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I SÉRIE - NÚMERO 93

As eleições devem ser um julgamento sobre a política destes 2 anos do PS e do PSD e se o não forem, paciência. O CDS fará tudo o que estiver ao seu alcance para que esse acto de juízo, de mudança e de pedagogia democrática se exerça nesses termos.
Por outro lado, é evidente que essa solução não nos causa muitos engulhos do ponto de vista do controle da comunicação social. Bem, é que se o PS e o PSD controlaram a comunicação social durante 2 anos . ..

O Sr. João Amaral (PCP): - Essa é que é a questão!

O Orador: - ... e, apesar de tudo, nós continuamos a existir e a crescer não vem daí grande mal ao mundo.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Mais uns mesinhos não faz mal!

O Orador: - Mas há aqui um elemento suplementar: é que agora o PS vai controlar o PSD e o PSD vai controlar o PS.

Risos do CDS.

E até se pode dizer isto: mesmo que não quiséssemos não há nada a fazer, é inteiramente lógico desse ponto de vista.
Portanto, não julgo que essa solução tenha assim tantas dificuldades como isso.
Quanto à questão que V. Ex.ª me põe sobre se não haveria uma contradição entre o facto de o CDS criticar o bloco central e agora criticar a sua ruptura.

O Sr. João Amaral (PCP): - Não disse isso.

O Orador: - Não! Mas pelo menos terá dito algo parecido com isto.
Penso que não há contradição. É evidente, combatemos o bloco central por todos os meios ao nosso alcance e quisemos que ele caísse aqui na Assembleia.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Viu-se!

O Orador: - 15so não tem nada a ver com o facto de dois partidos que têm um compromisso público até 1987 o rompam e não expliquem aqui, nesta Assembleia, as razões desse rompimento e que, portanto, façam cair mais um governo numa sucessão de quedas e de levantamentos que têm apenas um objectivo que é contar os votos em vez de governar o País.
Bem, devo dizer que a minha análise sobre as alianças desta Assembleia é completamente diferente da do Sr. Deputado. A minha análise não é de PS, PSD, CDS. É, sim, de PCP, PS e PSD. E explico-lhe porquê.

Risos.

É que o PS e o PSD têm passado o tempo a distribuir os lugares que vocês inventaram no 11 de Março.

Aplausos do CDS.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - E o CDS recusava os lugares?!...

O orador: - É, no fundo, a lógica do PS e do PSD.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - E o CDS não esteve 1á?!...

O Orador: - Sr. Deputado, fiz um desafio muito sério ao PSD e que é o seguinte: o PSD está no Governo há 6 anos, então o PSD que me diga o que é que fez no Governo durante esse tempo. E para demonstrar a sua boa fé sobre o que fez que se retire da administração da banca, da administração da Televisão, da administração da informação pública, de todas as administrações de empresas públicas que conseguiu à custa de 6 anos de Governo. 15to é, que se retire para mostrar a boa fé no combate que faz, agora, contra o bloco central.

Aplausos do CDS e do Deputado da UEDS César Oliveira.

E porque é que não conseguiu outro resultado? Porque isto é a administração e a gestão criadas pelo PC no dia 11 de Março e mais nada. Sentaram-se em cima do que o PCP fez.

Risos do CDS.

O PCP continua por baixo a minar, é verdade, ...

Risos do CDS.

O Orador: - ... mas os senhores estão lá sentados.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Já o Freitas tinha essa tendência de fazer de rei e de rainha.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - O Magalhães é muito bom em surdina!

O Sr. José Magalhães (PCP): - E não só!

O Orador: - Sr. Deputado, um último ponto. Quando V. Ex.ª disse que o que eu quero é que isto continue, desta vez, vou-lhe dizer um segredo, um segredo não explicitado: se eu quisesse que isto continuasse, isto continuava.

Aplausos CDS.

O Sr. Presidente: - Para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Lucas Pires: Devo dizer-lhe que o seu discurso é obviamente um discurso com o qual não concordo nalgumas das suas questões essenciais, pois é um discurso feito exactamente para eu não concordar porque estamos em partidos diferentes e temos, necessariamente, posições diferentes.

Implícita ou explicitamente - e digo implícita ou explicitamente porque esta afirmação foi feita durante o debate quis V. Ex.ª dizer o seguinte: foi auto-dissolvida a Assembleia da República.

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Importa-se de voltar um pouco à primeira parte?