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15 DE JULHO DE 1971 931

ma-se de 200 milhões de libras. Para as construções escolares do ensino superior as subvenções são superiores a 150 milhões de libras.
Até há pouco, a U. G. C. limitava-se a conceder os créditos e a verificar as contas. (Actualmente aconselha as Universidades e escolas superiores, limitando as subvenções a alguns sectores científicos. Como já existem Universidades e colégios de tecnologia totalmente a cargo do Estado, prevê-se que em breve as escolas superiores britânicas venham a ter a sua autonomia reduzida, tanto mais que a U. G. C é hoje um organismo burocrático integrado no Ministério da Educação e da Ciência.
A orientação em favor da interferência, do Estado é manifesta no facto de a U. G. C. ter reduzido os créditos para as Universidades tradicionais, sob pretexto de que as Universidades novas têm de absorvei parte dos estudantes que pretendem entrar nas de Oxford e de Cambridge e em cujos colégios não encontram lugares.
As Universidades britânicas são frequentadas por mais de 130 000 estudantes. Nenhuma delas tem no entanto mais de 20 000 alunos.

47. As escolas pedagógicas superiores britânicas eram em número de 146 (98 a cargo das autarquias locais e as outras particulares) quando da publicação do Relatório Robbins. Tinham então (1963) cerca de 50 000 alunos. Actualmente têm mais de 80 000.
O Relatório Robbins chamou a atenção para a importância da formação pedagógica dos professores de todos os graus de ensino. Este facto deve ser considerado significativo, porquanto na Inglaterra tem sido considerada "ridícula" a preocupação escocesa de preparar professores, mesmo para o ensino superior. Algumas dessas escolas normais foram integradas nas Universidades e concedem o título de Bachclor of Education (B. Ed.).

48. Mas a maior ênfase do Relatório Robbins dá-se sobre a importância primordial que a Grã-Bretanha tem de dar ao ensino tecnológico, se não quiser perder irremediàvelmente a sua posição de potência industrial.
Considera-se hoje que é impossível o desenvolvimento tecnológico sem escolas de vários graus de ensino e sem laboratórios de investigação I & D (Investigação e Desenvolvimento), tanto das indústrias como do Estado.
Até 1820 a preparação do operário britânico era feita por aprendizagem junto de um mestre na arte ou no oficio.
A definição de arte era a mesma que vinha da Renascença (e, porventura, da Idade Média) já atrás referida:

A arte é o conjunto dos preceitos universais, verdadeiros, úteis c concordantes, que tendem para um e mesmo fim.

O impulso decisivo dado pelos Ingleses à indústria de construções mecânicas a partir do século passado - que tem como protótipo o aperfeiçoamento da locomotiva a vapor e o desenvolvimento do caminho de ferro -, foi obra de autodidatas.
A partir de 1820 algumas instituições culturais promoveram conferências para esses autodidatas, logo seguidas de pequenos cursos nocturnos para operários. Depois apareceram, os cursos de tempo parcial. Os lucros da Exposição Universal de Londres (1851) foram destinados à criação das primeiras escolas técnicas dignas deste nome.
Logo a Alemanha tomou a dianteira, ampliando a rede de escolas de ensino técnico, algumas com ensinos em regime de tempo integral, o que foi considerado inovação Perigosa, porquanto se reputava que a formação dos operários só se podia fazer em cursos chamados, como já se disse, Sandwich courses: trabalho-escola-trabalho.
A Alemanha adoptou nos seus cursos de tempo integral o regime de oficinas privativas, misturando os trabalhos oficinas com o ensino de disciplinas.
A primeira lei importante publicada na Grã-Bretanha em favor do ensino técnico foi a de 1889, que autorizava as autarquias locais a cobrar um imposto especial para manter o ensino técnico. Este foi-se impondo e depois da Grande Guerra já eram numerosos os institutos de tecnologia que concediam os Higher National Certificatte, alguns dos quais considerados, pela C. N. A. A., como equivalentes a títulos universitários concedidos após três anos de estudos superiores.
Hoje, os institutos tecnológicos britânicos, contando neles os doze que foram incluídos nas Universidades ou foram o embrião de novas Universidades - chamadas de "tijolo vermelho" -, preparam uma mão-de-obra qualificada, em número elevado, sem qualquer comparação na Europa. Em honra da grande nação industrial que é a Grã-Bretanha, registam-se aqui duas percentagens:

30 por cento dos estudantes universitários são oriundos de famílias de recursos reduzidos;
75 por cento da população escolar dos colégios da further education (universitários, superiores e médios) têm a mesma origem social.

49. Em Maio de 1966 o Governo Britânico anunciou que, na esteira das recomendações do Relatório Robbins e dos anseios de promoção social, poderia autorizar, com base em pareceres da C. N. A. A., que alguns dos Colleges of Advanced Technology pudessem ser considerados como institutos de ensino superior. Nesse caso, poderiam designar-se como politécnicos 25.
A subida de nível de algumas escolas registou-se também na promoção de "colégios de tecnologia" a "colégios de tecnologia avançada".
Algumas das mudanças de nomes só entrarão em vigor no ano lectivo de 1971-1972, porquanto o Governo exigiu instalações residenciais e oficinais melhoradas.
Os defensores das prerrogativas das velhas Universidades consideram todas as providências decretadas em favor da promoção social dos oriundos do ensino técnico como puramente demagógicas e contrárias à formação do gentleman britânico, considerado como protótipo do "homem-bem".

50. Foram quatro as razões que levaram à criação dos institutos politécnicos britânicos:

1.ª Alargar o número de centros de formação da mão-de-obra de alto nível, necessária às tecnologias e às suas gestões;
2.ª Fomentar a qualidade da produção da indústria britânica pela melhoria dos seus dirigentes, visto que, tradicionalmente, os diplomados universitários não seguem, em geral, profissões fabris;
3.ª Valorizar os diplomas técnicos de vários graus, dando aos seus diplomados possibilidade de acesso a um grau académico superior e perfei-

25 Cf. Higher Education in United Kingdom (published for the British Council); El problema tecnológico de la Gran Bretaña (M. Ed. Nac. Madrid. 1958); Momento actual de la Enseñanza Superior en Gran Bretaña - Una reforma en marcha (in "Hojas informativas dei M. Ed. y Ciência", n.° 121, 1970). Comparar com Colm Brogan, The Educational Revolution (London, 1954); University Choice, ed. Klaus Bochm, Pelican Book, 1966.