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I Série - Número 80

res e da compreensão a eles devida pelas circunstâncias políticas, sociais e culturais determinantes do seu recrutamento;
c) Selecção rigorosa de novos agentes a partir de um perfil bem definido, que passa pela formação intelectual, cívica e moral e por características básicas da personalidade do candidato.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não podemos permanecer insensíveis às actuações de «agentes Ferreira». Deixemos aos tribunais o julgamento da culpabilidade individual, mas assumamos a nossa quota-parte de responsabilidade como órgão máximo de soberania quer na componente de legisladores, quer na de fiscalizadores da acção governativa. Se toda a sociedade é responsável pelas forças policiais que possui, a responsabilidade do Presidente da República, do Governo, do Ministro da Administração Interna, dos deputados, dos cidadãos distribui-se por diferentes graus e escalões.
Não é tarefa fácil nem realizável a curto prazo essa da formação de agentes policiais eficazes num Estado democrático. Há que ser realistas sem perdermos de vista o modelo ideal. Contribuir para a consciencialização colectiva de um modelo de forças policiais é obrigação de todos.
A ordem democrática, cuja defesa está em parte incumbida às forças policiais, é muito mais complexa que a ordem totalitária. Por isso implica elevada educação dos agentes policiais.
Vou terminar com uma reflexão de um dos meus antigos mestres, o padre Manuel Antunes, sobre o poder:

[...] não é só o poder absoluto que corrompe absolutamente [...] É também o poder que se demite da sua capacidade de consciencialização para a concretização de uma ordem, de uma justiça e de uma liberdade necessárias à própria sobrevivência da Grei (in Repensar Portugal).

A transformação qualitativa do poder reclama de todos nós um esforço permanente.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra Sr.ª Deputada Margarida Tengarrinha.

A Sr.ª Margarida Tengarrinha (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há 40 anos terminou na Europa a 2.ª Guerra Mundial. Nestes dias, particularmente em 8 e 9 de Maio, coincidindo com a data da capitalização da Alemanha nazi têm tido lugar no mundo inteiro solenes comemorações correspondendo aos apelos e decisões emanadas da Assembleia Geral das Nações Unidas e de numerosos governos, forças democráticas e movimentos de paz.
Neste 40.º aniversário do fim da 2.ª Guerra Mundial devemos recordar que o nazi-fascismo mergulhou a humanidade na maior e mais sangrenta tragédia registada na história, com o objectivo, não só de dominar a Europa, mas de refazer o mapa do Mundo e varrer da face da Terra povos inteiros.
A derrota do Reich nazi significou o fracasso total dos seus cálculos e planos de conquista do domínio europeu e depois mundial para o capital monopolista alemão, desses Thyssen, Kirdorf, Von Strauss, Krupp, Farben, sem os quais Hitler nunca teria tomado o Poder na Alemanha nem o teria consolidado.
Os nazis estiveram no Poder 12 anos e a guerra não chegou a durar 6. Mas durante esse período terrível sucederam-se, num crescendo, supressão total das liberdades, perseguições racistas, pilhagem económica e artística de toda a Europa, assassinatos, execuções, escravatura, trabalho forçado, massacres, genocídio de populações, milhares de cidades e aldeias destruídas.
Perderam a vida 50 milhões de pessoas, das quais 6 milhões de judeus exterminados por um feroz ódio racista. Entre os países que mais duras perdas sofreram destaca-se a União Soviética, com o pesado sacrifício de 20 milhões de vidas.
Decorridos 40 anos sobre a derrota do nazi-fascismo pelas Forças Armadas soviéticas, americanas, inglesas e pelos Exércitos dos outros países da coligação anti-hitleriana, na Europa e no Mundo processaram-se profundas transformações num sentido completamente diferente e oposto ao sonhado pelo 3.º Reich.
A vitória sobre a Alemanha nazi e o militarismo japonês provocou grandes mudanças políticas e sociais e permitiu a expansão das forças da paz e do progresso no Mundo inteiro, assim como o aparecimento de uma comunidade de países socialistas.
Os antigos impérios coloniais ruíram e mais de 70 novos Estados foram criados.
Simultaneamente, um vasto movimento dos povos pela paz, o movimento mais amplo do nosso tempo, desenvolve-se em todo o mundo.
Consciente dos perigos que se têm vindo a acumular, este movimento, que abarca uma larga diversidade de forças e conta com o apoio de um número cada vez maior de países, lança alertas e actua no sentido da distensão das tensões internacionais, pronuncia-se contra a corrida aos armamentos e apela aos Estados Unidos da América para que renunciem aos seus planos de militarização no espaço, a chamada «guerra das estrelas».
É certo que nunca como agora se sentiram tão grandes ameaças sobre a paz e que hoje a humanidade está confrontada com um novo perigo sem precedentes na história, que é o do seu próprio aniquilamento.
Há 40 anos terminou a mais terrível guerra de todos os tempos. Uma nova guerra seria muito pior, pois seria irremediavelmente arrasadora.
Não devemos poupar esforços para que este ano do 40.º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo seja também o da vitória sobre a ameaça da guerra nuclear!

Dozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: As comemorações do 40.º aniversário do fim da 2." Guerra Mundial comportam também uma mensagem de grande actualidade política nacional e internacional.
A derrota do nazi-fascismo alemão e do militarismo japonês foi uma derrota do imperialismo, no seu conjunto.
E foi uma vitória simultaneamente da unidade das forças antifascistas e antinazis em cada país e de todas as forças populares progressistas e revolucionárias à escala mundial.

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Dos 50 milhões de mortos em todo o Mundo muitos caíram nos campos de batalha, mas foi também enorme o número dos que nos diversos pai-