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608-(30) DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 144

[ver tabela na imagem]

Os valores, se não forem actualizados, não nos dão ideia da evolução, mas o exame dos pesos, sobretudo quando distribuídos pelas diversas classes, mostram a actividade do País.
É, na verdade, notável a pequena ascensão das importações desde 1929 - umas 700:000 toneladas a mais, se forem tomados os números de 1950. No princípio da guerra os números eram idênticos.
Nas exportações o fenómeno ainda é mais saliente, porquanto, se forem tomados os números de 1929 e 1949, a diferença nas quantidades exportadas é apenas de 16:000 toneladas.
Em 1950 deu-se um desenvolvimento grande na exportação, que subiu cerca de 500:000 toneladas em relação ao ano anterior. E os números provisórios de 1951 acentuam este aumento. Os valores da exportação, neste ano, subiram muito. O fenómeno de 1950, acentuado em 1951, derivou de causas externas e não tem relações com a produção interna. Apenas mostrou a vulnerabilidade dos produtos da exportação nacional e uma vez mais indicou que se torna necessário variar a produção, e não repousar apenas sobre certo número de produtos exportáveis em escala adequada e a bons preços em épocas de crise.

61. As importações diminuíram em 1950 em relação a 1949. Os decréscimos deram-se principalmente nas matérias-primas e em máquinas e aparelhos, como se verifica no quadro a seguir transcrito, em percentagens e milhares de contos:

[ver tabela na imagem]

A economia feita em moeda nacional andou à roda de 1:200 mil contos. Mantiveram-se os valores da importação das substâncias alimentícias - ainda houve um pequeno aumento em relação a 1949. Considerando as favoráveis condições agrícolas, este pequeno aumento parece traduzir maiores consumos, o que é de facto um bem. Contudo, deve dizer-se que o País tem condições de sobra para reduzir a importação de substâncias alimentícias e pode aumentar até em larga escala a sua exportação. As percentagens indicam que um quarto das importações nacionais é constituído por alimentos.
E pena terem diminuído as importações de máquinas e outros instrumentos produtores. Como se sabe, esta rubrica é fortemente influenciada por veículos e barcos.

Balança comercial

62. Desde 1939, o primeiro ano de guerra, a conta da balança comercial acusa um deficit total de mais de 20 milhões de contos, números redondos.
Os saldos negativos atingiram 23 milhões e os positivos 2:650 mil contos. São números globais que nos dão a ideia da balança comercial. Na verdade, o deficit em escudos de 1949 foi bastante maior se forem corrigidos os valores pelo coeficiente de desvalorização do escudo.
Mas na sua forma simples eles dão ideia da grandeza do problema.

O quadro que segue exprime os deficits:

contos
1939 ......... - 742:000
1940.......... + 945:000
1941 ......... + 504:000
1942 ......... + 1460:000
1943 ......... + 694:000
1944 ......... - 754:000
1945 ......... - 819:000
1946 ......... -2.273:000
1947 ......... -5.155:000
1948 ......... -6.056:000
1949 ......... -4.953:000
1950 ......... -1.482:000
Total dos saldos negativos 23.179:000
Total dos saldos positivos 2.658:000
Deficit ............ 20.521:000

Não é o deficit que assusta neste conjunto de grandes cifras, considerada a relatividade e pequenez do comércio externo em relação a outros países. O comércio externo deve tender a aumentar, tanto nas importações como nas exportações, e não há vantagens de natureza interna que aconselhem uma balança de pagamentos fortemente positiva numa série de anos. O que se torna