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9 DE DEZEMBRO DE 1952 219

dos dois portos que podem servir a cidade de um e outro lado do abrigo natural que é o Monte Brasil.

Do lado oeste, isto é, na baía do Fanal, as obras nau seriam pequenas, pois seria precisa a construção de. um novo cais na tosta daquele Monte -cais que poderia ser acostável, tais são ali os fundo» e a mansidão das águas com certos ventos-. o qual se prolongaria ao longo da costa para alcançar uniu comunicação fácil com a cidade por fora da fortaleza. A isto acresceriam &s devidas instalações e petrechos. Não sei fazer um cálculo do que poderiam custar tais obras, mas julgo que a primitiva dotação de 1944 chegaria, e talvez assim se resolvesse este magno problema.

Quanto a transporte, não se pode levar a mal que os Açorianos, tendo ouvido falar tanto de renovação da nossa marinha mercante, tenham a veleidade de querer também novas unidades no serviço das suas ilhas, e daí pretendam que a Empresa Insulana de Navegação mande fazer maiores e melhores vapores do que aqueles que possui actualmente.

Há. ao que parece, impedimentos a uma tal pretensão. Por um lado, informa a Junta Nacional da Marinha Mercante que a Empresa Insulana de Navegação não teve a sorte que as outras locou de realizar grandes lucros durante a guerra, o que a. não deixou entrar no programa de renovação.

Por outro, segreda-me alguém, perante provas que possui, de que, apesar do recente aumento das passagens, os transportes nesta Empresa ainda são proporcionalmente mais baratos do que nas carreiras de África e Brasil.

Temos, pois, de confluir pela vida precária da Empresa Insulana de Navegação e pela necessidade neste caso do auxílio do Estado, única forma de satisfazer esta aspiração.

No entanto, aquele programa da construção de dois navios de 6OO ou l 0001. para cabotagem entre a capital de cada distrito e as outras ilhas, obrigando os passageiros a transbordos, demoras e maiores despesas, e as cargas a baldeações que as prejudicam e. oneram. pode ir muito cómodo para a Empresa, para os navios maiores, que tocarão só nas capitais e até mesmo para os passageiros destas, mas para os outros isso deve assemelhar-se a um autêntico retrocesso e deve forçosamente causar profundos desgostos entre as populações que a tal fiquem sujeitas.

Sr. Presidente: vou terminar as minhas considerações renovando o meu apelo ao Governo para que olhe com atenção e boa vontade para as condições do distrito de Angra nos aspectos que eu procurei focar nesta minha exposição, designadamente para o que se passa com o tráfego marítimo da ilha Terceira, especialmente no porto de Angra.

Neste, que é o porto de maior movimento de passageiros depois do de Lisboa - já aqui foi feita essa afirmação - dando vazão a um volume de cargas, que se vê aumentar de mês para mês, tudo se passa quase como nos primeiros tempos do povoamento.

Nessa ilha, cheia de estrangeiros, que têm os olhos postos nas manifestações da nossa actividade e na organização dos nossos serviços, um tal estado de coisas é ofensivo do brio nacional e apouca-nos dolorosamente.

Lanço daqui este brado e pena é que a minha fraca voz o não faça chegar, sequer, às paredes desta sala, para encontrar maior ressonância e eco perdurável nas consciências, nas inteligências, ou somente nos corações.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. Haverá sessão na próxima terça-feira. à hora regimental, com a mesma ordem do dia. Está encerrada a sessão.

Eram 10 horas e 10 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.
Alberto Cruz.
Alexandre Alberto de Sousa Pinto.
António de Almeida.
António Calheiros Lopes.
António Carlos Borges.
António Júdice Bustorff da Silva.
António de Matos Taquenho.
António Raul Galiano Tavares.
António dos Santos Carreto.
Artur Proença Duarte.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Avelino de Sousa Campos.
Carlos Alberto Lopes Moreira.
Carlos de Azevedo Mendes.
Carlos Mantero Belard.
Carlos Monteiro do Amaral Neto.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.
Francisco Eusébio Fernandes Príeto.
Henrique dos Santos Tenreiro.
Jaime Joaquim Pimenta Prezado.
João Carlos de Assis Pereira de Melo.
João Cerveira Pinto.
Joaquim de Moura Relvas.
Joaquim de Oliveira Calem.
Joaquim de Pinho Brandão.
José Cardoso de Matos.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José dos Santos Bessa.
Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Cerqueira Gomes.
Manuel Domingues Basto.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Marques Teixeira.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
D. Maria Leonor Correia Botelho.
Paulo Cancela de Abreu.
Vasco de Campos.

O REDACTOR - Leopoldo Nunes.

Proposta de lei e parecer da camara Corporativa a que se referiu o Sr. Presidente no principio da sessão:

Relatório

1. Quando se procura fazer um balanço gorai do que tem sido a intervenção do Estado 'lias questões que se relacionam com a educação física, nota-se que houve sempre, a par de permanentes desvios de orientação e de esforços desconexos. o intuito de equacionar o problema em moldes de solução racional.

Não surpreendem aqueles desvios se se atender a que o problema teve de se subordinar à instabilidade dos princípios que o informavam e à oscilação das ciências