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160 I SÉRIE - NÚMERO 7

Acontece, porém, que o Sr. Deputado João Brito já não dispõe de tempo...

O Sr. Malato Correia (PSD): - Sr. Presidente, nesse caso, fico inscrito para, em oportunidade mais consentânea com a disponibilidade de tempo do Sr. Deputado João Brito, lhe colocar algumas questões e esclarecer algumas dúvidas que ele colocou, até sobre a rendibilidade do hospital.

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): - Sr. Presidente, o nosso grupo parlamentar ainda dispõe de algum tempo, e, como penso que este assunto é importante, poderemos dispensar dois minutos ao Sr. Deputado Malato Correia para colocar as suas questões; eu demoraria apenas um minuto com a minha pergunta e cederíamos o resto do tempo disponível do PCP ao Sr. Deputado João Brito, para responder.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Vidigal Amaro, o Partido Comunista Português dispõe de tempo cedido pelo MDP/CDE?

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): - Exactamente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O PCP dispõe então de cinco minutos, dos quais reserva um para pedido de esclarecimento do Sr. Deputado Vidigal Amaro, cede dois minutos ao Sr. Deputado Malato Correia e os restantes ao Sr. Deputado João de Brito.
Tem a palavra o Sr. Deputado Malato Correia.

O Sr. Malato Correia (PSD): - Sr. Deputado João de Brito, a sua intervenção vem na sequência da intervenção que há dias produzi, mostrando a necessidade de elaborar uma carta hospitalar em Portugal, para que, com economia de meios, se prestem melhores serviços à população portuguesa.
Se alguém tem interesse em que haja bons serviços hospitalares no Alentejo, nomeadamente em Évora, esse alguém sou eu, como alentejano. Obviamente que isso não me impede de ser crítico em relação àquilo que a maior parte dos portugueses são e que há pouco referi, isto é, são de um bairrismo - de certo modo desejável, mas por outro lado exagerado - que não se justifica e que até dificulta a elaboração de uma verdadeira e lógica carta hospitalar.
Se se fizer a distribuição do número de camas pelo número de habitantes que tem o distrito de Évora e a população a que ela presta assistência, verificar-se-á que as 400 e tal camas de que dispõe actualmente o Hospital de Évora são suficientes, isto se o Hospital de Évora for considerado como devem ser considerados todos os hospitais portugueses: verdadeiras empresas de prestação de serviços, no bom sentido do termo. Mas o que é preciso é tornar rendíveis essas camas.
Estou de acordo consigo quando diz que há uma parte do Hospital que ainda hoje não dispõe de bons meios de instalação e de hotelaria para que as populações tenham o devido acolhimento. No entanto, não é isso que justifica englobar no Hospital Distrital mais
cerca de 200 camas (neste momento não sei exactamente o número de camas que o Hospital do Patrocínio contém), que não vão ser necessariamente aproveitadas. Iríamos ter gastos supérfluos, que deveriam ser aproveitados, com muito maior rendibilidade, noutras zonas de países tão carenciados. O que devemos é modernizar a parte velha do Hospital de Évora e depois rendibilizar todo o Hospital.
Garanto-lhe que o que não tem interesse são os 56% que referi aqui, há dias, tal como não tem interesse os 64% que o Sr. Deputado refere. Ambas são taxas mínimas de ocupação.
Um hospital de primeira linha, como é o Hospital de Évora, deve preocupar-se em ter, no mínimo, cerca de 80% de taxa de ocupação, ficando cerca de 20% para os serviços de urgência. Um hospital deve sempre reservar, em média, 20% de camas para o serviço de urgência.
Sr. Deputado, gostaria ainda de lhe dizer que estarei sempre a seu lado no sentido de tornar rendíveis as camas que ainda hoje se encontram disponíveis no Hospital de Évora. Porém, peco-lhe que não leve a mal que a Misericórdia de Évora fique a explorar o hospital de retaguarda que é o Hospital do Patrocínio, pois a génese do Hospital, como disse há pouco, não tem nada a ver com aquilo que hoje é o Hospital do Patrocínio de Évora. O Hospital do Patrocínio era para fins oncológicos, mas está muito longe de ser utilizado para isso neste momento.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vidigal Amaro.

O Sr. Vidigal Amaro (PCP): - Sr. Deputado João de Brito, em primeiro lugar, quero dizer-lhe que me congratulo com a sua intervenção e, em segundo lugar, quero colocar-lhe duas questões muito rápidas.
A primeira questão diz respeito à gestão do Hospital do Patrocínio. Diz-se que o Hospital vai ter camas a mais e que essas camas não são necessárias. Como o Sr. Deputado visitou o Hospital, pergunto-lhe se as condições que existem nas enfermarias de medicina são humanas e se aí se pode fazer boa medicina. Haverá camas a mais para o Hospital e a gestão será má, mas, então, fazendo outro hospital com duplicação de serviços, raios X, análises - um hospital a que chamam não sei o quê e não sei se será da rectaguarda ou de vanguarda -, as camas deste já não são a mais? Umas camas do outro lado da rua, geridas por outra entidade, não serão também a mais? Isto será uma boa gestão?
Outro problema que se coloca é o problema do futuro. Temos de pensar no futuro, na regionalização, pois por mais que queiram ou não queiram a regionalização terá de ser um facto e a região alentejana há-de ser constituída. O Hospital de Évora fica no centro da região alentejana e há-de ser um futuro hospital regional. O Sr. Deputado não concorda com este raciocínio? Há-de haver serviços que não caibam em Beja nem em Portalegre e não será por causa disto que se terá de desenvolver o Hospital Regional em Évora, por estar no centro da região alentejana?
Para terminar, pergunto-lhe por que é que o protocolo já feito entre o Governo e o Hospital Distrital de Évora em que se aprovava o programa realizado não