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1436 I SÉRIE - NÚMERO 43

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Ah, grande Cavaco!

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Afinal, há muitos «cavaquistas»!

O Orador: - Quanto à demissão do Governo, Sr. Deputado António Guterres, eu disse logo de princípio que não comentaria essa situação política. Abstenho-me de a comentar, já que conheço pouco das suas causas. Se me permite, não a analisarei.
O que disse, e repito, é que assumimos as nossa responsabilidades!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para protestar, o Sr. Deputado Álvaro Barreto.

O Sr. Álvaro Barreto (PSD): - Sr. Presidente, queria para já congratular o Sr. Deputado António Guterres por ter começado a sua campanha eleitoral hoje, nesta sessão.
Gostaria ainda de lhe perguntar se também aplica a comparação que fez da situação económica nacional em 1978 e em 1982, condenando vivamente o desequilíbrio das contas externas portuguesas em 1982, a outros países da zona da OCDE, como é o caso da França.
De facto, o Governo francês, tendo pegado numa situação equilibrada, aplicou uma política socialista que veio criar uma das maiores crises de desequilíbrio nas contas externas da França, país que, durante a gestão socialista, já foi obrigado a desvalorizar, por 2 vezes, a sua moeda e que se aproxima da situação de ter, dentro de algum tempo, o maior défice das contas externas.
Penso que as considerações que o Sr. Deputado António Guterres fez, assim como esta minha intervenção, provam bem que as condições internacionais não eram, de maneira nenhuma, as mesmas em 1978 e em 1982.
Querer falar de Portugal esquecendo outros países, particularmente um país como a França, onde a gestão socialista tem levado a resultados muito mais negativos do que aqueles que conhecemos em Portugal, não é, penso, correcto, nem eu esperaria isso da parte do Sr. Deputado António Guterres, a não ser sob perspectiva de compreender que ele já está em plena campanha eleitoral.

Aplausos do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Guterres, devo informá-lo de que já não dispõe de tempo para responder ao Sr. Deputado Álvaro Barreto.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, a minha bancada cede o tempo necessário para o Sr. Deputado António Guterres responder.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Srs. Deputados, aceito a vossa gentileza e procurarei corresponde-lhes, sendo muito breve.
Desde logo, gostaria de dizer que o Sr. Ministro das Finanças Cavaco e Silva foi um dos mais hábeis políticos portugueses,...
Aplausos de alguns deputados do PSD.

O Orador: - ... já que soube distribuir o dinheiro e deixar para os que se lhe seguiram o encargo de o cobrar.

Risos.

Essa é uma forma extremamente fácil de ser popular. A prova de que ele foi hábil está em que soube recusar o cargo de Ministro das Finanças no ministério seguinte.

Aplausos do PS.

Quanto à intervenção do Sr. Deputado Álvaro Barreto sobre o Governo Francês, gostaria de lhe dizer apenas 3 coisas.
A primeira é que não há, apesar de tudo, medida comum, em percentagem do produto, entre o défice existente em França e o existente no nosso país.
A segunda é que se um partido à nossa direita não consegue melhor forma de nos atacar do que procurando apontar-nos o exemplo externo é porque, pelo menos no plano interno, está convencido de que somos melhores.
A terceira é para dizer, com toda a sinceridade, que considero um erro que o Governo Francês tenha procedido, ao mesmo tempo, a uma reforma profunda na estrutura económica e a uma redistribuição de rendimentos.
Considero que foi um erro isso ter sido feito. A prova de tal é que o próprio Governo Francês o reconhece hoje. Simplesmente, com os erros dos outros estamos sempre a tempo de aprender.
Estou certo de que em Portugal todos teremos aprendido, incluindo também os senhores, que em 1980 tentaram promover uma reforma na estrutura económica em sentido inverso e promover a mesma redistribuição de rendimentos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, é para fazer um protesto contra a intervenção do Sr. Deputado Portugal da Fonseca, à qual se podem associar os outros senhores deputados...

Risos.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estar aqui a ouvir o que se está a passar faz-nos lembrar aqueles que andam na nave Galáctica à procura da Terra.

Risos.

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Isso é produto imperialista!

O Orador: - Aí, os personagens vão discutindo toda uma série de coisas, mas nunca chegam a encontrar a Terra. Ora isso assemelha-se ao que os Srs. Deputados estão aqui a fazer, ao falar das nossa políticas económicas - que era do PS, que era do PSD -,...