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Sessão dê 9 de Junho de 1925

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O actual Sr. Ministro do Comércio não quis fugir às tradições dos seus antecessores, mas não ficou em muito boas condições.

Eu estava convencido de que, à face da lei, só podiam fazer-se contratos para casos especiais, em que há assuntos técnicos, como por exemplo o ensino de línguas estrangeiras.

Fez-se tudo isso para nomear o Sr. Américo de Castro, que está acomulandò funções.que não lhe são permitidas, pois é ao mesmo tempo Deputado, conservador do Kegisto Civil e professor duma escola industrial, o que me parece de mais para um homem só.

Sr. Presidente: não me move má vontade contra o Sr. Américo de Castro; o que eu desejo é que o Sr. Ministro do Comércio esclareça este assunto, o que talvez possa fazer depois da resolução do tal novo Congresso.

Mas o que é certo é que esta situação não se pode manter; há o prejuízo da boa moral administrativa, que não se compadece com este sistema de interpretar leis.

Está claro que dentro das boas normas quando há uma vaga abre-se concurso e depois nomeia-se aquele que melhores provas apresente. Contratar um professor de língua portuguesa, parece--me estranho.

Estou certo de que o Sr. Ministro do Comércio irá explicar este caso.

Um outro ponto para que eu desejo chamar a atenção de S. Ex.a é do interesse geral e levaria, sem dúvida, a larguíssimas considerações: é o problema das estradas.

Chamar a atenção do Sr. Ministro do Comércio para este assunto, permita-me S. Ex.a que lhe diga, e isto sem qualquer intuito desprimoroso, é o mesmo que querer conseguir, com uma gota de água, um oceano.

Está claro que não depende só de S. Ex.a a solução do assunto, mas o que ó certo ó que tenho visto em várias declarações ministeriais, nesta casa do Parlamento, boas intenções da parte dos homens de Estado em tudo quanto diz respeito a resolver esse problema, e agora que estamos a pouca distância do acto eleitoral é muito boa ocasião de o Sr. Ministro do Comércio ou de o sou sucessor,

quem quer que seja, olhar ainda que seja por pouco tempo paia as estradas.

Ouvi dizer que havia duas propostas para a reparação das nossas estradas: uma da casa Shell e outra da casa Arms-trong. Não sei o que há sobre esse assunto, mas o qne eu posso garantir: a Y. Ex.a ó que as estradas estão que ó uma vergonha.

Há uma estrada na Beira Alta, distrito de Coimbra, que não é o distrito que eu represento, pela qual tive a desgraça de passar num camião no cumprimento dos meus deveres. Pois julguei que era po último dia da minha vida, numa extensão de 13 ou 14 quilómetros em que andei positivamente aos trambulhões.

Imaginem V. Ex.as o que será de interessante para os estrangeiros que queiram passar por esta estiada, que além de percorrer uma região bastante atraente, é muito importante, pois liga Santa Com-ba Dão com vários concelhos como Oliveira do Hospital, etc.

E claro que o Sr. Ministio do Comércio me pode responder:

«Não é necessário citar-me essa estrada porque já tenho diversas vezes percorrido várias estradas que estão uma desgraça, não é preciso ir para muito longe de Lisboa para se ver o estado em que elas se encontram».

No emtanto eu chamo a atenção de V. Ex.a para esta estrada.

Poderia citar muitas outras, mas, se faço referência a esta, é porque tenho ainda muito fresco na memória o que passei quando a percorri.

Desejava chamar a atenção tdo Sr. Ministro da Marinha e também do Sr. Ministro do Comércio, para um outro assunto que eu não sei se estará na sua alçada resolver ou se precisa qualquer intervenção do Poder Legislativo.

Ser-me-ia muito agradável que S. Ex.as emitissem o seu parecer, pois se trata de um assunto .em que não entra política de qualquer ordem.