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Viário das Sessões do Senado

O Orador: — Portanto, Sr. Presidente, Sr. Miuistro e prezados colegas, acabemos com ficções e passemos para t, realidade. Diga se francamente que vamos dar 2.000:000 do libras a Angola.

Muitos apoiados.

Ern visto disto, sabendo nós que estes 140:000 coutos de receitas, por mais que se aperfeiçoe o sistema de cobrança, nunca poderão ser atingidos porque se baseiam, numa cousa inadmissível, sabendo nós que não podemos comprimir as despesas, o dejicit de 00:000 contos tenderá sempre a aumentar em vez de derniiiuir, ^cntfio onde estão as tais receitas gerais quo vão garantir este empréstimo e que garantem os fque já estão leitos?

É preciso olhar para isto com seriedade e saber.

Não é porque eu entenda que só não deva auxiliar Angola, mas não se diga que a vamos financiar. Repito o têriuo. O que aqui temos é urna proposta de de.se.icru-vamento de Angola — e este termo está abaixo daquele que eu devia empregar no Parlamento, uias é um termo ferrovia.-rio—, por um ano, mas não posso deixar de concordar om que é urgente pagar, porqne se deve acreditar o País, qurr seja representado por Angola ou pela Metrópole.

Eeconheço, portanto, a urgente necessidade de acudir a Angola, mas devemos lembrar-nos que vamos emprestar a des-coborto, sem garantias.

£ Porque é que nós vamos fazer tudo c não apenas aquilo quo é mais necessário?

Eu exponho o caso à Câmara, expondo um desabafo, o meu ponto de vista, as minhas dúvidas.

Quero varrer a minha testada, não quero arrepender-me como em 192L, quero sair daqui como Pilatos: lavo do caso as minhas mãos.

Mas eu permito-mo ler à Câmara Gste relato para olharmos para as cousas como deve ser.

Em 1924, por uma nota do Trmps, nós vemos que os acordos da América conio empréstimos do Estado à Alemanha, à França, à Bélgica, cá Suécia, à Trheco-Slováquia, à Yugo-Slávia e até à Grécva, Sr. Presidente, foram abertos créditos numa importância de 421 milhões d u dólares.

£ Por que é que estas entidades,

países encontram o crédito que ó.negado a PorMgal?

is ao. E porque Portugal se apresenta como um ignorante.

O Sr. Querubim Gnimarães:—Como um imbecil com incapacidade administrativa.

O Orador: — Não, Sr. Querubim Guimarães. Não dó outra interpretação às minhas palavras.

Eu lho responderei depois.

Sr. Presidente: quanto a mim uma das grandes vergonhas nossas é a lei u.° 1:131. J Quo triste espectáculo nós damos ao mundo do supor que para obras do fomento, canais, caminhos de ferro, irrigação, despesas de colonização, importâncias que deviam ser amorti/a'as om 30 anos, ILe damos o prazo do GO anos?

Isto é uma pro\a de ignorância crassa, a q.ie eu tenho de me opor não cumo sábio, quo o não sou; mas como estudioso e homem quo mede as suas responsabíli-dades.

Mas esta vergonha cabe apenas ao Par-larni nto o não ao Alto Comissário, pois ele não realizou empréstimos que fossem além de 25 anos.

Não se fez mau uso da lei n.° 1:131; pelo contrária, ou pelas circunstâncias ou por qualquer outra razão, dela não se abusou.

Pode, porventura, tor-so feito mau uso do pro\luto dos cm préstimos, resultado da sua aplicação, não cíe um Orro de concepção mas sim de um erro de informação económica, do informação técnica.

Long-3 de mim a idea de censurar um homem de tam larga envergadura como é Norton de Matos.

Vêm agora as pessoas cujos interesses estão ligados àquela colónia acusar o Estado de comprometer Angola, o Estado quo tanto lhe tem valido.

£ Pois ontão não foi recebido o Sr. Norton de Matos com aclamações a toda a sua obra, a todos os seus projectos entusiasticamente aprovados pelo Conselho Legislativo, .pelo Conselho Executivo e por toda a colónia?