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10 DE DEZEMBRO DE 1971 2853

Se me dá licença, tenho mais alguma coisa a dizer: Segunda moção do dia 29 de Novembro de 1971 do Conselho da Faculdade de Medicina de Lisboa:

O Conselho da Faculdade de Medicina de Lisboa, reunido novamente em sessão extraordinária, no dia 29 de Novembro, para apreciar os acontecimentos que estão a decorrer no Hospital de Santa Maria, resolveu, por unanimidade, manifestar a sua perplexidade pela confusa situação actualmente existente no Hospital de Santa Maria, dada a aparente contradição das informações que lhe são fornecidas.

O Orador: — Por consequência, Sr. Deputado, associo-me de todo o coração ao elogio prestado aos Srs. Profs. Toscano Bico e Celestino da Costa, mas não vejo em que essa leitura que acaba de fazer tenha alguma coisa a ver com a declaração que eu fiz, que foi colhida de fonte perfeitamente correcta, em que se declara a impotência declarada pelas autoridades hospitalares no sentido de manterem os serviços normalizados.

O Sr. Miller Guerra: — Não é o elogio que está em causa, é o ter-se dito pùblicamente, e de que eu vejo algum eco nas palavras de V. Ex.a, que a direcção do Hospital se declarou incompetente ou ultrapassada. Não é verdade.

O Orador: — Não sei qual é a informação em que V. Ex.a . . .

O Sr. Miller Guerra: — É esta do Conselho da Faculdade de Medicina.

O Orador: — Mas essa do Conselho, a meu ver, limita-se a fazer um elogio ao Sr. Prof. Celestino da Costa e . . .

O Sr. Miller Guerra: — Não, não! Não é só isso . . . isso é secundário na moção.

O Orador: — Mas não me diz que eles garantiram ou foram à autoridade competente garantir que podiam manter o serviço em pleno funcionamento.

O Sr. Miller Guerra: — Nesse caso eu volto a ler a V. Ex.a

Vozes: — Não! Não!

O Orador: — Eu vou continuar, se V. Ex.a me dá licença.

Com discrição, sem alardes, como, aliás, convinha, fez-se sentir essa acção, e os resultados estão felizmente à vista, mercê de um simples gesto da autoridade secundado pela compreensão dos seus agentes em todos os graus da hierarquia e em todos os ramos dos serviços.

Neste processo não sei se alguém perdeu, mas houve, certamente quem tivesse ganho, e, em primeiro lugar, o doente., para quem devem ir os nossos maiores cuidados.

Quanto ao mais, tudo visto e ponderado, como se costuma dizer em linguagem forense, os internos — uma das partes em evidência no pleito — estão em vias de regularizar a situação, porquanto, nunca tendo sido exonerados, mas sim suspensos de exercício e vencimento, retomaram as suas funções, nos termos expressos da lei. Também ganharam, portanto.

De outro lado, conforme já foi tornado público, instalaram-se comissões especiais com vista às remodelações que se reconhecerem necessárias e urgentes. Essas comissões mantêm-se em funcionamento uma vez extinta a comissão directora da presidência do nosso colega Dr. Ricardo Horta, recentemente nomeada, que bem merece uma palavra de louvor pela forma como se desempenhou do seu delicado encargo. Ganham, assim, os serviços.

Finalmente, tudo parece encaminhado no sentido da normalização da vida hospitalar, e com isso ganhamos todos, pois a eficiência e a maturidade das instituições e das pessoas, a sua capacidade de resolver os problemas, mesmo em fase crítica, é também índice seguro de saúde política e social.

Dificilmente se consegue andar à frente das necessidades reais, seja no sector público, seja no privado, e, muito menos, da ânsia de progresso e de perfeição, louvável e desejável quando sirva de estímulo para fazer mais e melhor, nanja quando conduz ao desespero, ao derrotismo ou à inacção.

Continuamos a esperar que até certos profetas acabem por corrigir os seus negros e azedos vaticínios, contribuindo também para vencermos a batalha da saúde e do bem--estar, pelo exemplo de um trabalho generoso, persistente, colaborante e confiante.

Vozes: — Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto Meireles: — Sr. Presidente: É-me grato dirigir, neste momento, a V. Ex.a as minhas saudações, renovando a homenagem muito calorosa e viva, pela dignidade, tacto, compreensão e firmeza com que vem dirigindo os trabalhos desta Câmara.

A serena elegância nos actos e nas palavras, a impecável coerência com que vela pelo cumprimento do Regimento, dão-lhe jus ao respeito e admiração que gostosamente lhe tributo.

E estou certo de que a Assembleia me acompanha nestes sentimentos.

Vozes: — Muito bem!

O Orador: — O Chefe do Estado foi, uma vez mais, ao distrito do Porto.

E desta feita para visitar oficialmente três dos concelhos limítrofes da cidade do Porto: Gaia. Matosinhos e Gondomar. Os Srs. Presidentes destas Câmaras, nas luzidas sessões realizadas em cada uma, agradeceram ao Sr. Presidente da República e à distinta senhora de Américo Tomás a honra da visita, e, com sóbria dignidade, prestaram-lhes, em nome dos povos dos seus concelhos, a homenagem devida aos seus méritos, virtudes e serviços à Nação. E com autenticidade o fizeram, pois não só as individualidades com maior relevância, como as populações, acorreram a receber com entusiasmo e carinho o Chefe do Estado, não obstante serem dias de trabalho.

Através de um esgotante programa de visitas e cerimónias inaugurais, SS. Ex.as a todos acolheram com a bondosa simpatia que é seu timbre, acompanhados sempre pelo Sr. Ministro do Interior, o nosso tão ilustre colega Dr. António Gonçalves Rapazote, tendo ainda outros membros do Governo comparecido ás inaugurações mais directamente relacionadas com os seus departamentos.

Injustificado seria que eu desse aqui o relato em pormenor dessas visitas, de que os órgãos de informação fizeram a reportagem devida.

Apontarei apenas, em relação a cada um dos concelhos, alguns dos actos mais relevantes.

Em Gaia, concelho que legitimamente se orgulha da sua pujança, já com 190 000 habitantes, foi visitado o liceu,