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Diário das Sessões do Senado

Sabemos muito bem o que tem feito o br. José de Castro e toda a sua enorme comissão, com ramificações em toda a parte, & tal respeito.

Tenho assistido ato às sessões em que as crianças vêm com uma pequena pá plantar uma árvore.

Mas, Sr. Presidente, seria muito interessante acompanhar o desenvolvimento das árvores que assim são plantadas.

É belo plantar uma árvore.

Mas não posso deixar do frisar que essas crianças, que se ensinam a plantar uma árvore, são exactamente aquelas que amanhã, aos 15 o 20 anos, as vão destruir.

Vozes: de!

-Não é exacto! Não é verda-

0 Orador: — jDeixemo-nos de ideologias!

Hoje criança, amanhã proprietário, ôsse homem leva até ao excesso o seu direito de propriedade e não quere sombra nos seus terrenos.

Esta ó a verdade!

Tenho assistido várias vezes a factos dessa ordem e com pessoas j4 educadas na escola republicana.

Não apoiados da esquerda.

As palavras do Sr. Gaspar de Lemos mostraram bem a verdade dos factos.

S. Ex.a disse quo não havia horror à árvore, mas depois acrescentou:

E, Sr. Presidente, pela falta de sentimentos, porque não há o respeito geral que devia haver.

O Sr. Gaspar de Lemos: —

O Orador:—Não contesto. Mas o que eu vejo é que, ao fim de tantos anos de culto pela árvore, ela continua a ser destruída.

Atente-so no que se fez em Viseu em que se destruíram árvores na extenção cte 1:400 metros...

O Sr. Oriol Pena:—E como esse caso há muitos mais.

;Fcram 400 árvores cortadas por um. município!...

0 Orador: — Sim, atente-se no caso de> Viseu e nos protestos que elo originou.

jDesenganemo-nos, ÍSr. Presidente!

Podem V. Ex.as pôr em qualquer lei as-penalidades que entenderem, que o corte das árvores há-de sempre fazer-se; não é estabelecendo sanções penais que isso se; evita, porque o acto praticar-se-há clandestinamente.

De resto, no Código Penal há já sanções e apesar disso têni-se praticado insistentemente actos do vandalismo contra, as árvores.

Tenho-me encontrado com processos do ,tal género e nunca se conseguiu averiguar quem fossem os autores do tais façanhas.

(i Mas porque ó que a lei não tem dado-efeito prático?

Sr. Presidente: fazer outra lei é cair no mesmo resultado.

Não é por aí que deve resolver-se o assunto, mas falando ao interCsso do proprietário, confinante da estrada.

Se se aprovasse um projecto pelo qual os proprietários tivessem obrigação do olhar pela conservação das árvores, tirando delas o resultado devido, como se suas fossem, então talvez que alguma cousa se conseguisse.

Doutro modo os vândalos continuarão-na sua obra.

Uma da razões porque pedi a palavra foi para lamentar quo a autonomia administrativa sirva para cobrir a responsabilidade do meia dúzia do pessoas, em actos-como o praticado em Viseu.

1 E traz-so aqui um projecto desta ordem!

Deve-se mandar pedir à corporação-administrativa do Visou quo encarregue-uma comissão do fazer a propaganda das. suas doutrinas arboricidas!

N a minha terra, a gente nova, seguiadc* novos ideais, foi ao jardim público, onde havia plátanos com 70 e 80 anos, e destruiu tudo para fazer um jardim à inglesa.

A fúria da destruição foi até ao ponto de deitar abaixo árvores que tinham levado dezenas de anos a desenvolver.

Não me parece, portanto, que ôsto projecto resolva o problema.'