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864 I SÉRIE -NÚMERO 24

cussão. Vamos ver se outros Srs. Deputados deram uma contribuição melhor.
E, assim, passo ao Sr. Deputado Silva Marques.
O Sr. Deputado diz que eu não estou habituado ao exercício da democracia. Bem, pelo menos em relação ao exercício da actividade parlamentar tenho algum hábito, tenho já experiência bastante maior do que a do Sr. Deputado Silva Marques.
Quanto a eu não ter o hábito do exercício da democracia, pergunto: então o Sr. Deputado Silva Marques tem-na só. porque muda de partidos como quem muda de camisa?

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP):- A gente conheceu-o bem!

O Orador: - Aquele que ainda não há muito tempo era o defensor da ditadura do proletariado mais estrita, o homem da zona das tempestades!

Risos.

Dispenso-me de recordar outros valores que estão documentados na obra literária do Sr. Deputado. Recordo, a propósito, a sua larga colaboração suponho que no jornal Comércio do Funchal, e iríamos longe em relação aos seus hábitos da democracia.
Portanto, Sr. Deputado, não queira vir dar lições de democracia aos demais.
Falando agora a sério e discutindo seriamente as suas questões, que fundamentalmente foram 2: uma é a estagnação da APU e a outra é a questão da abstenção e do seu significado.
Quanto à estagnação da APU, devo dizer-lhe que isso não é verdade. Nós não proclamamos que a APU teve um crescimento muito grande, mas valorizamos o resultado que obteve, que é um resultado importante.
Repare que a APU não só manteve todas as câmaras em que já possuía maioria como em várias câmaras, e das mais importantes, passou a ter maioria absoluta. Portanto, os munícipes desses concelhos reforçaram a sua confiança na APU, e tanto é assim que dão mais força à gestão da APU nesses concelhos.
Este parece-nos ser um elemento de grande importância.
E repare que a seguir vem isto: é que a APU também agora obtém a maioria em mais 5 câmaras e nalgumas até obtém logo à partida a maioria absoluta - é o caso da Câmara de Vila do Bispo, relativamente à qual me sinto particularmente ligado porque fiz lá campanha eleitoral.
Repare também que a APU aumentou o número de mandatos, aumentou o número de freguesias em que têm a maioria. Ganhou 50 freguesias, e como perdeu algumas eu pus aqui, digamos, um saldo positivo de 40 freguesias mais.
Aumentou também o número de votos em valor absoluto.
O Sr. Deputado disse a certa altura: «compare!». Mas porque é que não compara com os resultados de 1980? Em relação a 1980, nós aumentámos qualquer coisa como 70000 votos, pelo que se vê não haver nenhuma estagnação.
Em democracia é muito difícil haver estagnações! Há no entanto algumas oscilações. Nós não temos um eleitorado totalmente fixo, temos um eleitorado relativamente estável mas com algumas oscilações, e a oscilação agora é no sentido positivo, e foi isso que afirmámos.
Nós sentimo-nos muito orgulhosos da confiança que nos foi conferida de novo pelo eleitorado, que representa bastante - supomos ir acima dos 20,5 %.
Passaria a seguir às - perguntas que me foram colocadas - pelo Sr. Deputado Fernando Condesso.
O Sr. Deputado começou por colocar a questão de que não se pode confundir eleições para as autarquias com eleições gerais e disse que não é a política do Governo que está em causa.
Pergunto: o Sr. Deputado acha que este resultado traduz um castigo para as autarcas do PSD ou da AD? Eles é que são inábeis? Eles é que são incapazes? Não tendo a ver com a política governamental, é apenas uma resposta à política autárquica dos autarcas da AD e são eles que foram rejeitados pela população em vários concelhos do país?
A nossa opinião não é essa e pensamos que se aquilo que efectivamente levou a esta votação é uma recusa da AD no poder local é, antes de tudo, uma recusa da AD no poder central.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado pôs ainda a questão de como é que eu posso comparar e qual era o resultado que estas baixas poderiam dar.
Eu quero dizer, Sr. Deputado, que com estes resultados a AD não tinha, de facto, a maioria na Assembleia da República -com isto antecipo já uma respectiva a outro Sr. Deputado- e até lhe posso dizer que era capaz de descer para 118 deputados. E com este resultado nós teríamos pelo menos 49 deputados.
Na verdade, o Sr. Deputado Pedro Pinto não foi capaz de colocar nenhuma questão.
Em relação às questões que o Sr. Deputado trouxe - protestos, calúnias, chamando-nos partido totalitário e dizendo de um - partido que vem, como nós, discutir com os senhores que merecem ser atacado como partido totalitário-, pois desculpo-as devido à sua muita juventude e suponho que o senhor à frente da juventude do PSD faz melhor do que aqui na Assembleia da República.
Mas queria ainda acrescentar o seguinte, que serve também para o Sr. Deputado Coimbra, a quem darei depois respostas mais aturadas mas a quem antecipo também uma resposta: Sr. Deputado Pedro Pinto, em muitos países uma simples sondagem é o suficiente para que se antecipem as eleições. Como é que uma consulta popular que foi precedida de uma batalha eleitoral tão aguerrida como esta - em que os seus chefes, os líderes da AD, colocaram a questão de que era fundamental votar, era fundamental manter a AD para passar à nova face das realizações dos seus planos-, dizia eu, como é que isto não tem um alto significado e não é um profundo teste à vontade popular?
Sr. Deputado, a sua juventude é que ainda não lhe ensinou mas o Sr. Deputado vai aprender isto com a vida e fará melhor do que o Sr. Primeiro-Ministro