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1 SÉRIE - NÚMERO 93

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado. Penso que é para ajudar a Mesa com o tempo necessário.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, não posso ajudar a Mesa com o tempo necessário porque também vou produzir uma declaração política, mas penso que as declarações do Sr. Deputado Lucas Pires são suficientemente importantes...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - ...para que a Câmara, em conjunto, lhe conceda o tempo necessário para ele responder às interpelações que forem feitas por todos os Srs. Deputados.
Nesse sentido, proponho que, se nenhum dos partidos fizer objecções, seja dado ao Sr. Deputado Lucas Pires o tempo necessário para responder às perguntas que lhe vão ser feitas.

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Sr. Presidente, não tenho nenhuma objecção a fazer à proposta apresentada pelo Sr. Deputado José Luís Nunes, mas permitir-me-ei acrescentar alguma coisa mais.
Tendo em conta a importância do debate, tendo em conta o facto de termos uma ordem de trabalhos que não está muito sobrecarregada, não haveria inconveniente em prolongar, ligeiramente, o período de antes da ordem do dia...

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Muito bem!

O Orador: - ... e, nessa medida, julgo que o acréscimo de tempo sugerido pelo Sr. Deputado José Luís Nunes para o CDS poderia ser extensivo às outras bancadas se, porventura, elas vierem a carecer de tempo para poderem participar no debate.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, se não houver nenhuma objecção da Câmara e como é exactamente esse o pensamento da Mesa, sugerimos essa proposta a VV. Ex.ªs

Pausa.

Uma vez que não há objecções o Sr. Deputado Lucas Pires terá o tempo necessário para responder e os grupos parlamentares que já não tinham tempo e que se inscreveram para fazer perguntas - é o caso do PSD - terão também o tempo necessário para formular as perguntas e intervir plenamente no debate que se seguirá.
Sendo assim, tem a palavra o Sr. César Oliveira.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Lucas Pires: Acusou V. Ex.ª, no seu legítimo direito, o PS e o PSD de venderem ilusões. Suspeito, por isso, que o CDS se recusa a vender ilusões, ou seja, o CDS promete, por essa via, por uma via indirecta, não vender ilusões.
A minha questão tem a ver com esta não venda de ilusões por parte do CDS. Pela sua voz o CDS afirmou-se exigente, o CDS quer ser um partido exigente. Disse, V. Ex.ª, a dado passo, que muitos se

admiram de o CDS ser a tal ponto exigente que apresenta determinadas condições para voltar ao governo. Ora o CDS, bem ou mal, feliz ou infelizmente, apresenta-se ao eleitorado partindo de uma base de cerca de 12 % ou 13 %.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - E quem fala tem 1 %! Que grande voz, César!

O Orador: - Sendo completamente exigente, creio que o CDS já disse, pela sua boca, repetidas vezes, que só voltará ao governo se indicar o Primeiro-Ministro. Julgo, pois, que das duas uma: ou o CDS, para ser coerente com a sua intervenção agora feita e com as últimas intervenções que tem proferido, sente que. vai conquistar a maioria absoluta dos votos e pode indicar o Primeiro-Ministro; ou o CDS, numa eventual, nova AD ou aliança para uma nova República - não sei que nome é, ao certo, pois estive fora 8 dias em missão da Assembleia, mas julgo que é esse o nome -, só aceita essa situação se o PSD tiver um lugar subalterno nessa nova aliança. Donde, só haverá nova AD ou aliança para a nova República, como queiram chamar-lhe, se o PSD não indicar o Primeiro-Ministro. 15to porque a condição sine qua non para o CDS voltar ao governo - e eu pediria ao Sr. Deputado para me confirmar se é assim ou não - reside exactamente em que o CDS possa indicar o Primeiro-Ministro.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Já mudou de bancada?! É independente do Cavaco?!...

O Orador: - Se nada disto se passar verá V. Ex.ª que o CDS irá ter graves responsabilidades na situação de impasse em que contribuirá para colocar a Assembleia da República.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Lucas Pires pretende responder já ou no fim?

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Respondo já, agradecendo a generosidade da Assembleia e do Sr. Presidente.

Acho um pouco estranho que do partido mais pequeno da Assembleia venham, normalmente, as objecções à pequenez do CDS.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - É proibido?!. : .

O Orador: - Quando penso no instinto «boxista» do Sr. Deputado César Oliveira, felicito-me da pequenez da UEDS porque isso nos permite enfrentar os seus argumentos com maior galhardia.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Simpático! .

O Orador: - Mas a verdade é que quando falei de venda de ilusões, quis referir-me ao seguinte: Toda a gente sabe, pelo menos, quem esteve atento, que o líder do PSD, depois do Congresso da Figueira da Foz disse que os seus antecessores tinham sido iludidos na coligação com o PS. Ora o CDS nunca esteve iludido e, por isso mesmo, recusou participar nas negociações do bloco central para as quais foi convidado pelo líder de então do PSD.