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1096 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 53

mentos que possibilitem uma aplicação prática e eficiente do referido decreto-lei.
Só assim os desejos do Governo, expressos no diploma 420/70 e que representam uma necessidade vital da Nação, serão uma realidade positiva e não, pelo contrário, como infelizmente, por vezes, acontece, venham a dormir, por falta de organização ou de meios, o sono da impotência.
Tenho dito.

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Delfino Ribeiro: - Sr. Presidente: Vão para V. Ex.ª os meus cumprimentos de admiração e respeito pela elevação com que tem dirigido esta Assembleia. Mais aproveito a oportunidade paru saudar todos os Srs. Deputados, de quem venho recebendo simpatia e compreensão.
Move-me hoje o propósito de realçai- alguns acontecimentos recentemente ocorridos que, por merecerem registo nos unais da já longa existência de Macau, devo trazer ao conhecimento desta Casa.
Após u mu estada de trabalho em Timor, passou pela cidade do Santo Nome de Deus S. Ex.ª o Subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, comandante Ledo Rosado do Sacramento Monteiro.
A despeito de parcas horas, a ilustre presença deste membro do Governo não só representou uma romagem de saudade pelos laços de afeição e matrimónio que o ligam aquela terra, como também constituiu motivo de satisfação para os que conviveram e criaram relações de amizade com o então jovem oficial da Armada.
Mas o que importa frisar é o interesse que sempre desperta e o largo alcance de que se reveste a ida ao ultramar de governantes directamente responsáveis pelos seus destinos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso mesmo, Macau acolheu, gruta e desvanecida, o comandante Sacramento Monteiro, na fundada esperança de que outras visitas se seguirão com periodicidade e maior permanência, convencida como está de que, deste modo, mediante vivência pessoal dos condicional vimos ambientais, mais facilmente se encaram problemas e se atingem soluções definitivas com a celeridade que os tempos actuais reclamam.
Outro facto a assimilar é o decreto eme renova o mandato de S. Ex.ª o General José Manual de Sousa e Faro Nobre de Carvalho no cargo de governador.
Embora aguardada, trouxe tal notícia regozijo a toda a população, chinesa e portuguesa.
E justificadamente, porque, num dos períodos mais conturbados da sua história, encontrou a província um diplomata, mato que, aliando o sentido prático, larga visão e autodomínio a competência, no espírito de sacrifício e ao desejo de bem servir, logrou superior crise, traçado e executando os planos que conduziram à sua recuperação

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não cabe nos limites desta intervenção, que pretende ser breve, uma súmula da obra produzida.
Macau, que muitos viam à porta de uma depressão irreparável, novamente respira vitalidade e fé no seu crescente progresso espiritual, social e material.
A recondução de S. Ex.ª general Nobre de Carvalho significa pois o reconhecimento e apreço do Governo Central pede sua comprovada capacidade administrativa e, acima disso, que Macau continuará a ser dirigida, como deseja, por quem soube ganhar a sua confiança e impor-se ao seu respeito e consideração.
E também garante aos desprotegidos da sorte o desvelo e constante amparo da Exmo. Sr.ª D. Julieta Nobre de Carvalho, que, fiel às tradicionais virtudes da mulher portuguesa, devotadamente se dedica na esfera de acção da Obra das Mães, H que preside, e ainda fora tabela a minorar os males do infortúnio alheio, desta forma completando a árdua tarefa do primeiro magistrado da província.
Finalmente, uma palavra a propósito da Exposição Mundial de Ósaca. Num acontecimento de repercussão internacional, tendo como tema «Progresso e harmonia ao serviço da Humanidade», não poderia estar ausente o País, que, na vanguarda do estabelecimento e estreitamento das relações entre a Europa e a Ásia, moldou durante mais de um século a vida japonesa, enriquecendo-a no domínio das ciências, artes e letras. Em Rua representação havia também que recordar o velho centro dos mares da China, que, a missionar u a mercadejar, tanto concorreu pura assegurar e impulsionar aquela corrente civilizadora de humanitarismo e cultura. Macau orgulhou-se com u inclusão do seu governador na embaixada portuguesa àquela metrópole industrial nipónica, porque, embora os tempos sejam hoje outros, permanece, como outrora, um dos fachos espirituais do Ocidente luzindo no Oriente.
Tenho dito.

O orador cumprimentado.

O Sr. Eleutério de Aguiar: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ao retomar a palavra nesta Câmara, seja-me permitido endereçar a V. Ex.ª, Sr. Presidente, palavras de muita estima e elevada consideração pela forma superior como vem dirigindo os nossos trabalhos. Se é insofismável que ao País se apresentou nesta legislatura uma Assembleia nova, entendo que V. Ex.ª é um dos grandes responsáveis por tão consoladora realidade, que é sobretudo motivo de fundamentada esperança no efectivo desempenho do mandato que pelo povo nos foi outorgado.
Para que o País mais facilmente se pudesse aperceber desse facto muito contribuiu a acção da imprensa, que desde a primeira hora nos tem acompanhado. Faço esta simples referência, por ser grata ao meu espírito e também, porque estamos em vésperas de legislar sobre a sua actividade, que só poderá ser absolutamente responsável, se o quando verdadeiramente livre.
Desejo, ainda, solidarizar-me com os sentimentos aqui expressos pelos infaustos sucessos que enlutaram o País durante o interregno parlamentar, desde a morte trágica dos nossos colegas em terras da Guiné ao passamento desse português de lei que foi o Deputado António Covas Lima, e recordando, também de forma especial, a figura do Prof. António de Oliveira Salazar, cuja personalidade singular continua, como temos visto, a influenciar o rumo do nosso futuro histórico.
Sr. Presidente: No estilo de governo do Prof. Marcelo Caetano não constitui acontecimento especial a presença de ministros em quaisquer pontos do País, desde as cidades e regiões mais desenvolvidas às pobres aldeias tão carecidas de estruturas que favoreçam a conquista do bem-estar das respectivas populações. Porque se tornaram prática comum, deixaram essas visitas de causar impacte sobre os povos, mas nem por isso perderam em significado e interesse, na medida em que, sem as pompas tradicionais, os necessidades ressaltam a vista e ganha-se tempo precioso para o estudo dos problemas e a busca atenta das soluções que os mesmos exigem.