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Sessão de'19 de Junho de 1925

lho ' dirigir algumas palavras que tinha tenção de dirigir ao Sr. Ministro ia Guerra demissionário, solicitando para isso a sua presença nesta Câmara.

Pretendo solicitar de S. Ex.a que empenhe os seus esforços no sentido de que no corrente ano se possam realizar algumas escolas de repetição ou manobras de armas combinadas na região da nossa de-íesa concentrada. Lembro que há muitos anos não se faz a prática da guerra nos • nossos terrenos. Os oficiais devem estar necessitados dessa prática. Como as promoções realizadas nestes últimos anos têm sido em grande número, muitos ofiV ciais que actualmente devam comandar unidades táticas em campanha nunca tiveram ocasião de conhecer as regiões importantes da nossa defesa; e se têm a prática da guerra da Flandres, mio têm conhecimento da topografia do nosso país.

Ora a prática de tais exercícios facilita o conhecimento tático dessas regiões, dando a perceber as modalidades que melhor aproveitam em cada uma: o que é necessário saber-se, e o que se aprende experimentando as operações de guerra no próprio terreno.

E, Sr. Presidente, posso afirmar a V. Ex.a que há regiões importantes do nosso país onde nunca se fez exercício algum de tática, estando-se longe de conhecer essas regiões que são difíceis na sua modalidade porque a topografia ó bastante diferente da que vulgarmente é conhecida . pela denominação de Península de Torres Vedras.

Si\ Presidente: devido à minha situação e porque o assunto é melindroso, não me alongarei em pormenores, mas, como tenho de abandonar esta Câmara muito breve, pela terminação do meu mandato, e *por entender que o não devia fazer sem que proferisse estas palavras, julgo ser. boa esta oportunidade para isso.

Terminando, Sr. Presidente, torno a-repetir a V. Ex.a que tinha pedido a palavra para cumprimentar o Sr. Ministro. . da Guerra, estando certo de que estas^ minhas considerações, que a propósito fiz, calarão no ânimo de S. Ex.a, para que se consiga o desifleratum de que algumas manobras se realizem no próximo outono em regiões convenientes da nossa defesa concentrada.

O orador não reviu.

. -'P:Sr. Presidente dcT Ministério, Ministro das Finanças e interino da Guerra (Vitorino Guimarães):—Sr. Presidente: pedi a palavra para agradecer ao Senado as palavras'amáveis1 que tiveram a bondade de me dirigir a respeito da minha substituição interina na pasta da Guerra, que será de pouca duração, porque lego que esteja resolvida a questão política ou o Governo seguirá o1 caminho que lhe indicar o Congresso ou terá de prover imediatamente a pasta da Guerra.

A propósito, desta apresentação, apesar de ser uma interinidade, o Sr. Rcimos de Miranda fez algumas considerações de ordem militar.

Com muita pena não posso responder agora a essas considerações, porque está interrompida a sessão -da Câmara dos Deputados, onde está em discussão'o debate político e ele não se pode realizar sem a minha presença; portanto terei de ser breve, e noutra ocasião virei ao Senado para falar sobre vários assuntos que aqui se ventilaram. • Quanto ao ilustre Senador Sr. Mendes dos Eeis, devo dizer a S.. Ex.a que escusava de expor a situação em que se encontra o exército, porque a conheço perfeitamente.

Efectivamente é necessário melhorar as condições desses •funcionários, mas antes disso é necessário arranjar as receitas respectivas. Vj ,• "Aumentar'o fabriro de notas do Banco de Portugal é que eu não farei..

Haja o que houver, é preciso falarmos claro.-' W Ex.a o que quere é que não se reduza os que têm e se aumente aos que • não têm. . .

' O Sr. Mendes-dos Reis.:—^.Porque é que V. Ex.a como Ministro das Finanças não cria mais receitas?

•O Orador:—E preciso que tenhamos-a responsabilidade das palavras que proferimos -e das consequências que elas podem ter.