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28 DE MARÇO DE 1902 608-(73)

versos projectos, tanto de hidráulica "agrícola como de energia. A obra mais interessante e dispendiosa realizada neste aspecto em 1950, e que pode ter largas repercussões no futuro, é a do reconhecimento e estudo definitivo fia albufeira do Degebe, a que se aludiu já em pareceres anteriores.
Haviam sido reconhecidas as suas possibilidades como instrumento de rega do Baixo Alentejo o pediu-se o seu estudo, de modo a verificar-se o alcance dessas possibilidades no ponto de vista, de capacidade útil da albufeira. Os resultados a que se chegou, depois de levantamento topográfico adequado o dos estudos dos materiais de construção para uma possível solução de barragem mista - terra e enrocamentos, semelhante à de Vale de Gaio -, foram, em súmula, os seguintes, na base da cota do leito do rio de 107 metros:

[ver tabela na imagem]

Tão larga capacidade, com altura de barragem relativamente pequena, mostra as imensas possibilidades da albufeira, sobretudo quando se considera a sua situação geográfica, numa zona muito necessitada de água.
Por si só indica a necessidade de um estudo sistemático das possibilidades de armazenamento num país de regime torrencial, onde é indispensável atender a estios prolongados e utilizar as vantagens da rega.
As grandes possibilidades da albufeira do Degebe, situada a cota alta sobre o Guadiana, só poderão ser utilizadas quando se fizer o estudo das possibilidades do a encher, ou desviando águas do Tejo e outras bacias hidrográficas no Alentejo, como descrito em pareceres anteriores, ou aproveitando por bombagem ou de outro modo água do Guadiana ou de qualquer afluente.
Se forem consideradas as quotas nos terrenos irrigáveis de Évora e Beja, em relação ao nível da albufeira, e se além disso se atender a que o maior volume de armazenamento se encontra situado acima da cota 180 (793 milhões de metros cúbicos), ter-se-á a ideia da imensa transformação possível naquela zona.
As previsões do parecer das contas de 1948 sobre as enormes possibilidades da capacidade da albufeira do Degebe foram ultrapassadas pelos estudos no campo. Previa-se para uma altura de 80 metros a capacidade de mais de 900 milhões do metros cúbicos; na realidade mostrou-se que para uma altura de 78 metros a capacidade é de 1:113,7 milhões e para a altura de 83 metros a capacidade sobe para 1:073,6 milhões.
É de louvar a rapidez com que se fez o estudo da albufeira do Degebe, o que mostra que os estudos se fazem quando há quem tenha a peito solucionar problemas que, como o do Degebe, tão grandes repercussões podem ter na economia nacional.
Espera-se agora que haja a mesma diligência no estudo rápido da albufeira do Alvito (Ocreza), que, conforme as indicações das cartas de 1:25000 e reconhecimentos sérios, pode ter a capacidade de 1:600 milhões de metros cúbicos com uma barragem de 125 metros, mais do que Castelo de Bode e Cabril juntos, e dê 2:300 milhões de metros cúbicos com a altura de 135 metros.
As albufeiras do Degebe e do Alyito são, no momento presente, as duas maiores esperanças de armazenamento de água no País, quase um milagre da natureza, e certamente em poucas regiões europeias haverá condições tão excepcionais, -sobretudo quando se pondera que uma e outra se encontram a muito pequena distância de dois rios importantes, susceptíveis de as alimentar no Inverno com o suplemento dos seus caudais, e, relativamente a uma delas, haver possibilidades económicas de transferir por túnel, relativamente curto, os excessos de dois afluentes importantes do Tejo: o Zêzere e a ribeira de S. Gens (Alpreada e Tavoiro).
Esperamos que os Serviços hidráulicos apliquem em breve nestes estudos a mesma diligência demonstrada nos de 1950.

111. Embora lentamente, em harmonia com as verbas orçamentadas, continuaram os trabalhos na hidráulica agrícola.
A posição dos planos em fins de 1950 era a que se verifica no quadro seguinte:

[ver tabela na imagem]

1 Parecer das Contas Gerais do Estado, 1948 (separata), pp. 253 e segs.