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Sessão de 17 de Julho de 1925

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A essência dessa moção é de uma clareza extraordinária. Todos os partidos, que já foram Governo reconhecem que estão fatigados, e que há um partido que está pronto para a prova, que precisa governar. " Isto é que é o principal.

A. segunda parte, a desconfiança, é uma consequência da primeira. ^Como é que esses partidos, que votaram a moção, vêm agora com uma declaração de voto dizer que só votaram a desconfiança ao Governo ?

Isto é ridículo e ó espantoso.

Nada tenho com isto; acho graça a tudo isto. Continuem assim, isso é que eu quero.

Viva a Pátria.

O orador não reviu.

O Sr. Catanho de Meneses: — Como V. Ex.% Sr. Presidente, e -a Câmara têm observado, tenho-me conservado silencioso até agora perante esto debate, tam aceso, em que as paixões se têm entrechocado de forma tal que é preciso que a verdade seja absolutamente restabelecida.

Ainda bem, Sr. Presidente, que pelas minhas condições pessoais, quere dizer pela minha idade, pelo modo por que muitas vezes tenho mostrado, nesta Câmara que sei encarar as questões desapai-xonadamente, com aquela tranquilidade, seriedade e conveniência que os meus cabelos brancos exigem, ainda bem, Sr. Presidente, que deixei correr toda esta discussão até agora para que, com o meu espírito inteiramente tranquilo e com a minha consciência perfeitamente sossegada, possa dizer o que sinto e penso a respeito do assunto, que está em debate.

Sr. Presidente: nas afirmações que aqui tenho visto repetir por Senadores que não pertencem ao Partido Democrático, há esta que é fundamental: é que a moção aprovada, segundo me consta, na Câmara dos Deputados não significava de maneira alguma uma pressão ao Chefe do Estado, e que, pelo contrário, a moção apresentada por este lado da Camará, principalmente a 'que foi mandada para a Mesa pelo Sr. Vicente Ramos, representava uma pressão ao Sr. Presidente da República.

Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, e veja a Câmara, a contradição entre estas duas

afirmações.

Votou-se, nada mais, nada menos, que um conselho dado à Presidência .'da República, para que o Partido Nacionalista fosso chamado ao Governo e apresenta-so em circunstâncias momentâneas de maioria, dizendo: nós maioria, o Parlamento, aconselhamos ao Chefe do Estado, quo nos chame para governar.

Ora eu peço que me digam se quando uma maioria, quo se impôs agora por um número de oito ou nove votos, se dirige ao Chefe do Estado nestas circunstâncias, isto não significa somente: mande-nos V. Ex.a uni Governo Nacionalista quando não teremos oposição:

Um partido quando quere afirmar qualquer idea deve. dizê-lo em termos claros, expressos, sem rodeios. E V. Ex.as não o hão-de negar, como também o não negará o Sr. Afonso do Lemos a respeito da imposição ao Chefe do Estado.

Portanto, pois, ela maioria, manifesta o seu triunfo,cheio de glória porque vê o ilustre Sr.'Mendes dos Reis, aliás pessoa cordata, afirmar que o Governo está morto, que o Governo está benj morto.

Isto parece significar que o empenho do Partido Nacionalista ó que todo o Governo, que não seja nacionalista, morra.

E entfto o Sr. Augusto de Vasconcelos antes que o Sr. Presidente da República resolva sobre o assunto diz, numa moção mandada para a Mesa, qual o responso que se está a cantar sobre o túmulo do falecido Governo.

Sinto profundamente, Sr. Presdente, quo, como Senadores, com a nossa missão perfeitamente aparte da dos Srs. Deputados, comecemos por proferir quaisquer palavras que amesquinhem a nossa função de Senadores. O Sr. Augusto de 'Vasconcelos com aquela sua linguagem fácil mas penetrante, muito subtilmente vai dirigindo para este lado da Câmara as suas vistas operatórias; e, com as picadas do bisturi com que nos vai mimo-seando é possível ato que S. Ex.a julgue que está sendo de uma extrema amabilidade para connosco.