Partido Republicano Radical.

Entendi, Sr. Presidente —e seV. Ex.as julgarem que eu errei estou pronto a sofrer as consequências do meu acto — que tendo cedido na véspera o Teatro para, um comício de igual natureza, não podia, nesse momento-, rejeitar ou negar o Teatro a uma outra entidade republicana que me pedia o Teatro para um comício idêntico.

Autorizei, portanto, quo o Teatro Nacional fosse, mais uma vez -ainda, cedido, mas no meu despacho exarei que de ora avante, isto é, depois da sua realização, seriam indeferidos todos os pedidos de igual natureza.

Entendi que assim cumpria o meu dever de homem imparcial e digno.

Visto que o precedente estava aberto desde há muito tempo e eu tinha sido "ima das pessoas — embora por ignorância do regulamento—que tinham cedido o Teatro já uma vez, não quis recusar a cedência no dia seguinte, para que ninguém, me supusesse "incoerente ou parcial, dando-o para um comício de propaganda eleitoral da facção política que representa a maioria das Câmaras e recusando-o a um partido que era menos representado nessas mesmas Câmaras, ou que o tinha cedido para um partido que fazia parte do Governo e o ia negar a outro que nele não estava representado.

Aqui tem V. Ex.a as razões por que ainda mais uma vez cedi o Teatro.

T»mho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Dias de Andrade:—Pedi a palavra a fim de chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior para um facto grave passado em Carregosa,concelho de Oliveira de Azemóis, distrito de Aveiro.

No passado domingo um grupo de indivíduos entrou na igreja e na sacristia onde estava o pároco e intimou-o a que entregasse as chaves da sacristia e da igreja, fechando depois as portas.

Isto representa, Sr. Presidente, uma

grave violência exercida contra esse pároco e um atropelo contra a lei.

Sei, Sr. Presidente, quo o Sr. Ministro

Pedia a S. Ex.a que mandasse proceder a um rigoroso inquérito por pessoa que ofereça imparcialidade a todos, a fim de serem punidos aqueles que o devam ser.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultcs;

(Adolfo Coutinho): — Sr. Presidente: não» há no meu Ministério conhecimento oficial desse facto a que se referiu o ilustre Senador Sr. Dias de Andrade, mas isso não impede que eu comunique ao Sr. Ministro-do Interior as considerações que S. Ex.a acaba ds fazer, pedindo-lhe que, por in-termédic do sou delegado em Aveiro, se-proceda a um inquérito a*fim de averiguar se efectivamente houve da parte .de quaisquer indivíduos os desacatos a que S. Ex.* se referiu.

Dado o caso de que os factos se passaram como o ilustre Senador referiu, constituem na verdade motivo para serem submetidos à sanção dos tribunais.

Vou, por consequência, pedir ao Sr. Ministro Ho Interior que mande proceder ao inquérito a fim de depois se actuar con-fôr de justiça.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente : no dia 24 de Dezembro último, salvo erro, foi posta na disponibilidade ama professora do meu concelho.

A monstruosidade do acto ministerial é tamanha e é maior do que o próprio nome da povoação, que é Tamanho.

Uma professora que tinha passado o limite de idade foi à. j unta médica e esta deu a apta para o exercício do magistério.

Mas a política intrometeu-se e talvez entenda que a deve pôr fora daquela escola, à honesta professora, que por vezes tinha recusado receber dinheiro para fazer a permuta com outras que iam satisfazer os interesses, políticos do determinadas-pessoas do meu distrito.