O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

604 I SÉRIE -NÚMERO 18

E só agora o presidente do grupo parlamentar conseguiu ser.
Contudo, se VV. Ex.as precisaram de cinco interventores, então, é porque, na verdade, há alguma ambiguidade!
O Sr. Deputado Luís Geraldes diz que falei com ar de graça sobre assuntos sérios. Às vezes, a ironia é a melhor forma de tratar assuntos sérios. Sempre foi assim e sempre assim será! A prova é que às vezes as ironias doem mais do que os amavios.
Quanto ao meu caro amigo e Sr. Deputado Correia Afonso, que utiliza a expressão «o patriarca António»...

Vozes do PSD:-E os votos dos emigrantes?

O Orador: - O voto dos emigrantes? Más nós já tratámos disso sete vezes aqui. Vamos ter de repetir qual é a nossa posição a esse respeito? Não julguem que por estarmos em campanha eleitoral para a presidência, vamos mudar de posição. A nossa posição é a mesma, sempre foi e sempre será! Não vale a pena..

Vozes do PS:-Muito bem!

O Orador: - «O patriarca António...», disse o meu amigo Correia Afonso, ao salientar que não podemos contar as vitórias antes de serem contados os votos. Diga isso ao seu colega Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, que está sempre a falar em maiorias absolutas, e ao seu Primeiro-Ministro, que também fala em maiorias absolutas com absoluta certeza.

O Sr. Duarte Lima (PSD):-Outros já falaram antes!

A Sr.ª Presidente:-Srs. Deputados, a Mesa não pode continuar a usar desta tolerância...

O Orador: - Sr.º Presidente, só um segundo, vou agora passar a responder ao Sr. Deputado Carlos Brito, o último que me pediu esclarecimentos, a quem quero também homenagear e dizer...

O Sr. Correia Afonso (PSD):-Permite-me que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador:-Faça favor.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr. Deputado Almeida Santos, quando lhe chamei patriarca António, escolhi essa expressão porque tem muitos sentidos.

O Orador:-Eu sei!

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Assim, para além de me lembrar da veneração que costumamos dedicar aos patriarcas, também me suscita reminiscências antigas, de há séculos, quando se faziam processos de intenção, que, no fundo, é o que Sr. Deputado está a fazer, um processo de intenção ao PSD para saber o que é se passa na sua profundeza, visto que à superfície foi declarado, várias vezes, o apoio ao candidato Mário Soares e foi também dito, várias vezes, que não há outro candidato.
Logo, estamos perante um processo inquisitorial, que já tem séculos, e o que Sr. Deputado várias vezes tem verberado como sendo inquisição, não é mais do que este tipo de inquisição: o processo de intenção.
Julgo que o Sr. Deputado, e meu amigo, Almeida Santos, que conheço há muitos anos, nem sequer se apercebeu de que está a ultrapassar os limites do que é natural em democracia, pois pretende ir até as profundezas. Era também isto que a Inquisição fazia há já muitos anos atrás.

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado Correia Afonso, queira terminar.
Solicito também ao Sr. Deputado Almeida Santos que dê uma brevíssima resposta ao Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Correia Afonso (PSD):-Termino já, Sr.ª Presidente!
Se eu verberei o Sr. Deputado Almeida Santos, neste momento, também tenho de cumprimentá-lo, porque sou um homem equilibrado e a minha balança tem de ter os dois pesos.

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado Correia Afonso, a Mesa não pode tolerar uma situação destas. Temos de pôr fim não só às respostas do Sr. Deputado Almeida Santos, como também ao próprio período de antes da ordem do dia, pois os tempos estão todos esgotados.
Lamento, Srs. Deputados, mas a Mesa não ser mais tolerante.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr.ª Presidente, permite-me só que termine?

A Sr.ª Presidente: - Seja muito breve, Sr. Deputado.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - É só para dizer ao Sr. Deputado Almeida Santos que julgo que não entendeu bem que está já a ultrapassar os limites da superfície e a entrar na profundeza das intenções. E isto identifica-se com um processo inquisitorial, que tem uma triste tradição na história portuguesa.

O Orador: - Resumindo, quando o meu amigo, Sr. Deputado Correia Afonso, me chamou de patriarca, quis-me chamar inquisidor.

Risos do PS.

Não me sinto na necessidade de me defender dessa acusação. Não tenho problema algum!
Finalmente, ao Sr. Deputado Carlos Brito apenas umas breves palavras.
V. Ex.ª perguntou como é que vamos resolver esta discriminação. Muito facilmente: Carlos Carvalhas desiste e o Partido Comunista apoia o Dr. Mário Soares. Assim já não há problemas, desaparecendo deste modo o problema que colocou.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Mais devagar!

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Diga lá, desiste ou não?

O Orador:-Desiste, tem de desistir!

O Sr. Carlos Brito (PCP): -Tem de arranjar é a maneira de trazer aqui o Dr. Mário Soares!

O Orador:-Disse também que quero avivar a nossa luz no MASP. Não! Até temos luz a mais, luz que chegue!