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I SÉRIE - NÚMERO 54

A JSD só aumenta ainda mais o seu espaço de manobra por apoiar o Governo de uma maneira construtiva, como ainda há pouco o meu companheiro Carlos Coelho aqui fez, apoiando as medidas positivas deste Governo e criticando junto dos órgãos de poder onde a JSD está presente, como é o caso desta Assembleia, quando tal se torne necessário.
O Sr. Deputado, tal como todos os outros Srs. Deputados que pertencem à Comissão Parlamentar de Juventude, sabe bem qual é a postura dos deputados da JSD nessas matérias, postura essa que, em primeiro lugar, tem em vista defender os interesses da juventude portuguesa, e não, como o Sr. Deputado quis defender aqui, uma posição seguidista em relação, ao Governo.
Aliás, é sintomática a maneira como o Sr. Deputado se referiu aqui, dizendo sempre, «nós, do Partido Socialista», sem se referir ao facto de pertencer à Juventude Socialista, que aqui representa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, se de hoje para amanhã estivesse na base de apoio de um Governo, era capaz de fazer (como a JSD tem feito até agora) a intervenção crítica, construtiva, ao Governo? Ou será que, tal como no passado, se calaria, e só elogiaria o Governo do Partido Socialista, sem tomar uma posição como a que sempre tomámos sobre esta matéria?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, igualmente para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Mário Maciel.

O Sr. Mário Maciel (PSD): - Sr. Deputado José Apolinário, gostaria de perguntar-lhe, em primeiro lugar, se reconhece ou não que, em relação aos outros governos, o actual governo marcou uma atitude de maior preocupação perante a juventude portuguesa e que tem actuado na prática em defesa dessa juventude.
Lembro-me de que o discurso das organizações defensoras dos interesses da juventude antes do actual governo era no sentido de reivindicar que se fizesse algo em defesa dos jovens. Hoje esse discurso já é completamente diferente: critica-se aquilo que está a ser feito em prol da juventude.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É uma atitude muito diferente, Sr. Deputado!
Reconhece ou não que, relativamente aos governos anteriores, este governo está, efectivamente, a fazer algo pela juventude?
A Juventude Socialista vem aqui arvorar-se em única e legítima defensora da juventude portuguesa, como se fosse a maior organização de juventude, não querendo reconhecer a sua pequenez em relação à JSD. Gostaria de perguntar o que é que a Juventude Socialista fez junto dos governos, que até eram da sua cor política, para, por exemplo, implementar uma estrutura, que está a ser eficaz, como a Secretaria de Estado da Juventude. Conseguiu implementá-la? Não! Mas a JSD fê-lo e com grandes benefícios para a juventude portuguesa.
Finalmente, pergunto qual é a base social de apoio que lhe confere legitimidade para falar com a largueza e o à-vontade com que aqui falou. A Juventude Socialista não está praticamente em nenhuma escola secundária portuguesa, a Juventude Social-Democrata detém a maioria das escolas, e, portanto, pergunto-lhe qual é a legitimidade que lhe dá essa largueza e esse à-vontade de explanação neste hemiciclo.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Apolinário, a quem informo que, apesar de o seu grupo parlamentar apenas dispor de um minuto, a Mesa lhe concede mais um para, telegraficamente, poder responder.

O Sr. José Apolinário (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Responderei primeiro a uma questão pontual, que é a de representatividade de que falou o Sr. Deputado Mário Maciel.
Creio que há aqui um equívoco: é que nós não fazemos a contabilidade das muitas ou poucas bandeirinhas no quadro dos mapas das sedes dos partidos para saber se temos muitas ou poucas associações de estudantes. A questão está naquilo que são as aspirações, os anseios e as preocupações dos jovens portugueses.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Nessa matéria não tenho nenhuma dúvida de que aquilo que defendemos são os sentimentos e as posições da maioria dos jovens portugueses...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ..., enquanto o que os Srs. Deputados defendem é o sentimento da minoria dos jovens portugueses. Isto porque é uma minoria instalada na vida que negoceia com o poder para ver se consegue ou não uma Secretaria de Estado da Juventude, mas que não é capaz de resolver os problemas da juventude portuguesa.

O Sr. Mário Maciel (PSD): - Permite-me que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Desculpe, mas não posso porque tenho tempo limitado.
Por outro lado, quero dizer-lhe que também saudamos, nos congratulamos, por se ter criado uma estrutura própria como a Secretaria de Estado da Juventude. O que criticamos é que essa Secretaria de Estado passe a ser apenas o cartão de identificação panfletário - é assim que é designado - de tudo o que signifique a divulgação de informação para a política de juventude. A Secretaria de Estado da Juventude é, assim, como que a empresa que faz o patrocínio em termos de marketing da propaganda do Governo para a juventude.
Relativamente à questão das medidas, penso que é natural e salutar que se tenham tomado algumas medidas positivas para a juventude. Não o contestamos, pois estamos numa posição de crítica construtiva. É, portanto, natural que isso surja porque hoje os meios são diferentes e porque também é diferente a situação conjuntural e financeira do País, como, de resto, todas as pessoas que percebem disto reconhecem. Srs. Deputados, só não vê quem não quer!...
Falou-se também aqui da questão do apoio ou não da JSD.
Bom, a JSD, devido a ter aqui uma série de deputados, criou durante alguns anos nesta Assembleia a ilusão da crítica construtiva e de que tinha um posi-