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Não podemos aceitar que isso seja feito, a fim de podermos actuar na área da coesão económica e social contrabalançando dificuldades que surjam na aplicação das medidas referentes ao, mercado interno.

Quanto ao mercado interno, o Sr. Secretário de Estado irá, como disse, fazer um sumário da situação, para os Srs. Deputados saberem qual a posição actual.
Devo também referir ao Sr. Deputado Jorge Sampaio que a Comissão Interministerial para a Integração Europeia tem funcionado bastante bem. É aí que se discutem e que se dirimem, a nível interministerial, os problemas, a fim de que a nossa posição em Bruxelas tenha em consideração todos os aspectos da política portuguesa.
No que respeita do PEDIP, também será feita, mais
tarde, uma pequena observação.
Quanto ao problema da pesca do atum, o Sr. Deputado António Feu sabe muito melhor do que eu que, o negócio do atum não tem sido bom. Esta é uma realidade.

Risos do PCP.

O Sr. João Corregedor da Fonseca(MDP/CDE): - O Feu vai à falência!

O Orador: - E não é bom pela simples razão de que há muito atum e, portanto, os preços baixam.
Assim, os empresários portugueses têm de decidir se querem estar nesse negócio ou noutro, sabendo qual é a situação actual dessa actividade. Portanto, melhor do que ninguém, os Srs. Empresários decidirão se querem continuar a pescar atum, pois, provavelmente, a venda do atum irá ser feita a preços muito baixos.
Naturalmente que essa é uma decisão que o Governo tem que considerar, mas vão ser os Srs. Deputados ... ou os Srs. Deputados quereriam que o Governo fosse dizer aos armadores de uma determinada localidade: não pesquem atum ou pesquem sardinha? Parece-me que serão eles, que conhecem o negócio, a tomar a decisão, tendo em atenção que hoje, como sabe muito melhor do que eu, o negócio da captura do atum não é muito compensatório.
Portanto, os empresários - e a sua inteligência tem-se orientado sobretudo nesse sentido - têm de escolher os bons negócios não se metendo em maus negócios.
Quanto ao problema das conservas de peixe, das sardinhas de Marrocos, tenho de concordar com o Sr. Deputado, pois essa foi, na realidade, uma área em que não foi possível conseguir aquilo que queríamos.
Porém, penso que se tem de olhar para estes problemas de uma forma global.
Com efeito, não concordámos com essa solução, mas o resultado global foi positivo. Isto sem prejuízo de continuarmos a tentar encontrar para esse problema das, exportações de conservas de peixe - sobretudo as de sardinha - uma solução mais satisfatória.
No entanto, lembro - o Sr. Deputado António Feu sabe isto muito bem - que Marrocos é um país importante, que tem relações muito antigas com a Comunidade. Além disso, como todos bem sabem, a Comunidade não é só feita de interesses económicos - há, por exemplo, interesses políticos - e os países da orla do Mediterrâneo são muito importantes; a estabilidade política daquela zona é indispensável para a estabilidade política da Europa. Portanto, há que considerar também esses aspectos, razão pela qual a Comunidade tem, por vezes, que fazer concessões a esses países, e fá-lo sobretudo no seu interesse global.
Por aqui me ficava agora. Outros membros do Governo - responderão e tratarão de outras matérias que, eventualmente, não tenham sido por mim abordadas.

O Sr. Lopes Cardoso (PS): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Lopes Cardoso (PS): - Sr. Presidente, a minha interpelação vai no sentido de solicitar da Mesa a permissão para o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, se quisesse - e estou certo de que quer -, responder à pergunta que lhe coloquei e a que não respondeu, por certo, por falha minha, isto é, por ter eventualmente formulado mal a pergunta.
O Sr. Ministro disse-nos que tínhamos até ao fim do ano para realizar as eleições e em princípio temos, todos nós o sabemos. No entanto, julguei que tinha perguntado uma outra coisa. Com efeito, o que gostava de saber era se Governo entende ou não que essas eleições têm de ser feitas até ao final do ano.
Era esta a pergunta que gostaria de ter formulado e que certamente não formulei com a clareza necessária para que o Sr. Ministro me pudesse responder de forma igualmente clara, precisa e concisa.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros: - Sr. Deputado, essa é uma matéria que não se encontra enquadrada no debate que estamos a ter.
Respondi de maneira sintética e resumida ao Sr. Deputado e agora não estou em condições de lhe poder adiantar mais nada sobre tal assunto.

O Sr. Lopes Cardoso (PS): - Estamos esclarecidos, Sr. Ministro!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Campos.

O Sr. Paulo Campos (PRD): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A integração de Portugal nas Comunidades Europeias é um daqueles raros momentos em que um povo pode ser protagonista da sua própria História e deve assumir por inteiro a condução do seu destino colectivo.
A evolução quotidiana no nosso país é profundamente condicionada pelo processo de adesão, e em tais termos e com tal clareza que ninguém pode ignorar que estamos hoje, em Portugal, a determinar o futuro de todo um povo.
Uma forte consciência de uma responsabilidade muito exigente deveria ser sentida por todos quantos vão participando no Poder, condicionando, por qualquer forma, as decisões necessárias e constantes no processo de adesão.
Redundantemente, deverá ter-se sempre presente a noção de que não é a importância de cada decisão que se deve considerar, mas sim a medida exacta das suas consequências.