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15 DE DEZEMBRO DE 1982 865

Balsemão quando assumir mais responsabilidades dentro só seu partido.

Risos.

Quanto ao Sr. Deputado Luís Coimbra, que, talvez sem querer, por ignorância, tentou aqui manipular um pouco a Assembleia da República, devo dizer que aqui é mais difícil fazer isso do que fazê-lo, como o faz o seu amigo Proença, na televisão.
Mas, Sr. Deputado, além disto quero dizer-lhe que os 4.5 pontos que a AD perdeu significam 10 %; não são 4,5 %, mas sim 10 % ...

O Sr. Vítor Pereira Crespo (PSD): - Isso é mais difícil! ...

O Orador: -A quebra da AD é de 10%!

Depois o Sr. Deputado disse que nas eleições intercalares de 1979, a AD obteve a maioria absoluta, embora resvés, como estamos recordados, com 42,5 % dos votos, o que é uma manipulação. Não sei se isto não é ignorância do Sr. Deputado, do tipo daquela que vimes aqui ao Sr. Ministro Angelo Correia, não sei se V. Ex.ª não viu à pressa os números, porque os resultados foram 42,5 º/o no continente mais 3 % nas regiões autónomas.
Foi o resultado de 45,5 % que determinou essa maioria absoluta, resvés o que só vem confirmar que ainda que seja 43 % o resultado obtido pela AD nas eleições autárquicas - porque não são 43 % ao certo, mas ainda que sejam, e nós aceitamos esse número aqui, por comodidade, para discutirmos-, ele não dá a maioria absoluta.
Aliás, como já tive ocasião de antecipar numa resposta anterior, a partir dos cálculos que fizemos distrito a distrito, a AD está muito longe de obter a maioria absoluta.
O meu grande amigo Raul Rego deu-me uma ajuda que é especialmente destinada ao Sr. Deputado - mas para a qual chamo a atenção particular dos Srs. Deputados do PPM- no sentido de que em 14 de Abril de 1931, a monarquia caiu em Espanha depois das eleições municipais...

Risos do PCP.

..., de maneira que tenha mais cuidado quando fala de eleições municipais porque é importante o voto que o povo expressa nessas eleições.

Aplausos do PCP, da UEDS e do MDP/CDE.

Quanto à Sr.ª Deputada Adelaide Paiva, dispenso-me de comentar algumas acusações que fez porque penso que não tem o direito de as fazer devido à grande inteireza que da nossa bancada sempre houve para consigo -algumas vezes em momentos difíceis por que passou na sua própria bancada-, e passarei a referir apenas as questões substanciais que colocou. Aliás, referirei apenas uma só, que é a questão da ocultação pelo Governo da nossa situação económico-financeira.
É verdade que houve da parte do Governo a mais descarada tentativa de ocultar a situação económico-financeira do País. Como sabe, o Governo está obrigado, por lei, a apresentar o Orçamento do Estado até ao dia 15 de Setembro e não o fez, não tendo havido nenhuma crise governamental ou qualquer outra coisa que explicasse esta sua falta; o Governo só o apresentou, como sabe, nos finais de Novembro ou nos primeiros dias de Dezembro e isto para impedir que o povo português conhecesse a situação em que se vive.
Depois, por força da nossa interpelação, o Governo veio aqui discutir, mas, ao mesmo tempo que discutia na Assembleia da República, dava instruções ao Proença de Carvalho e aos outros mandantes da comunicação social para que a nossa voz não transparecesse, para que a nossa denúncia, assim como a dos outros partidos da oposição, não fosse levada ao povo.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

Isto é, de facto, ocultar a situação económico-financeira no nosso povo. Bem, passarei adiante...
Em relação ao Sr. Deputado Jaime Gama, agradeço os seus cumprimentos, que retribuímos no que toca aos sucessos do PS. Porém, quero ainda dizer que a intenção desta e de outras intervenções do meu partido é só uma: que todos os que receberam uma renovada confiança do nosso povo no dia 12 de Dezembro estejam à altura dessa confiança e respondam àquilo que o povo português lhes pede.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

Finalmente, referir-me-ei ao Deputado que aqui falou com mais dificuldade, o Sr. Deputado Martins Canaverde.
Compreendo que o Sr. Deputado tenha que recorrer à lenda dos 3 reis magos porque está, na verdade, numa situação delicada e difícil neste debate.
É que, tendo em conta a intervenção do líder do seu partido, do Sr. Vice-Primeiro-Ministro e Presidente do CDS, Freitas do Amaral, tudo aquilo que foram os pontos de vista essenciais e as traves mestras da argumentação do PSD não coincide com aquilo que são as traves mestras de apreciação do CDS, até mesmo nesta questão que o Sr. Deputado Pedro Pinto colocou, a que aproveito para responder: não referi o nome do Prof. Freitas do Amaral apenas por elegância, esperava que fosse o CDS a trazer aqui o ponto de vista do seu líder e que comentasse, com desassombro, estas eleições, não se refugiando atrás dos três reis magos.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O CDS não teve a hombridade de o fazer e, então, vamos pôr as «cartas» na mesa: quem, em termos de opinião pública, logo naquela madrugada, colocou a questão da maioria parlamentar, e foi essa a questão a que me referi -pode ler o meu texto e verá -, foi o Presidente do CDS que disse -embora isto não seja verdadeiro - que com menos 43,5 % ...

O Sr. Santana Lopes (PSD): - 43 %!

O Orador:-E meio, e meio!

Vozes do PSD e do CDS: -43 %!

O Orador: -Mas quem colocou essa questão foi o líder do CDS. Talvez de tenha dito primeiro 43,5 % e depois alguém lhe tenha tocada e ele tenha emendado para 43 %! Nós temos a gravação e podemos