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202 DIARIO DAS SESSÕES N.º 175

dinária importância tanto para a metrópole como para as provincias ultramarinas.

E o Plano de Fomento virá impulsionar a vida económica e social «Io País, trazendo-nos um período de grande actividade e continuando a dar à Nação as mesmas directizes superiores e renovadoras, da Revolução Nacional.

O Plano de Fomento, na parte respeitante ao ultramar merece aprovação e aplauso.

Daqui me congratulo. com todo o meu entusiasmo patriótico e amor ao ultramar, ao reconhecer que o sonho daquele engenheiro vai ser uma autentica realidade. Mas devo dar a minha. opinião, ao terminar as minhas considerações, dizendo que para a boa execução do Plano de Fomento no ultramar indispensável se torna que haja a tenacidade, a competência, a experiência de técnico de bom saber do Sr. Engenheiro Trigo de Morais, a cooperação do Ministério das Obras Públicas, pela Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos, dispensando técnicos especializados em hidráulica, e a melhor colaboração da Direcção-Geral de Fomento do Ultramar e dos governadores das províncias ultramarinas.

Ora, Sr. Presidente, como tudo se conjuga neste sentido, tenho de concluir que estará assegurado no ultramar o êxito do Plano de Fomento.

Tenho dito.

Vozes : - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mascarenhas Gaivão: - Sr. Presidente: das brilhantes exposições aqui feitas pêlos ilustres Deputados que me antecederam no uso da palavra de pouco ou de nada poderá servir o meu modesto contributo em debato de tanta complexidade.

Na parte que respeita ao ultramar já brilhantemente expuseram no seu ponto de. vista ilustres coloniais, entre os quais figura um ex-ministro e alguns ex-governadores.

Pouco ou nada, portanto, dizia, eu, poderá adiantar a palavra de um mais que modesto colono, que apenas pode; apresentar as credenciais que lhe advém de trinta • anos de trabalho ao serviço da actividade privada e um nome. que se orgulha de há quatro gerações vir pugnando pelo engrandecimento de Moçambique.

Ali tendo vivido esses trinta anos. quase que sem interrupção, nem sequer para retemperar a saúde do tão injustamente por vezes apregoado mau clima, ali tendo constituído família, ali desejando ficar para. sempre, natural é que sinta mais do que qualquer outro tudo quanto se relaciono com aquela abençoada terra, terra que. como uma vez ali disse S. E. o Cardeal Patriarca de Lisboa: «é para beijada, e não pisada».

Com tão fracos atributos, portanto, não roubarei mais do que uns momentos à Assembleia ao tentar dar o meu contributo para o esclarecimento do problema em debate.

Como não podia deixar de ser. todos aqueles que realmente acreditam na continuidade da nossa civilização no continente africano e que admitem, como eu admito, que Moçambique ou Angola poderão continuar a ser ofectivamente outra.-, parcelas de Portugal rejubilaram quando tomaram conhecimento do Plano de Fomento que o Governo pretendia levar a efeito.

Com efeito, com aquela franqueza que é apanário dos homens de Africa, nascida da luta dura pela vida, sem conhecimentos de política, a não sei aqueles restritos ao arreigado sentimento patriótico, devo confessar que foi com alvoroço e admiração que lá longo tomei conhecimento da proposta lei relativa ao Plano de Fomento Nacional.

Ë que. Sr. Presidente. já não estávamos habituados a encarar a possibilidade de invenstimentos de tanto vulto em obras de fomento, sobretudo quando tais realizações se revelem, com esta, de espírito audacioso o renovador.

Sem desprimor para o muito que se fez nesta últimos tempos no respeitante à valorização do patrimonio nacional. a verdade é que o Plano de fomento agora em causa representa mais do que se havia feito, exactamente porque vai por a prova a nossa capacidade tecnica e. empreendedora.

Estávamos já habituados a ver, e em boa hora, o Governo nacionalizar empresas estrangeiras estabelecidas há dezenas de anos, que, muito embora na sua época tivessem prestado bons serviços, convinha nacionalizar. Os resultados de tal política, estão patentes no porto e caminho de ferro da Beira.

O prestígio que no estrangeiro useiro criámos. com a efectivação de tais medidas não se torna necessário encarecer. uma vez que já aqui foi exaltado. Mas havia necessidades. até de carácter político, de fazermos a demostração de que éramos também capazes do estudar, projectar e efectivar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Obras de fomento, com vista à valorização do nosso próprio território, aproveitando as suas inesgotáveis riquezas em benefício de colonos europeus.

Especialmente por esta razão e que eu dou o meu inteiro acordo à proposta de lei. particularmente no que respeita a .Moçambique.

Se o ponto do vista economico podem ser discutiveis o investimentos a que o Plano faz referência, do ponto de vista político não podem oferecer dúvidas.

Existe uma urgente necessidade de ocupar efectivamento o nosso hinterland, exactamente para que se não continue a dizer e a pensar que todos ou praticamente. todo os investimentos que temos em Moçambique visam a servir somente os países vizinhos, a União Sul-Africana e as Rodésias.

Se e do mais alto interesse servirmos tais paises. dando aproveitamento aos esplêndidos portos do que estamos dotados se é também gesto de boa vizinhança permitirimos que uma grande massa da nossa população nativa vá procurar trabalho nos mesmos países, parece--me ser chegado o momento de, .sem prejuízo de tal objectivo, valorizarmos o nosso próprio território por forma tal a conseguirmos, também no que é nosso aquilo que temos estado a ajudar a fazer aos outros. Não nos falta para tal todos os requisitos.

O Plano de Fomento. nas suas linhas gerais, vem quanto a mim, conduzir a este objectivo, motivo, por que lhe dou o meu incondicional apoio. É certo que ficam ainda por resolver em Moçambique muitos problemas den capital importância.

A eles faz referência o parecer da camara Corporativa, especialmente no que respeita à rede de estradas. e de facto, quanto a um, problema que carece de urgente estudo e só de lamentar é que não tenha sido possível encará-lo neste Plano. Uma estrada norte-sul de cabo Delgado a Lourenço Marques que garantisse, pelo menos, passagem a veículos automóveis durante todo o ano é problema que muito conviria ver encarado com urgência, procedendo-se aos respectivos estudos. Não é obra que se possa fazer com os próprios recursos da província. Presentemente, para se poder ir, por estrada, de Lourenço Marques para a Beira, por