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3 DE NOVEMBRO DE 1986 161

foi efectuado? O Sr. Deputado tem conhecimento de estudos efectuados para que esse programa fosse, pura e simplesmente, rasgado e não fosse efectuado?

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António João de Brito.

O Sr. António João de Brito (PRD): - Em primeiro lugar, quero registar com muito agrado o facto de o Sr. Deputado Malato Correia não estar em desacordo comigo.
Penso que o Sr. Deputado Malato Correia - desculpe-me falar assim - talvez não conheça muito bem a realidade que é o Hospital Distrital de Évora, talvez nunca lá tenha estado...

O Sr. Malato Correia (PSD): - Já lá estive, sim, Sr. Deputado.

O Orador: - Então, se já lá esteve, com certeza que conhece as condições completamente desumanas e totalmente degradadas da parte onde funcionam as medicinas, e, mesmo assim, ainda lá estão cerca de 100 camas! Mas, se o Sr. Deputado já não se recorda bem, posso mostrar-lhe, bem como a qualquer Sr. Deputado que o deseje, um conjunto de fotografias, que tenho aqui, tiradas esta semana quando visitei o Hospital - estive lá o dia inteiro!
De qualquer forma, penso que quando se fala numa taxa de ocupação tão baixa se está a seguir um raciocínio que, quanto a mim, se baseia num artifício estatístico. Por um lado, contam-se com as 100 camas da parte degradada do Hospital e, por outro, não se entra em conta com uma coisa que também penso ser importante que é o facto de, como sabe, o quadro do Hospital não estar completo e haver muitos serviços de especialidade que não têm médico, e, portanto, os doentes nem sequer entram no Hospital, sendo imediatamente encaminhados para os hospitais centrais.

O Sr. Malato Correia (PSD): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Malato Correia (PSD): - Sr. Deputado, em primeiro lugar, agradeço-lhe ter-me permitido a interrupção. Em segundo lugar, pergunto-lhe se me sabe dizer se existe lista de espera para a entrada no Hospital de Évora, quer na medicina, quer nas outras especialidades, nomeadamente cirúrgicas.

O Orador: - Não lhe posso responder concretamente, Sr. Deputado.

O Sr. Malato Correia (PSD): - Posso responder-lhe eu, apesar de julgar que não conheço bem o Hospital. Não há lista de espera.

O Sr. Ângelo Correia (PSD): - Aí é que está!

O Orador: - Como dizia, não posso responder concretamente a essa pergunta, mas é natural que não haja lista de espera, como o Sr. Deputado refere, pois os doentes para certas especialidades nem sequer vão já ao Hospital Distrital de Évora, sendo imediatamente encaminhados para os hospitais centrais. Como o Sr. Deputado sabe, em saúde a oferta determina a procura.
Ora, se o Sr. Deputado estabelecer - tenho aqui elementos para o Sr. Deputado consultar quando quiser, aliás, tenho um dossier sobre o Hospital Distrital de Évora - uma correlação entre a taxa de ocupação global do Hospital e a percentagem de preenchimento do quadro médico, constata uma relação directa positiva, isto é, à medida que uma variável aumenta, a outra também aumenta. Isto significa que existe uma relação directa positiva entre a oferta de médicos e a evolução da procura. Aliás, de 1983 para 1986 passa-se de uma taxa de ocupação de 50,9% para 64%, como resultado do aumento do número de médicos do Hospital.
Se o Sr. Deputado quiser, ainda lhe posso referir algumas das especialidades que neste momento não existem no Hospital e que seria extremamente importante que existissem. Refiro-lhe, concretamente, que não existe qualquer médico de neurologia, neurocirurgia, otorrinolaringologia e estomatologia.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a uma vai ser encerrada, pelo que, se algum Sr. Deputado ainda não votou, agradecia o favor de o fazer de imediato. Peço, depois, aos Srs. Escrutinadores o favor de apurarem a contagem.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Araújo.

O Sr. Alberto Araújo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O vale do Douro viveu nos dias 24 e 25 do corrente mês dias históricos para o seu futuro com a viagem em que participaram membros do Governo, autarcas, governadores civis e responsáveis dos vários níveis e sectores que têm a ver com o vale do Douro.
Em Maio do corrente ano fiz nesta Tribuna uma chamada de atenção desta Assembleia e do Governo para a necessidade de construção de uma estrada marginal do rio Douro.
Se os sonhos nos permitem ampla liberdade de expansão, a realidade amarra-nos ao possível de cada hora.
Se bem que o rio Douro justifique e mereça uma estrada marginal, com características de via rápida pelo menos do Porto até Barca de Alva, quisemos limitar a nossa pretensão à estrada Porto-Régua.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta hora de arrancada para a Europa, dá-se preferência, e muito bem, aos projectos que servem regiões.
Uma via rápida Porto-Régua, que fosse verdadeiramente marginal, não há dúvida que seria o motor de desenvolvimento de uma vasta região.
Comecemos pela Região Demarcada do Douro, onde se produz o já histórico e mundialmente conhecido vinho do Porto.
A Região Demarcada do Douro, com a sua sede na cidade da Régua, estende-se por uma área de 250 000 ha. Abrange 22 concelhos e 150 freguesias.
Na sua quase totalidade, o vinho do Porto tem de passar pelas cidades do Porto e Gaia e são milhões de litros que têm de fazer o percurso Régua-Porto.
Quem pode calcular o valor económico e social de uma ligação europeia Régua-Porto?
O vinho do Porto é uma das maiores riquezas nacionais, e muito custa verificar que não tem a servi-lo pelo menos uma boa estrada.