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I SÉRIE - NÚMERO 93

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Para uma nova tirada literária!

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Sr. Presidente, o Sr. Deputado Lucas Pires apresenta-se nesta Assembleia, não com a virgindade - segundo as suas palavras - necessária ao exercício da política mas antes com a rameirice - que é o oposto à virgindade da capacidade de exercício político em Portugal.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - As palavras vêm de quem vêm!

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Onde chegou esta Assembleia!

O Orador: - A palavra virgindade não foi minha, mas do Sr. Deputado Lucas Pires que quis contrapor com isso a virgindade de uns à não virgindade de outros. As palavras são do Sr. Deputado Lucas Pires, repito.
É óbvio que o Sr. Deputado está numa dificuldade conceptual grave que cruza o seu partido e que hoje quis camuflar. Fez o ataque à social-democracia, à musculatura ou não da social-democracia - enfim, o Sr. Deputado poderá apreciar talvez melhor do que nós esse problema já que tem mais relações com as visões que até no passado se coligaram com a social-democracia na Alemanha - mas de qualquer forma, há uma coisa que o Sr. Deputado Lucas Pires não consegue esconder e que é o seguinte: como é que esse malefício da social-democracia é tão grande, tão grave e tão perturbador que o Sr. Deputado participou esteve, aderiu e defendeu com ênfase um projecto onde a social-democracia foi com V. Ex. e maioritária.
Como é que o CDS tem hoje um discurso que nega completamente o seu passado de há 2 ou 3 anos, sobretudo o seu passado pessoal?
Segunda questão: o Sr. Deputado Lucas Pires pode acusar-nos de ser sociais-democratas. Pode, deve e ainda bem que faz essa acusação. Mas, Sr. Deputado, aí temos uma superioridade sobre V. Ex.ª é que nós não somos cruzados ou intercruzados pelo binómio, pela antinomia social-democracia e outra coisa no nosso seio, ao passo que V. Ex. e tem um problema por resolver no seu partido e que é a questão fundamental da convivência ou participação ou escolha entre o liberalismo e a democracia-cristã.
Quem tem problemas a resolver no âmbito ideológico e de esclarecimento interno é V. Ex.ª E não «escamufle»...

Risos.

... atacando alguém que, homogénea, unitária e claramente defende um ponto de vista.
V. Ex.ª tenta passar por cima disso como se, ao fim
e ao cabo, V. Ex. e quisesse projectar para os outros
as dificuldades do seu próprio posicionamento interno
e, acima de tudo, na colagem sociológica entre as ba
ses do seu partido e aquilo que V. Ex.ª hoje quer, faz
e é. -
Quem tem de resolver problemas internos, dá, às vezes, um salto no eseuro e cai num ghetto social e num ghetto político. V. Ex.ª é livre de o fazer, se quiser. Só que a história demonstrou que quem o faz não resolve problemas e aniquila-se.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Lucas Pires.

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Sr. Presidente, agradeço este excesso de generosidade que nos concederam e prometo que esta é a minha última intervenção.
Só queria dizer ao Sr. Deputado Ângelo Correia que assisti nesta Assembleia, durante 2 anos, a este fenómeno curioso: o Governo defendia-se alegando os problemas internos do CDS, isto é, a colocação do CDS, os problemas políticos do CDS, dizendo que no CDS havia uma maioria e uma minoria, que o congresso ia desfazer o CDS, tudo ia acontecer.
Devo dizer que tive uma esperança quando o Sr. Deputado começou a falar do CDS: a de que fosse criar um problema interno no CDS, porque na última reunião da Comissão Política do meu partido todas as decisões foram tomadas por unanimidade.
Apesar de tudo, peço-lhe, Sr. Deputado, que não invente problemas que não existem no CDS; no entanto, se quiser criar algum pequeno problema no CDS, pode fazê-lo, dado que a nossa liberdade vai até esse ponto - e, se calhar, até precisamos! -, mas não invente nem crie fantasmas, porque não existe nenhum no CDS.
O CDS é o partido mais unido da cena portuguesa e é com essa união que enfrentaremos as próximas eleições.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados e, muito especialmente, senhores representantes dos grupos e agrupamentos parlamentares: em conferência de líderes, tínhamos determinado que, antes da leitura da mensagem de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, haveria toda a conveniência, por questão de oportunidade política, em que fossem proferidas as 3 declarações políticas que a Mesa já tinha registado, ou seja, as declarações políticas dos Srs. Deputados Rogério Brito, José Luís Nunes e Helena Cidade Moura.
Assim, pretendo saber se devo interromper os trabalhos, porventura respeitando o cansaço dos Srs. Deputados, por 30 minutos, fazendo-se depois as declarações políticas que há pouco anunciei ou se prosseguimos os trabalhos.

Pausa.

Tem a palavra o Sr. Deputado Rogério de Brito, para uma declaração política.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Queria saber se V. Ex. e obteve ou não o assentimento por parte de todas as bancadas piara continuar a sessão. É que ouvi V. Ex.ª perguntar, mas não ouvi qualquer resposta.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, perguntei se havia ou não objecções e, como ninguém se pronunciou, parti do princípio de que as não havia. Talvez a pergunta não tivesse sido feita de forma suficientemente clara.