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204 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 175

Elementos a que se referiu o orador no decurso do seu discurso:

Aproveitamento Incomati-Movene

1) A verba de 470:000 contos não é só para a produção de energia.
Na 1.ª fase o canal é previsto para regar 10 000 há das terras da Moamba e a albufeira para abastecer com 86 400 m/dia a cidade de Lourenço Marques.
A albufeira enche-se durante a época das águas altas no Incomati, e não lhe interessa nada a caudal de estiagem deste rio.
2) A despesa com a preparação dos terrenos da Manhiça, a que se alude no parecer da Câmara Corporativa, já está incluída na verba de 640:000 contos, ao contrário do que aí se diz.
3) A geradora térmica que foi adquirida para Loureuço Marques não é potente em condições de garantir o serviço durante largo tempo, pois apenas se pretende instalar, por agora, dois grupos de 5 000 kw: assim, ela não chega sequer para cobrir a ponta que se apresentará logo que os tarifas sejam acessíveis, cujo valor se prevê que venha a ser de 11 885 KW.
O kilowatt-hora paga-se hoje a 6$20 e poderá vir a pagar-se - na distribuição - entre 1$ e 1$50, quer pela solução térmica quer pela solução hidráulica.
Nesta baixará para valor muito inferior quando se fizer a 2.ª fase do aproveitamento hidráulico (rega da Manhiça), porque então a produção de energia passará a ser subproduto da rega.
4) Consumos (só pela geradora municipal):
kwh
Em 1937 .................................. 4 321 623
Em 1946 .................................. 8 619 750

Em dez anos duplicou, como é regra geral, apesar de todas as restrições e das tarifas altas.
Contando com todas as outras geradoras que terão do ser substituidas por uma única para não haver a pulverização que conduz ao mau rendimento económico, e visto a produção Ter sido em 1947 de 22 696 028 kwh, serão necessários em 1956 + - 45 000 000 kwh, admitindo que o valor duplicará em dez anos.
5) A geradora térmica não estará pronta a funcionar antes de três anos, a partir da data em que se inicie a sua instalação. Mas, então, quando começar a funcionar já não poderá fazer frente às necessidades de Lourenço Marques, pois não poderá fornecer mais de uns 30 a 35 milhões de kilowatts-hora, e não terá, como se viu, potência bastante para cobrir a ponta de carga.
Quer dizer, mantendo o critério de se ficar só com a térmica, ela ficará suturada antes de um ano, a contar da sua entrada em serviço. Haverá então que- adquirir novos grupos térmicos com todos os inconvenientes de maior despesa de exploração, relativamente á solução hidráulica, e na dependência absoluta da importação de combustível. Se não vier carvão não há energia.
6) Nota-se ainda que a rede de distribuição - que tem de ser refeita - não poderá estar concluída antes de cinco anos, a contar da data em que se iniciem os trabalhos da sua substituição, que se ignora ainda quando seja. A criação da geradora hidráulica não necessitará mais de três a quatro anos para iniciar o seu fornecimento, após a data do início da sua construção.
7) O abastecimento de água à cidade, embora melhorado ultimamente, não dispõe de água abundante e em condições de exploração económica como lhe assegura albufeira do Movene.

1) Elementos relativos ao aproveitamento Incomati-Movene:

1) Fins do aproveitamento:
Produção de energia:
Rega:
Abastecimento de água á cidade de Lourenço Marques.

B) Custo das obras da 1.ª parte:

Nestas obras considera-se a produção de 727 milhões de kilowatts-hora na geradora do Movene:
A rega de 10 000 há de terras da zona de Moamba:
O abastecimento de 86 400 uni/dia à cidade, ou seja 1 m/segundo.
O orçamento de todos os elementos de obra, até à saída da albufeira, incluíndo despesas de administração, encargos gerais e imprevistos, é de 450:000 a que se junta, por estimativa o custo da conduta que há-de levar a água desde a albufeira à cidade 20:000
470:000

C) Distribuição do custo das obras nesta 1.ª parte de aproveitamento:
Contos

Produção de energia ........................... 345:390
Rega (parte do canal de derivação que é de atribuir às terras de Moamba) ................. 91:550
Abastecimento urbano .......................... 21:890
458:830

Valor do equipamento de estaleiro no final da obra (a) ............................ 11:170
470:000

(a) O valor inicial do equipamento de estaleiro necessário á construção dos elementos de obra e estimado em 55:850 contos.
Depois do seu desgaste normal na construção, no final da obra esse equipamento representa um valor que tem de ser abativo no custo real da obra.
Arbitra-se esse valor em 20 por cento do valor inicial, ou seja 11:170 contos.

D) Encargos sobre os múltiplos fins do aproveitamento:

Custo do kilowatt-hora produzido:

Nas barras da geradora ...................... $54(2)
A entrada da cidade em baixa tensão .......... $59(9)

Encargo que pesa sobre as terras de Moamba (só pelo que se refere ao canal de derivação) .................................. 291$20/há
Encargo que pesa sobre o custo da água á entrada da rede de distribuição da cidade ...................................... 5032m3

Nota. - O estudo da rede de distribuição da rega não está feito.
Apenas está feito o levantamento topográfico e o rendimento agrológico.
Pode-se admitir que, em primeira aproximação o encargo total da beneficiação andará por uns 4.000$/há.

E) repercussão das obras da 2.ª fase nos diferentes enncargos:

a) Custo total das obras (1.ª e 2.ª partes):

Na 2.ª fase prevê-se - segundo o Plano de Fomento, note-se - a rega de 30 000 há das terras de Manhiça.