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7 DE JUNHO DE 1985

ou menor dimensão -isso depende de nós, da cor e de quem o disse. É, pelo menos, uma atitude absolutamente dignificaste essa a deter alertado.
Todavia, faz hoje 8 dias que os três Ministros voaram em avião directamente para Bruxelas e só na segunda-feira é que a CAP se veio queixar de um acto que já estava morto. Não se impressionou na altura devida, não alertou nada nem ninguém. Quando se foi em busca dos carrascos de Inês de Castro, já ela estava morta, já era tarde: Inês já estava morta! É a isto que me refiro: é ao tempo oportuno. Por isso, foi uma atitude apenas política e de relativo interesse para a questão da adesão.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Soares Cruz (CD S): - Gostava apenas de perguntar a V. Ex.ª se sabe quantas reuniões divulgadoras fez a CAP ao longo de todo o País sobre o problema da integração de Portugal na CEE. Posso dizer-lhe que foram muitas dezenas, até mesmo algumas centenas.

Vozes do PS e da UEDS: - Milhares!

O Sr. Manuel Fernandes (PS): - Foram muitas, mas só com meia dúzia de pessoas!

O Orador: - Devo dizer que, na Região do Oeste e em Torres Vedras, que representa mais de 25 % do produto nacional agrícola, terá havido uma reunião com meia dúzia de pessoas. Foi uma reunião muito pouco divulgada - e eu, que sou de lá, que sou sócio da cooperativa, que tenho uma empresa que também é da CAP, que sou amigo de algumas pessoas de Torres Vedras que são da CAP, nunca fui convidado para isso.

O Sr. Joaquim Miranda (PCP): - Que belos amigos tem!

O Orador: - Também tenho no PCP!
Quanto à questão dos indivisos, a Lei n.º 77/77, Lei da Reforma Agrária, é de 1977. Creio que o CDS passou pelo governo e que não lhe tocou! De forma que não me venha agora perguntar...
Não quer dizer que não defenda os indivisos: a terra a quem a trabalha. Mas a AD fez distribuição de terras. Então, porque não defende isso. Como sabe, todavia, distribuiu a terra quanto muito a 100 latifundiários. Mas o Alentejo não são 100 pessoas mas sim milhares de agricultores.
Quanto ao Sr. Deputado Carlos Brito, devolvo à procedência o paternalismo, e quero dizer que não costumo «abrir o bico», mas antes falar - creio que os deputados são homens e não pertencem à família dos galináceos!
O Sr. Deputado Jorge Góis referiu-se à regionalização.
Ora, sobre essa questão referimos o genérico da regionalização e, em concreto, a agricultura.
Quanto à agricultura, a existência de direcções regionais implicam, já de si, uma certa regionalização.
Infelizmente, porém, elas transformaram-se muito em direcções-gerais regionais, caindo no vício das burocracias próprias do Terreiro do Paço.
Relativamente à regionalização, julgo que é com as direcções regionais que, no campo da agricultura, se pode fazer muito. Nomeadamente, a extensão rural será muito melhor incrementada para esse efeito.
Perguntou-me depois que avanços foram feitos na regionalização. Naturalmente que não é em 2 anos que se faz a regionalização. Nenhum partido é capaz de ter a coragem de apresentar hoje, nesta Casa, um projecto de regionalização com cabeça, tronco e membros de modo a que toda a Câmara o aceite.
Quanto à questão da Assembleia Distrital de Lisboa, como sabe uma assembleia distrital emana apenas - e por razões constitucionais - numa fase transitória. Tem como representantes as autarquias, muitas delas ainda hoje no primeiro estádio de ocupação e, como tal, pouco viradas para este sector. Para além disso, o assunto foi pontual, mais virado para a defesa de uma pessoa naquela casa.
Por outro lado, devo dizer que não «lavei roupa suja». Estou na linha do presidente do meu grupo parlamentar. Não «lavei roupa suja» não costumo fazê-lo, mas tenho o direito de ser interrogativo sobre determinada matéria com que não concordo.
O Sr. Deputado António Capucho referiu a ponderação do PSD quanto à assinatura do Tratado de Adesão à CEE, acrescentando que o Primeiro-Ministro havia reagido intempestivamente. Há muitas maneiras de reagir, tal como há muitas maneiras de pôr as coisas. Só que, volto a dizer, sempre se nota, a nível de Governo ou de partidos, qualquer deficiência - essa, sim, difícil - em qualquer dos sectores, é lógico que só fica bem a qualquer dos partidos fazer um alerta. Mas nada foi dito sobre a matéria, nomeadamente pela CAP. E o próprio Ministro da Agricultura, Álvaro Barreto, tem estado calado. A última coisa que dele li foi a 27 de Maio - numa entrevista dada ao Diário de Notícias -, sobre aspectos genéricos do pacote agrícola e não pontualmente sobre esta matéria.
Cabe também ao Ministério da Agricultura um grande acto pedagógico perante a agricultura, porque os dossiers - temos de o reconhecer - são muito pouco conhecidos. Creio que aí também estaremos todos de acordo.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - E nem sequer são nossos conhecidos!

O Orador: - Quanto ao que disse a Sr.ª Deputada Margarida Tengarrinha, gostaria de referir que os agricultores da região terão grandes apreensões na perspectiva do partido Comunista Português - não na minha perspectiva - e creia, Sr.ª Deputada, que conheço a região, palmo a palmo, e que contacto várias vezes por semana com agricultores. Pode ter a certeza que conheço aí, palmo a palmo, todos os problemas e todas as produções de todas as variedades daquela região.

O Sr. Manuel Fernandes (PCP): - Então, pelos vistos, conhece mal e anda muito esquecido, Sr. Deputado!

O Orador: - O Sr. Deputado Manuel Fernandes sabe que conheço muito bem e sabe, aliás, qual tem