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25 DE JANEIRO DE 1985 1621

política, chegar a outra questão? Se o era, devo dizer que esse processo não é sério, como séria, não é a referência à aquisição dos A-7.
É que, talvez, pelo facto de V. Ex.ª apenas ter lido a intervenção, não percebeu que isto se processou há muitos anos e que nada tem que ver nem com este nem com outros governos anteriores. Esta questão vem e há muito tempo atrás, da altura em que a opção era feita para outro tipo de aviões que eram extremamente mais dispendiosos em manutenção e em aquisição. Mas, enfim, cada um dá o que tem, cada um fala do que sabe e V. Ex.ª não tem mais para dar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado César Oliveira.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Deputado, engenheiro químico Ângelo Correia, em matéria de leviandade devo dizer que de quem inventou uma inssurreição militar, de quem mentiu nesta Câmara - tal como o provei há 3 anos numa interpelação que fiz - não recebo nenhuma lição no que concerne a qualquer aspecto referente a leviandade.
Já provei nesta Câmara que V. Ex.ª mentia. Porém, hoje, mais uma vez, V. Ex.ª tornou a mentir neste Plenário - e há deputados de todas as bancadas que podem testemunhar tal facto - ao dizer que na última reunião da Comissão de Defesa Nacional, onde estiveram presentes o Sr. Prof. Mota Pinto e o Sr. Secretário de Estado, não teci nenhuma crítica a este Orçamento do Estado. Tal afirmação é falsa, pois não houve silêncio da minha parte e até fiz uma intervenção que demorou bastante tempo. Portanto, se V. Ex.ª não estava presente é porque não quis ouvir e, mais uma vez, está a mentir.
Em relação ao que leio ou deixo de ler, Sr. Deputado, não vamos por aí, não vamos pela senda e pelo caminho de quem representa os interesses de quem! Por amor de Deus, Sr. Deputado, não enveredemos por esse caminho! Peco-lhe que não o façamos!
Para terminar, devo dizer que, curiosamente, foi o Governo presidido pelo Sr. Prof. Carlos Alberto da Mota Pinto que, em 1978, iniciou o programa dos A-7.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra ao abrigo do direito de defesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Deputado César Oliveira, agradeço o contraprotesto que V. Ex.ª formulou. Todavia, talvez V. Ex.ª não tenha compreendido bem ou ouvido com atenção o que referi. Não disse que V. Ex.ª não tinha formulado nenhuma pergunta na última sessão da Comissão de Defesa Nacional, mas sim que em algumas sedes, como, por exemplo, aquando da visita ao Estado-Maior da Força Aérea, ao Comando Operacional do Continente, onde V. Ex.ª poderia e deveria ter colocado estas questões, V. Ex.ª não se encontrava presente. Aliás, na última reunião da Comissão de Defesa, a pergunta que V. Ex.ª fez foi uma e eu não disse que V. Ex.ª não criticou o orçamento de defesa nacional.
Não referi isso, até porque toda a comissão o criticou num parecer assinado pelo relator Sr. Deputado Acácio Barreiros e por mim próprio.
Portanto, o problema não foi o da crítica ao Orçamento; o problema foi o conjunto das questões que V. Ex.ª hoje aqui colocou e que todos os colegas da Comissão podem perguntar se V. Ex.ª, porventura, sequer ao de leve, as tocou na frente do Sr. Ministro.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado César Oliveira pretende responder?

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Desejo apenas dar uma explicação. Se o Sr. Deputado Ângelo Correia, que tão levianamente e intempestivamente fala neste hemiciclo, se der ao trabalho de analisar no Diário das Sessões os pedidos de suspensão de mandato verificará certos aspectos que enunciarei.
Em primeiro lugar, verificará que eu tinha o mandato suspenso por razões profissionais quando se efectuaram as visitas de que falou, pois como V. Ex.ª sabe estou a fazer tese de doutoramento.
Portanto, estando com o mandato suspenso não posso ir a um sítio onde só vão pessoas mandatadas como deputados.
Em segundo lugar, ao fim e ao cabo, V. Ex.ª doeu-se da minha intervenção. É legítimo. Compreendo que se tenha doído e que a minha intervenção tenha acertado nalguma mouche. Sr. Deputado, quem anda à chuva molha-se. Cá estamos todos para isso.
Não vejo que V. Ex.ª tenha qualquer legitimidade para me assacar responsabilidades - que não as tenho - de não ter feito críticas - que fiz - na Comissão de Defesa e de ter feito esta intervenção.
Porque é que eu não posso fazer, aqui, esta intervenção? Porquê?
É V. Ex.ª alguma autoridade suprema que me possa indicar a mim o que é que devo dizer num lado ou noutro?

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Deputado César Oliveira, permite-me que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Deputado, alguma vez eu inquiri V. Ex.ª sobre o facto de fazer aqui uma intervenção?

O Orador: - Então não vejo qual a razão da crítica!

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Apenas manifestei surpresa face à assincronia de posições de V. Ex.ª, neste e noutros locais.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Não há assincronia nenhuma. Sou livre de fazer as intervenções que considero justo fazer e V. Ex.ª não tem nada, rigorosamente nada, a ver com isso.
V. Ex.ª faz as leituras políticas que quiser e eu faço as minhas.