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862 I SÉRIE -NÚMERO 24

tidos da maioria foram muito mais significativas do que aquela que a AD sofreu.
Pergunto-lhe, pois: em que países é que se dissolveram os respectivos Parlamentos de modo a proceder-se a novas eleições pelo facto de as aposições terem alguns aumentos?
Finalmente, queria pedir-lhe se me pode informar, em relação aos países de Leste, onde é que houve eleições locais, quais foram os resultados alcançados pelos partidos da oposição e o que é que foi feito em termos de parlamentos ou de sovietes para essas situações.

Aplausos do PPM e do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Adelaide Paiva.

A Sr.ª Adelaide Paiva (PSD): -Sr. Deputado Carlos Brito, ouvi atentamente a sua intervenção e lamento ter de constatar que, mais uma vez, o Sr. Deputado, em representação do Partido Comunista Português, utiliza uma linguagem e um discurso político pouco claro e notoriamente visando enganar a opinião pública.
O Sr. Deputado começou por afirmar que tinha havido toda uma ocultação da situação económica e financeira difícil que o povo português está a atravessar. Lembro-lhe -pode-o constatar através do Diário da Assembleia da República- que houve vários apelos de Srs. Deputados aqui presentes, aquando da interpelação ao Governo, da iniciativa da sua bancada, tendo sido pedido ao Sr. Ministro das Finanças para dar esperança, mesmo que fosse enganadora.
Estávamos em vésperas de eleições e o Governo teve a verticalidade, aqui nesta Câmara, de demonstrar ao povo português que era claro e honesto nas suas afirmações e que não estava procurando dar falsas esperanças. Poderia ter feito eleitoralismo e não o fez.
Uma pergunta que queria colocar ao Sr. Deputado é se, efectivamente, em face dos resultados alcançados, o Partido Comunista Português não se sente incomodado cora o hermetismo que se verifica no seu eleitorado, no eleitorado que o apoia; se o facto de ter uma clientela política fixa e imobilizada, em que a parte jovem está cada vez mais fugida do seu partido, não o incomoda e não o aflige em termos de futuro; se não pensa que, efectivamente, o seu partido não vai ficar fechado sobre si próprio.
Uma outra pergunta que gostaria de lhe colocar é se não pensa ser natural que forças políticas que estão na governação tivessem uma deterioração a nível de opinião pública e se os 4,5 % de decréscimo que se verificou nestas eleições não serão uma prova notória de que o povo português apoia este governo e a Aliança Democrática.
Ainda outra pergunta: não pensa o Sr. Deputado ser pouco claro -para não dizer pouco honesto - fazer-se uma extrapolação de resultados de eleições locais para resultados a nível nacional? Isso não será tirar a força e conduzir a uma ínvia identidade, digamos assim, das eleições, quer autárquicas, quer legislativas?
Pergunto-lhe, pois, se entende que uma anula a outra ou se, pelo contrário, num país democrático o povo português não tem o direito de se pronunciar livremente através das eleições locais e através das eleições nacionais, sem que uma venha a anular a outra.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Gama.

O Sr. Jaime Gama (PS): - A visível excitação dos deputados da bancada do maior grupo parlamentar - o PSD-, contrastando aliás com a serenidade olímpica do CDE...

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Orador: -..., faz com que a intervenção do Sr. Deputado Carlos Brito, que foi realista, moderada, sensata, não tenha sido objecto de algumas questões.
E aproveita para sublinhar que o Sr. Deputado Carlos Brito fez uma intervenção que se caracterizou por alguns elementos novos. Em primeiro lugar, não realçou o triunfalismo da APU em relação a estas eleições que, efectivamente, subiu o seu número de câmaras e por isso está de 'parabéns. Os resultados eleitorais em termos de percentagem global não justificam idêntica atitude.
Por outro lado, o Sr. Deputado Carlos Brito teve a correcção, que me parece de elogiar, de se não referir, quanto à interpretação dos resultados eleitorais, ao Partido Socialista em termos menos próprios e menos adequados,

Q Sr. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Orador: - Ora, a questão que gostaria de lhe colocar, depois de ouvir a suai muito interessante intervenção, é a de saber se ela surge para corrigir aquilo que até aqui tem sido a interpretação oficial do seu partido, as posições do jornal O Diário, as declarações que atada ontem foram proferidas na televisão e na rádio por um membro do secretariado do seu partido, Carlos Costa, ou se, pelo contrário, ela é já, na sequência destes resultados eleitorais e do debate interno que a APU sobre os mesmos trava, a expressão de um saudável pluralismo interno do PCP quanto à apreciação dos resultados das eleições, o que muito nos felicitaria, a nós Partido Socialista.

Aplausos do PS e da UEDS.

Vozes do PSD: -Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Raposo para um projecto.

O Sr. Mário Raposo (PSD): - Uso da figura regimental do protesto na medida em que o Sr. Deputado Carlos Brito exorbitou das ilações que extraiu das eleições autárquicas, designadamente no sentido de que a actual maioria parlamentar passará a estar nesta Assembleia quase que por mero favor ou complacência. Ao pensar assim não recuso relevo sintomático ao resultado das eleições; só por descuido de análise se poderá supor que, ao votarem como votaram, os portugueses tiveram exclusivamente em vista as suas circunscrições eleitorais, por completo isentos