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3306 I SÉRIE - NÚMERO 96

O que constatei foi que, em todos os jornais, é publicado um comunicado do Partido do Centro Democrático Social. É uma nova metodologia de se fazer política, o que talvez queira dizer que, de facto, o CDS está em transformação.
Penso que o CDS vai um pouco mais longe com esta atitude. Talvez queira abandonar a política para se transformar numa brilhante agência de publicidade.
Penso também que, a este ritmo, é capaz de estar mesmo por perto a publicitação dos votos de boas-festas do Prof. Freitas do Amaral, com fotografia de corpo inteiro, naturalmente, e o «anúncio» de um projecto legislativo do CDS atribuindo a cada português uma prenda de Natal, não sem que antes, obviamente, o CDS procure encontrar um patrocinadora altura para a sua campanha.
E a pergunta que desejo deixar é se, em próximos episódios, o CDS se lançará no campo da habitação em Portugal com o slogan: «Ajude-nos a resolver os nossos problemas financeiros, alugue um espaço no Largo do Caldas.»

O Sr. Basílio Horta (CDS):- Que vergonha!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Nogueira de Brito, há ainda dois pedidos de esclarecimento a fazer...

O Sr. Basílio Horta (CDS):- Sr. Presidente, peço, a palavra para exercer o direito de defesa da honra e consideraçâo da minha bancada.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa continua a solicitar a redução da utilização das figuras regimentais da defesa da honra e de interpelação, para nos mantermos dentro dos limites do debate. Com este apelo, tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, penso que este direito tem sido, uma ou outra vez, exercido com menos propriedade por alguns deputados ou por algumas bancadas. Porém, penso que não é o caso neste momento!

O Sr. Caio Roque (PS): -Muito bem!

O Orador:- Creio que a intervenção do Sr. Deputado do, PSD é uma intervenção de tal maneira ofensiva e de tal maneira grave que o pedido de defesa da consideraçâo ainda é pouco para lhe responder!
Com efeito, o Sr. Deputado veio aqui, no decurso do debate de uma matéria séria, que interessa a centenas de milhares de portugueses, «bolsar» algumas calúnias, com ar brincalhão, em relação ao CDS, por força de o CDS ter tido necessidade de recorrer à imprensa para dar a conhecer iniciativas que uma comunicação social isenta e livre, nomeadamente a televisão, deveria ser suficiente para garantir. Como os senhores manipulam os órgãos de comunicação social, como os senhores continuam a pôr os órgãos da comunicação social estatizados ao vosso serviço, nós, quando temos de esclarecer o País sobre as nossas iniciativas, já temos - e reporto-me à palavra do deputado Silva Marques -, como no tempo do «gonçalvismo», de recorrer a anúncios de página inteira.
No entanto, Sr. Presidente uma outra referência foi feita, em ar de graça, relativamente ao direito à - habitação, penso eu. Quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que nós preferimos ter a situação que- temos no Largo do Caldas do que viver no luxo em que os senhores vivem, do que viver na abastança em que os senhores vivem, porque a nossa modéstia é séria e a vossa abastança é mais do que duvidosa.

Vozes do PS:- Muito bem!

O Orador: - Esse é o problema! A vossa abastança é mais do que duvidosa e talvez esta Assembleia seja o palco necessário para se esclarecer quem é que abusa do Estado, quem é que abusa da Administração.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep.): - Muito bem!

O Orador: - Apesar disso, ainda tem a coragem de vir aqui referir e ofender quem vive em dificuldades e, honestamente, quer resolver os seus compromissos!
Os senhores não têm o direito de fazer afirmações dessas!
Quanto ao resto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que é, afinal, o que nos trouxe aqui, ou seja, a lei das indemnizações, aguardamos, ansiosos, a palavra do Sr. Ministro das Finanças sobre esta matéria Dele é que queremos ouvir a palavra necessária e imprescindível. Aguardamos, ansiosamente, a sua palavra. O Sr. Ministro fará como entender...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então nós queremos ouvir o Sr. Professor Freitas do Amaral.

O Orador:- Ele não está aqui sentado!
Enfim, o Sr. Deputado Silva Marques, tem esta missão!

O Sr. Silva Marques (PSD):- O senhor quer ouvir o Sr. Ministro e eu quero ouvir o Prof. Adriano Moreira! Vá chamá-lo.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Repito que, em relação à matéria de fundo, o CDS aguarda, ansiosamente, a palavra responsável e respeitada o Sr. Ministro das Finanças. A sua palavra respeitada nós ouvimo-la, entendemo-la e até somos capazes de acatá-la.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então, depois de ouvir o Sr. Ministro das Finanças, vote a nosso favor.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, darei, já de seguida, a palavra ao Sr. Deputado Luís Geraldes, para, de acordo com o Regimento, dar explicações. Em todo o caso, antes disso, dadas as relações de convivência, de amizade e de algum passado político comum, que não foi tão pequeno como isso, queria afirmar ao Sr. Deputado Basílio Horta que, sistematicamente, em todas as circunstâncias e relativamente a todo e qualquer deputado que pede a utilização da figura da defesa da honra, tenho feito aquilo que já autoclassifiquei de «lenga-lenga»...
Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Geraldes.

O Sr. Luís Geraldes (PSD):- Sr. Deputado Basílio Horta, fiquei perplexo com a sua fúria, a qual me leva a concluir que, de facto, haverá algo escondido. Aliás, devo dizer-lhe que não ofende quem quer, mas apenas quem pode-foi o que V. Ex.ª fez.