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5 DE ABRIL DE 1973 4919

ficativo para ilustrar a importância que a radiotelevisão assumira já como poderoso instrumento que é da cultura e recreio dos povos: "os habitantes de determinada localidade italiana perguntados sobre qual das duas mais instantes reivindicações apresentadas ao seu Governo deveria merecer prioridade, se a da construção de um porto de pesca ou a da instalação de um retransmissor de televisão, pronunciaram-se unanimemente a favor deste segundo melhoramento". Se a mesma pergunta tivesse sido então formulada aos habitantes do arquipélago dos Açores, onde a construção de portos capazes em quase todas as ilhas condiciona ainda as possibilidades do seu desenvolvimento económico, é natural que a resposta fosse outra, sem, todavia, deixarem de aperceber-se que esse extraordinário meio de comunicação de massas, que é a televisão, lhes haveria de proporcionar enorme proveito e prazer.
É, com efeito, nas pequenas localidades afastadas dos grandes centros, onde o cinema, o teatro, a grande imprensa e outros meios de difusão de cultura e recreio não existem, que a televisão pode exercer mais acentuadamente, e tem efectivamente exercido, a sua benéfica influência. Os homens das pequenas aldeias onde a televisão chegou (quantos ainda há que por lá nascem e morrem sem experimentar sequer o prazer de uma visita à cidade mais próxima) adquiriram uma visão do mundo que dantes não tinham, viram romper-se de certo modo o isolamento que os cercava, diminuir o tédio que os envolvia, ampliar-se a cultura de que tanto necessitavam.
Cientes desta realidade, os Açorianos, cuja vida é profundamente marcada pelo isolamento decorrente da configuração geográfica do território, há muito que aspiram aos benefícios da televisão. Bem justificado foi, pois, o júbilo com que receberam a notícia dada pelo presidente do conselho de administração da Radiotelevisão Portuguesa, numa recente reunião da assembleia geral da empresa, de que a extensão da televisão aos Açores era empreendimento prioritário' a executar brevemente.

O Sr. Valadão dos Santos: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Com certeza.

O Sr. Valadão dos Santos: - Desejo associar-me às suas palavras e dizer que há mais de quatro anos fiz uma pergunta à administração da RTP sobre a viabilidade da chegada da televisão aos Açores. Nessa altura foi-me dito, directamente até num noticiário da RTP, que dentro de dois anos - isto foi em 1968 ou 1969 - a RTP chegaria aos Açores. É claro que já se passaram quatro anos, mas agora parece que este desejo se vai concretizar.
Quero felicitar V. Exa. e, ao mesmo tempo, congratular-me com esta atitude da RTP em chegar àquelas ilhas, que, no aspecto de telecomunicações, são tão abandonadas. A Emissora Nacional, como sabe, chega lá em péssimas condições; há algumas estações de rádio que se ouvem mal, a não ser estações locais.
Ouve-se muitíssimo bem Rádio Moscovo, Rádio Argel, Voz da América, e nós nada temos para informar, entreter e cultivar aquela gente. É uma necessidade imperiosa a chegada ali da RTP, mais que não seja com aqueles programas da Telescola, pois que os Açorianos são portugueses, e, não é preciso dizê-lo, dos melhores.
Muito obrigado, Sr. Deputado.

O interruptor não reviu.

O Orador: - Muito obrigado eu, Sr. Deputado, pela sua intervenção.

O Sr. Ávila de Azevedo: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Quero também associar-me às palavras pronunciadas pelo nosso colega Sr. Deputado Linhares de Andrade e regozijar-me, como todos os Açorianos, pelo facto de a RTP se estender às ilhas dos Açores, como excelente .meio de formação cultural e de comunicação entre os povos.

O interruptor não reviu.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado Ávila de Azevedo.
A importância do empreendimento anunciado merece, sem dúvida, Sr. Presidente, que aqui deixe exarada uma palavra de congratulação e de apreço ao presidente do conselho de administração da Radiotelevisão Portuguesa, Dr. Ramiro Valadão, açoriano ilustre, que foi também ilustre Deputado desta Assembleia.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

Vozes: - Muito bem! Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Vamos passar à

Ordem do dia

Em primeira parte da ordem do dia tem a palavra o Sr. Deputado David Laima para encerrar o debate do aviso prévio que apresentou sobre a indústria do turismo no desenvolvimento económico e social do ultramar.
Tem a palavra o Sr. Deputado David Laima.

O Sr. David Laima: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Com muito brilhantismo, clarividência e objectividade quiseram colegas ilustres intervir no debate que se desenvolveu sobre o tema do meu aviso prévio.
Aqui lhes deixo expressa a minha gratidão muito grande por tão valioso contributo dado a este debate, que certamente muito contribuirá para que a problemática da criação da indústria de turismo nas províncias ultramarinas possa ser analisada pelos serviços estatais com o conhecimento prévio de quem também lhes dedicou estudo interessado e até a paixão de quem sente tão intensamente os problemas da sua própria terra.
O funcionamento contemporâneo do plenário e de algumas comissões parlamentares - esforço tantas vezes subestimado... - não prejudicou o interesse pelo tema em estudo, e outras conclusões que se aventem denunciam, à evidência; intencionalidade ou desatenção destas condições de trabalho.