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4566 I SÉRIE - NÚMERO 92

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): Vamos à desgraça!

O Orador: - Remeto essa pergunta para o Sr. Ministro do Emprego, mas também lhe devo dizer que, em parte, há um fantasma à volta desse assunto. O que gostaria era de ver o Parlamento, por exemplo - porque não, não sei é se faz parte do vosso Regimento, desculpe a minha ignorância na matéria -, se alguns deputados tanto falam disso, constituir uma comissão especial para averiguar de facto...

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Sr. Ministro, para que é que serve a Inspecção-Geral de Trabalho?

O Orador: - ... pede elementos à Inspecção-Geral de Trabalho. Mas desculpe se a minha ignorância nesta matéria regimental foi longe de mais. Fica, de qualquer modo, a ideia como boa intenção.
Porque isso de se andar a falar de algo que nunca se apura definitivamente - é o Sr. Deputado verde, são os Srs. Deputados comunistas são os senhores sindicalistas - leva-nos a pedir-vos: dêem elementos concretos! Nunca dão!

Aplausos do PSD. Protestos do PCP.

O Orador: - Quanto às suas perguntas sobre a educação, remeto para o Sr. Ministro da Educação, que certamente falará à tarde.

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Porquê o Sr. Ministro da Educação?
O Orador: - Porque não Sr. Deputado, porque não?
Quanto às estatística de que falou, terei muito gosto de lhe mandar uma maré cheia de estatísticas, se o Sr. Deputado tiver a bondade de me dizer para onde. Falou nas estatísticas do emprego, estatísticas do desemprego, estatísticas de isto, daquilo e daqueloutro...

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - E se puder, Sr. Ministro com as idades referidas em primeiro lugar!

O Orador: - Terei muito gosto em mandar em rodapé, as idades.

Risos.

A Sr.ª Deputada Elisa Damião referiu que a função pública está contra o Governo. A. Sr.ª Deputada confunde a função pública com o PS. O que lhe posso dizer é que nos anos de 1983-1985 de responsabilidade predominante do seu PS, os salários reais da função pública caíram 16%.

Vozes do PS: - O quê!?

O Orador: - Nos três anos juntos, em termos reais. Uma brutalidade, Sr.ª Deputada, 167o! Nos três anos da nossa responsabilidade 1986-1988 subiram, em termos reais 7%.

Vozes do PCP: - Eia! Só falta provar isso!

O Orador: - Além disso, introduzimos reformas e mudanças da maior importância. Uma delas é, de facto, a reforma fiscal, pois acabámos com a segregação tributária dos funcionários públicos.
O Sr. Deputado Carlos Brito disse que eu tinha vindo para aqui empurrado. V. Ex.ª desculpe, mas aqui no Governo ninguém empurra ninguém, aí talvez!

Risos do PSD.

O Sr. Carneiro dos Santos (PS): - Vai levar um grande empurrão, vai!
O Orador: - No País, que eu saiba a nossa «Perestroika» já foi feita em 1975. Disse que o meu discurso foi pobre, por ser concreto, e que foi falta de respeito à Assembleia da República - já respondi a isso. Mas falou de algo que não posso deixar passar em branco: que os indicadores que trouxemos são manipulados.
Sr. Deputado, quem andou a manipular coisas, ideias, sentimentos, aspirações, objectos, e até projectos para o País globalmente, foi o seu partido aqui há uns anos atrás, e ainda ficou, pelos vistos, com gosto no dedo! Mas isso passa!

Risos e aplausos do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Mas não nega que os indicadores são manipulados!...
O Orador: - Sobre a greve das alfândegas, o Sr. Deputado Carlos Brito pergunta o que penso...

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sobre a inflação, também!

O Sr. Carneiro dos Santos (PS): - Da inflação não fala!

O Orador: - Sobre a greve das alfândegas, pergunta o que penso. Penso, mas não lhe digo, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD.

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado João Cravinho, pede a palavra para que efeito?

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Para dizer disparates!

O Sr. João Cravinho (PS): - Para defesa da honra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. João Cravinho (PS): - O Sr. Ministro das Finanças veio a esta interpelação em substituição do Sr. Primeiro-Ministro e o que nos veio dar foi um clássico muito conhecido «How to lie mth statistics». Quando esperávamos que nos viesse falar das alfândegas, do funcionalismo público, dos professores, do buraco do défice externo, do inquérito ao INE (para se saber se já estão presos ou processados os fautores da crise), das confusões da política monetária (vide editorial de hoje do «Semanário Económico»), do crédito ao investimento, enfim, da razão porque se perde um terço das verbas do Fundo Social Europeu - que o