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5216 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 255

Santana e Pegões, num total de 31 000 ha. Nem tudo foram rosas no progresso da região, mas, apesar disso, uma das aldeias logo passou à categoria de vila, a vila do Guijá e recentemente à cidade de Trigo de Morais, homenageando-se assim o engenheiro Trigo de Morais, a quem se deve afinal todo aquele progresso.
Dista de Lourenço Marques 205 km e 121 km de João Belo, que é a capital do distrito de Gaza, a que pertence. A estrada que hoje está asfaltada foi, durante muitos anos, um dos entraves ao mais rápido progresso da região, já que no tempo das chuvas chegava a ser impossível o trânsito automóvel.
Está também ligada por caminho de ferro a Lourenço Marques e à Rodésia e, dentro de pouco tempo, ficará igualmente ligada a Vila Alferes Chamusca e ao Chibuto por estrada asfaltada, logo que, respectivamente, se construa a ponte sobre o Limpopo, que o Governo já anunciou se iniciará em breve e se conclua a asfaltagem dos 129 km de estrada que separam as duas cidades. Também está em execução a asfaltagem da estrada que ligará a cidade de Trigo de Morais a Massingir, onde está em construção a grande barragem. Estava já a cidade de Trigo de Morais dotada com a Escola Prática de Agricultura do Limpopo, cuja criação data de 14 de Setembro de 1961, nos termos do Decreto-Lei n.° 43 913, mas, agora, com a criação da Escola Comercial e Industrial, a instâncias do Governo-Geral, vem o Governo dar satisfação aos anseios daquela população laboriosa, que pelo seu exemplo de trabalho tudo merece. A Escola foi dotada com vinte professores, dos quais dois são de Educação Física, e ainda com quatro mestres principais, que iniciarão os alunos nos principais misteres.
Em nome daquela população daqui agradeço ao Sr. Ministro do Ultramar a criação da Escola Comercial e Industrial da cidade de Trigo de Morais.

O Sr. Vaz Pinto Alves: - Sr. Presidente: Quando nesta Casa se discutiu a proposta de lei sobre a região turística da serra da Estrela, tive a oportunidade de tecer algumas considerações acerca da importância que o turismo ocupa, cada vez mais, dentro das sociedades modernas como um dos elementos dominantes, a curto prazo, da evolução económica e da promoção social dos povos.
Disse então que, basicamente, havia três processos de desenvolvimento de uma região: desenvolvimento agrícola, desenvolvimento industrial e desenvolvimento turístico. E acrescentava que, provavelmente, de todos eles, é este último o mais rápido e o mais fácil processo moderno de desenvolvimento das comunidades regionais, traduzido num espectacular crescimento económico e num mais amplo poder de compra das populações activas. Estas palavras, que nem sequer primam por ineditismo, mantêm plena actualidade e implicam a necessidade de o fenómeno turístico, entre nós, ser repensado à luz de uma política global dos interesses do País, que afaste, por um lado, qualquer competitividade ou emulação de interesses locais ou regionais, mas que tenha em conta, por outro lado, uma atitude realista que não deixe de ter em atenção que o país turístico não se deve confinar a uma ou outra região, em detrimento de outras ou da própria complementaridade entre elas.
Quer dizer, parece justificar-se uma conexão entre os planos turísticos das diversas regiões, com o propósito de atender ao desenvolvimento económico e à promoção social das regiões menos evoluídas.
Ora, na presente conjuntura, o turismo pode apresentar-se simultaneamente como uma forma rápida de realizar um aumento substancial do produto nacional bruto e a indispensável melhoria da sua repartição. Só assim o turismo cumprirá a sua função social como fonte de acréscimo do rendimento per capita de cada um. Além disso, facilita as relações humanas entre as populações e um melhor conhecimento por parte de outros povos das nossas realidades actuais.
Acresce, Sr. Presidente, que à medida que a promoção dos povos se vai acentuando há uma natural tendência para a evasão, procurando noutras paragens um alheamento das preocupações quotidianas da vida cada vez mais mecanizada e artificial. Por isso, precisamos de nos dimensionar para aquilo a que já se chama a "explosão turística", que envolve a participação mais acentuada dos diversos estratos sociais e das camadas populacionais de menores rendimentos.
Mas, Sr. Presidente, a realidade nacional tem de ser vista no seu conjunto.
O país turístico, como disse, não se pode nem deve confinar a certas regiões - muito embora se lhes reconheçam justificadas aptidões.

O Sr. Jorge Correia: - Muito bem!

O Orador: - Impõe-se, como infra-estrutura, a elaboração de uma carta turística, e que se proceda a um trabalho de definição-base de regiões e zonas turísticas, suas interligações e complementaridades.
De outra forma, cada .uma delas tenderá, por óbvias razões, a egocentrar-se e a causar dificuldades às outras, em conjuntura concorrencial, que redundará, certamente, em agravar ainda mais as existentes assimetrias regionais.

O Sr. Jorge Correia: - V. Exa. dá-me licença? O Orador: - Faz favor, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Correia: - É só para dizer o seguinte: Estou convencido, desde há muito tempo, de que em turismo quanto mais, mais. Por consequência, no desenvolvimento turístico das várias regiões do País está apenas um processo de convergência e não de concorrência.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado, pela sua achega, que vem na linha das minhas considerações.
Neste contexto, Sr. Presidente, justifica-se que as atenções se virem para a Beira Alta e o Douro, zonas depositárias de tradições artísticas, arqueológicas, etnográficas, ricas em paisagens de surpreendente beleza, propícias ao descanso, aos desportos, à caça, à pesca, à motonáutica, que as barragens do Douro irão proporcionar, neste último caso. Sabe-se que, salvo raras excepções, não existe nem é viável um turismo a nível de concelho.
A nível de distrito ou de região já atinge outra dimensão a justificar uma outra perspectiva do pro-