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7 DE JUNHO DE 1985

como objecto fazer eleições presidenciais permitia que se apoiasse qualquer candidato que não fosse contra o bloco central. De resto, parece-me que, até à data, não falámos em eleições presidenciais nem apresentámos nenhum candidato...

Risos do PCP e do CDS.

... , embora os Srs. Deputados tenham fundadas razões para pensar que o Partido Socialista tem um candidato e até para acertarem em 100 % sobre quem é esse candidato.
No entanto, o PSD já apresentou, que me lembre, 5 candidatos...

O Sr. António Capucho (PSD): - 10!

O Orador: - ... ou 10...

O Sr. António Capucho (PSD): - 20!

Risos do PSD.

O Orador: - É que pode sempre escapar-me algum! Desde a falhada candidatura do Dr. Mota Amaral, passando pela candidatura do Dr. Alberto João Jardim e do Sr. General Firmino Miguel, até às candidaturas menos faladas de outras personagens e ao lançamento, em certos meios, da candidatura do Dr. Proença de Carvalho e ainda - já me ía esquecendo - à candidatura do Dr. Pinto Balsemão. Tudo isso foi discutido, Srs. Deputados!

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Mas onde é que as apresentou?!

O Orador: - Apresentaram, falaram, negociaram, disseram que tinham dinâmicas de vitórias ... enfim, discutiram sobre o assunto.

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Já não se pode discutir?!

O Orador: - No entanto, nós não apresentámos nenhum candidato, e o facto de não o termos feito significa, em minha convicção que o Partido Socialista terá o seu candidato no momento próprio.
O que é fundamental que fique bem claro é que estas coisas têm um fim, o qual não tem nada a ver com estratégias presidenciais nem com acordos de governo, não tem nada a ver com nada disso.
O Sr. Deputado Correia Afonso disse (aliás, muito bem!), que o Partido Social-Democrata não precisa de licença do PS para tomar as opções políticas que entender. Mas teria eu sido tão infeliz, tão desgraçado, que até admiti que o Partido Social-Democrata precisasse de licença de quem quer que fosse?! Obviamente que o Partido Social-Democrata faz aquilo que lhe apetecer, aquilo que lhe der na realíssima gana, aquilo que entender - aliás, sempre o fez ... Quanto às consequências, não me cabe a mim julgá-las ou, melhor, cabe-me a mim julgá-las não como dirigente do PS mas sim como cidadão eleitor ...

O Sr. José Lelo (PS): - Muito bem!

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O Orador: - ... , assim como todos os outros cidadãos eleitores.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Correia Afonso.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado José Luís Nunes demonstrou, efectivamente, uma acentuado sentido de humor ao afirmar que o Partido Socialista não tem um candidato presidencial.
É, portanto, dentro deste clima ...

Vozes do PS: - Não apresentou!

O Orador: - Não apresentou um candidato presidencial! ...
É dentro deste clima de bom humor e de boa disposição que vou dar explicações ao Partido Socialista, começando por perguntar-lhe se o Partido Social-Democrata apresentou qualquer candidato presidencial! ...
15to para a seguir referir o texto que o Sr. Deputado José Luís Nunes acabou de invocar - o qual conheço, mas não me arrisco a citar de cor para não me enganar, como aconteceu com o Sr. Deputado José Luís Nunes -, que diz o seguinte:
Reconhecimento do direito de cada um dos partidos à apresentação de um candidato próprio que não ponha em causa os compromissos de ambos, resultantes do acordo de coligação.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Exacto!

O Orador: - Ora, gostaria de saber qual é o candidato próprio que o Partido Social-Democrata tem neste momento que põe em causa os princípios da coligação.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Exacto!

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Deputado, o PSD não tem nenhum candidato próprio, nem alheio. O PSD não se pronunciou neste momento acerca de nenhum candidato. O que o PSD se recusou foi a reafirmar esse princípio, mais nada.
Aplausos do PS.

O Orador: - Sr. Deputado, nem chego a dizer que aquilo que V. Ex.ª afirmou é falso porque mesmo agora acabou de mudar de opinião. Ora, como tenho dúvidas que depois tenha outra opinião, creio que não valerá a pena falarmos num assunto que efectivamente não se compreende.
Há pouco os Srs. Deputados levantaram uma acusação que cai como se fosse uma calúnia, ou seja, que o Partido Social-Democrata pretendia apenas que fosse aprovada a lei dos despedimentos. Ora, quero lembrar aos Srs. Deputados do PS que o que o PSD quis foi aquilo que também o PS quer ...