O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3340

É desses que eu tenho medo e não de quem se emociona, de quem é transparente, porque sabe emocionar-se. Desses eu não tenho medo!
Tenho medo de quem é frio, calculista, implacável e de quem não tolera que outros discordem das suas próprias opiniões.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Não fui eu quem fez essa afirmação, mas o actual Presidente da Comissão Política do seu partido, Sr. Deputado Correia Afonso.
Nesta sua réplica às interpelações, há uma coisa que me espanta e por isso eu pergunto-me a mim próprio por que razão é que o discurso que V. Ex.ª hoje produziu não o fez no dia 14. Porque razão é que o fez hoje? É porque - e desculpe-me -, de facto, há «gato escondido com o rabo todo de fora». Não faz sentido que V. Ex.ª, que promete fidelidade até ao dia 13, não tenha feito o discurso que hoje fez no dia 14.
Por que razão é que o fez hoje? Alguma coisa V. Ex.ª pretende obter e ainda não disse ao País nem a esta Câmara, e tem obrigação de o fazer.

Aplausos do PS.

O Sr. António Capucho (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para exercer a figura regimental do direito de defesa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Capucho, V. Ex.ª deve é querer dar explicações, não é assim?

O Sr. António Capucho (PSD): - É sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem, então, a palavra.

O Sr. António Capucho (PSD): - Sr. Presidente, em nome da minha bancada, queria deixar bem claro nesta Câmara que o Partido Social-Democrata não admite insinuações de qualquer espécie feita a qualquer um dos militantes do Partido Social-Democrata, designadamente ao seu líder.
Quero ainda esclarecer que, muito antes de o Partido Social-Democrata ter entendido que o Partido Socialista, pela sua atitude reiterada em não cumprir o acordo, o denunciou, já o Partido Socialista, imediatamente após o Congresso na Figueira da Foz, no seu órgão de comunicação oficial, fazia comparações inaceitáveis entre o Prof. Cavaco Silva, que é um democrata, e o Prof. Oliveira Salazar.

Aplausos do PSD.

Quero deixar aqui muito claro que o Partido Social-Democrata, ao eleger o Prof. Cavaco Silva como seu líder - e poderia tê-lo feito em relação a qualquer outro - está unido à volta do seu líder, não tem a mínima dúvida sobre as convicções democráticas de todos os seus militantes e não aceita nem tolera qualquer comparação com ditadores.

Aplausos do PSD.

Uma voz do PS: - Vamos ver, vamos ver!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Luís Nunes pede a palavra para que efeito?

1 SÉRIE - NÚMERO 90

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, dizem-me que cada grupo parlamentar tem o direito de fazer um protesto.

O Sr. Presidente: - Agora não é assim, Sr. Deputado. V. Ex.ª não pode protestar, no entanto, se quiser usar a figura regimental do direito de defesa, tem a palavra.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, eu preferia dar explicações e não usar da figura regimental do direito de defesa, como agora estabelece o Regimento.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Vocês não deixaram!

O Orador: - Voltando ao problema, Sr. Deputado Correia Afonso, devo dizer que é necessário que, quando o Sr. Deputado cita as coisas, as cite todas.
Obviamente que havia nas vossas propostas uma de modificações das leis eleitorais, e nós aceitámo-la. Do que nos desvinculámos foi da formação de executivos maioritários, porque sempre fomos contra isso visto ser inconstitucional.

Uma voz do PS: - E é!

O Orador: - Agora, pergunta-se: Não é necessário fazerem-se modificações das leis eleitorais? Eu respondo: «É, sim senhor». A prática demonstrou - e se tivermos bom senso faremos essas modificações eleitorais - que é necessário fazerem-se essas modificações.
Em segundo lugar, quanto às eleições presidenciais, é evidente que a coligação não tinha como objecto apoiar ou não um candidato presidencial. O que esta coligação dizia - e o Sr. Deputado não leu, mas era bom que o fizesse - era que, e cito de cor, os partidos escolheriam o candidato presidencial que entendessem - e repito «que entendessem». Podia ser que quisessem, simplesmente esse candidato não devia tomar uma posição contra o governo de coligação de centro-esquerda. 15so é o que estava lá. Portanto, desde que isso acontecesse e desde que isso fosse reafirmado, não havia mais problemas.
Gostava de lhe fazer uma pergunta, que também é dirigida ao Sr. Deputado António Capucho: para além daquilo que escreveremos na imprensa - porque a imprensa, a comunicação social, os colóquios, as reuniões, as conferências de imprensa, etc., são tudo meios idóneos em democracia para as pessoas se exprimirem -, vamos ou não continuar com este tipo de debate?
Devo dizer que nem eu nem o meu grupo parlamentar tínhamos intenção de fazer hoje qualquer declaração política sobre esta matéria. Para nós, as coisas funcionaram na normalidade e esperávamos que depois, na terça-feira...

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Que hipocrisia!

O Orador: - ... , ou no fim deste período, estas coisas fossem feitas. Enganei-me! ...
De qualquer forma, é bom que fique bem claro se isto é ou não para continuar até terça-feira. Pela nossa parte, estamos à vontade.
Quanto às eleições presidenciais, conforme tive ocasião de esclarecer, para além de este Governo não ter