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Diário das Sés soe» do Senado

rei breve nas minhas considerações e apresentarei com números e com factos, por consequência de maneira irrefutável, a situação vexatória e humilhante em que hoje se encontram os oficiais do exército em relação a algumas classes do funcionalismo civil.

Eu garanto a S. Ex.a que não levarei mais de uma hora, meia hora talvez, fiara fazer as minhas considerações.

Creia S. Ex.a que prestará um bom serviço ao exército e talvez modifique a sua opinião ao ter conhecimento de certos factos e números que apresentarei à Câmara.

Não se pode admitir que funcionários com uma preparação scientífica de dez, onze, doze e treze anos de curso estejam a ganhar o mesmo que pessoas a quem basta saber ler, escrever e contar.

As decantadas regalias apontadas para o exército são uma blague; existiram em tempos mas muitas delas foram tiradas e dadas ao funcionalismo civil.

Sr. Presidente: eu na ocasião oportuna provarei tudo o que digo. Muito me obsequiaria e muito ganharia o bom nome do exército se S. Ex.a se desse por habilitado para a minha interpelação num dos próximos dias.

Eu espero que o Sr. Ministro da Guerra, que embora não conheça por completo tudo o que exporei conhece pelo menos em parte, resolverá com urgência este problema que exige realmente unia solução rápida e quê pode atingir uma gravidade bastante perigosa.

S. Ex.a sabe muito bem o que tem a fazer mas parece-me que a proposta de lei que apresentou na Câmara dos Deputado, mesmo que seja aprovada, do que duvido, não resolverá o problema,

• Não desejo alongar-me mais e termino assim as minhas considerações. ,

O Sr. D. Tomás de Vilhena: —Sr. Presidente: disse o Sr. Presidente do Minis-,, tério que a saída do Sr. Ministro da Guerra foi devida a motivos de ordeai puramente particular.

Nada tenho pois a dizer, estando convencido, porém, de que esses motivos devem ter sido de uma gravidade extraordinária.

A não ser assim, não se compreenderia que um homem de bem, como eu consi-

dero o Sr. Ministro da Guerra demissionário, depois de ter estado algum tempo no Poder e de se terem dado factos de que todos nós desejaríamos umus explicações, não se demorasse mais algum tempo para vir dar esses esclarecimentos.

Nada tenho a dizer senão que lamento que eles se dêem.

Tenho pena que não continue naquelas cadeiras o Sr. Mimoso Guerra, que é um espírito esclarecido com conhecimentos técnicos da pasta da guerra e que nos dava a probabilidade de não fazer política atrabiliária no exército.

Vejo que o Sr. Vitorino Guimarães se resolveu a fazer mais am sacrifício e eu faço votos para que esse sacrifício seja-útil à Pátria e de resultados magníficos para o exército.

Quando eu, da outra vez, falei sobre a apresentação do Sr. Mimoso Guerra como Ministro 'da Guerra, o Sr. Vitorino Guimarães ficou um pouco alarmado por eu ter pedido que só não fizesse política republicana no exército. Pois, apesar disso, eu" continuo a fazer votos para que S. Ex.a, neste pequeno lapso do tempo em que terá de desempenhar o lugar de chefe supremo do exército, Qão faça política republicana, mas sim política militar.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas:—Em face da declaração, feita pelo Sr. Presidente do Ministério, de que assumiu interinamente a gerência da pasta da guerra, nenhumas considerações farei. Limito-me a apresentar os meus cumprimentos a S. Ex.a e a desejar-lhe todas as felicidades durante o período, que creio será curto, em que estiver à frente do exército.

O Sr. Cunha Barbosa: — A minoria católica, tomando conhecimento da declaração do Sr. Presidente do Ministério sobre a demissão do Sr. Ministro da Guerra, não discute o facto, por S. Ex.a declarar que derivou de razões particulares, e limita-se a cumprimentar o Sr. Presidente do Ministério por ter assumido essas novas funções.

O orador não reviu.

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