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22 DE FEVEREIRO DE 1947 615

[Ver Tabela na Imagem]

Em 1946 acentua-se, pois, a tendência que já em 1944 começou a manifestar-se para o regresso da balança comercial ao seu aspecto anterior à guerra.
O excesso do valor das importações sobre as exportações atinge, até Outubro, 1 :160 milhares de contos.
A tonelagem sobe, nas importações 44 por cento e na exportação 47 por cento, ao passo que os valores sobem, respectivamente, 52 por cento e 39 por cento. Quer dizer que na importação aumenta o valor por tonelada, ao passo que na exportação se verifica o contrário, sendo aproximadamente de 5 por cento a amplitude de um e outro movimento, mas ambos traduzem, não apenas alteração de custos, mas sobretudo alterações na composição do comércio.
Na importação, os maiores aumentos em relação a 1945 notam-se na classe li - matérias-primas -, com 51 por cento, e na classe IV - máquinas, aparelhos, etc.-, com +166 por cento, mas tanto em uma como em outra se nota baixa do valor unitário - 6 por cento nas matérias-primas e 49 por cento nas máquinas, etc. -, ao passo que se nota agravamento no custo das substâncias alimentícias e, sobretudo, das manufacturas diversas.
E certo que dentro de cada classe haverá também alterações de composição que podem, tanto como as de preços, explicar a variação do valor por tonelada, mas os números expostos são suficientes para verificar que o aumento do custo da tonelada importada se dá com um aumento de tonelagem e diminuição do valor médio, tanto das matérias-primas como das máquinas e veículos. Quer dizer, .às maiores, embora ainda insuficientes, possibilidades do mercado internacional, corresponde a intensa procura do País para aumento da sua actividade e capacidade de produção.
Os stocks e equipamentos tendem a reconstituir-se e o abastecimento em matérias-primas melhora, dominando o movimento da importação, visto que, com menor valor unitário, lhes cabem em conjunto 67 por cento do valor total, contra 60 por cento em 1945.
O natural reforço deste movimento deverá - através de movimentos intermediários e secundários, que não deixarão de analizar-se a seguir - fazer diminuir o poder de compra livre e o peso relativo do meio circulante.

Se no quadro n.° 3 verificarmos o movimento em 1946 das contas com influência na emissão, veremos que, ao passo que diminuiu sensivelmente o aumento da conta de ouro e disponibilidades em moeda estrangeira, a carteira comercial e empréstimos e os depósitos no banco emissor tomam de novo um lugar entre os elementos determinantes do aumento de circulação de notas.
Só as rubricas de «Diversos» e «Depósitos do Tesouros acusam excesso de entradas sobre saídas de notas e, portanto, são factores de diminuição da circulação.
Pode parecer que estes números revelam o início de um aumento da circulação devido a causas internas e que, pondo em acção poder de compra em potência, pesará sobre o mercado.
Trata-se, porém, apenas de um fenómeno de transição, em que já sã desenham, como vamos ver, os movimentos fundamentais para que tende.

3. Durante o ano de 1946 são os seguintes os movimentos, em milhares de contos, dos depósitos bancários (total, excluídos os depósitos de bancos o banqueiros no Banco de Portugal e Caixa Geral de Depósitos), carteira