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- no Parlamento e no País - não são uma apólice de seguro para eventuais dificuldades do Governo ou da sua acção política. Somos, isso sim, os primeiros responsáveis directos perante o eleitorado de um Governo que mereceu a confiança popular. Na Aliança Democrática não se vive sob o espectro da derrota. A solidariedade global da maioria parlamentar e entre ela e o Governo -como sempre afirmei - tem um sustentáculo e um objectivo: o sustentáculo da vitória eleitoral conjunta de 2 de Dezembro e o objectivo da sua repetição nas próximas eleições gerais.

O Sr. Narana Coissoró (CS): - Muito, bem!

O Orador:- Mas a perspectiva socialista falha também do lado institucional. Ao contrário do que desejavam, pelo menos aparentemente, ou previam, o Governo e a maioria têm sabido não misturar a sua relação com o Presidente da República democraticamente eleito com o problema das candidaturas à próxima eleição presidencial.

Uma voz do PS: - É falso!

O Orador: - As posições têm sido, talvez com desgosto do PS, inequívocas a este propósito. Não há, nem certamente haverá, conflito, institucional entre o Governo e outros órgãos de Soberania, pelo menos por iniciativa do Executivo. E no que se refere ao Presidente da República, só é de admitir - quando muito - a existência de conflitos de fundo não institucionais, mas pessoais, entre o eventual candidato general Ramalho Eanes e o candidato da Aliança Democrática.

A estratégia do PS, baseada no govcrnamentalismo a curto prazo, e no princípio das rupturas exógenas, é, pois, uma estratégia que acaba por ser útil à Aliança Democrática. Através dela, o PS continua a privilegiar concepções nominalistas da política, deixando passar a seu lado o real quotidiano dos Portugueses e, a verdadeira edificação do Estado democrático.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. João Lima (PS): - Vê-se!

O Orador: - Quanto ao PCP, os seus problemas são outros. 0 PCP perdeu as ilusões quanto à viabilidade de reeditar como, seu primeiro objectivo estratégico, o que, como tal, foi aprovado no último Congresso, ou seja, o da construção aprofundada da "maioria de esquerda". A pouco e pouco, o PCP começa a projectar como sua principal preocupação, e até angústia, o problema das eleições presidenciais. Quanto a estas, é notória a sua ausência de, estratégia declarada. Há razões para que assim seja: o PCP está politicamente isolado no plano partidário e sofre, como ninguém, o espectro daquilo a que se, chama de "otelismo". 0 PCP não se esqueceu de 1976 e tal a sua desorientação que não tem sequer o puder de evitar que soja o seu candidato derrotado de então - o Deputado Octávio Pato- quem mais vigorosamente venha a terreiro terçar armas contra o referido "otelismo".
Face a tais dificuldades, o PCP procura descobrir um sucedâneo repetindo com vigor inusitado, a necessidade de Portugal manter um órgão político-militar de soberania. 0 PCP busca, pois, uma espécie de "presidente da República colectivo", na impossibilidade de ver eleito um presidente político e - militarmente individualizado, da sua total confiança. 0 PCP exibe, pois, as contradições internas em que, está envolvido. E como se isto não bastasse, tem ainda de se confrontar com a generalidade da condenação mundial - e em particular do movimento dos não alinhados - que mereceu a invasão, por si justificada e apoiada, do Afeganistão pela URSS.

O Sr. António Mota (PCP): - 15to é que é um papagaio!

O Orador: -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em súmula, os partidos da oposição têm procurado esconder através da pequena guerrilha política as suas imensas ambiguidades e dificuldades estratégicas e tácticas. E enquanto assim é, procuram dar a impressão de que tudo vai de mal a pior no nosso País. Mas serenamente o Governo está a governar com afinco e, com acerto. E os Portugueses começam a aperceber-se dos resultados positivos que se têm obtido.

Aplausos do CDS.

Risos do PS e do PCP.

0 Governo, tem contribuído, decididamente, na ordem interna e na ordem externa, para a progressiva, construção e dignificação, do Estado democrático, tem dado do Estado uma imagem de pessoa de palavra, mas ao mesmo tempo também de firmeza e de exemplo.

0 Governo tem vindo a assumir, a pouco e pouco, a liderança do processo de construção do Estado no nosso país, levando os demais órgãos de Soberania, naturalmente, a confinarem-se à sua própria competência constitucional. 0 Governo é hoje o verdadeiro e único mediador do País, a projecção da sua vontade e por isso mesmo, como é mister, o condutor do nosso próprio movimento. 0 Governo põe em prática a ideia de justiça social, rasgando novas perspectivas para os Portugueses, Enfim, nós, Governo e partidos da Aliança Democrática estamos apostados hoje em que, os Portugueses sintam orgulho, em Portugal e que o, Estado seja respeitado na sua missão de serviço ao bem comum.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

Entretanto assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente António Arnaut.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, segundo creio, para solicitar esclarecimentos ao orador os Srs. Deputados Salgado Zenha, Carlos Brito e Luís Catarino.
Tem a palavra o Sr. Deputado Salgado Zenha.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Sr. Presidente, pedi a palavra para fazer um protesto na sequência da intervenção, do Sr. Deputado Rui Pena.
O Sr. Deputado Rui Pena, que sempre conheci sob uma fisionomia aprazível, simpática e dialogante, aparece-nos agora numa metamorfose nova: duro, rígido e agressivo! Enfim, de tal maneira que quase fico convencido que o Sr. Deputado Rui Pena é um