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726 I SÉRIE - NÚMERO 22

questão da Rádio Altitude quero dizer-lhe que está mal esclarecido, pois, pelos vistos, também não a ouve aquando da sua permanência naquele distrito.
Em primeiro lugar, gostaria de o elucidar e dizer quem quis «fazer o funeral» da Rádio Altitude foram aqueles que sabotaram as suas emissões em onda média! Não foi, e não tenho dúvidas sobre isso, o administrador.
É, aliás, muito curioso - e como ouvi, recentemente, da boca de um ouvinte - que, em 41 anos da sua existência, só agora tenham ocorrido factos desta natureza. £ isto é tanto mais estranho quanto coincidente com a entrada em funcionamento de uma nova rádio onde predominam elementos afectos ao Partido Socialista, alguns deles saídos da Rádio Altitude e mesmo um ex-vereador socialista na Câmara da Guarda que se não coibia de ser o porta-voz autêntico dos interesses do presidente da autarquia e propagandista do PS.
Sr. Deputado, é pena que não se tenha referido à acção que esses mesmos elementos saídos da Rádio Altitude - não por más condições de trabalho, mas confrontados com um trabalho sério, pluralista desenvolveram junto de anunciantes e empresários com vista a denegrir esta rádio. Eles sim, tentaram fazer-lhe o «funeral»!
Felizmente que prevaleceu a seriedade e uma acção corajosa e determinada em salvaguardar uma estação de rádio que é património da região beira e um marco de referência na comunicação social de âmbito regional.
Sr. Deputado, hoje, não vê situações como aquelas que o actual administrador foi encontrar, em que pessoas que se aproveitavam da rádio, quer para tirar grandes lucros à custa da publicidade, oferecendo à estação uns míseros escudos, quer para se promover à custa da estação.
Sr. Deputado, vou dar-lhe um exemplo.

Vozes do PS: - Então e a perguntinha?!

O Orador: Sr. Deputado, logo que o actual administrador entrou em funções, em Abril de 1989, ordenou que se fizesse uma auditoria à contabilidade da Rádio Altitude. Verificou que existiam alguns programas elaborados por produtores independentes, cujas receitas angariadas vertiam integralmente para os seus produtores, com a agravante de ser a Rádio Altitude a proceder à sua cobrança.
A Rádio Altitude apenas recebia 5000$ mensais por programa, o que não dava nem para pagar o serviço de cobrança!
Em 1988, a receita arrecadada pelos seus produtores foi de l 271 880$. Sr. Deputado, era esta a gestão?! Será que V. Ex.ª e o Partido Socialista estavam dispostos a dar cobertura a todas estas situações?!
Sr. Deputado, desculpe, mas vou continuar.

Risos do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queira concluir porque já esgotou o tempo de três minutos.

O Orador: - Peço a benevolência de V. Ex.ª para concluir.
Sr. Deputado, também não falou - talvez por desconhecimento - da tentativa de apropriação do património da Rádio Altitude por pane de elementos afectos ao Partido Socialista, através de uma pseudo-cooperativa denominada LARACOOP. Ainda talvez por desconhecimento, o Sr. Deputado também não falou das comissões administrativas que, em 16 de Novembro de 1977, o PS tentou impor à Rádio Altitude, de forma a maniatar aquela estação emissora.
Fico perplexo quando vejo um elemento do PS tão preocupado com a Rádio Altitude, que hoje é, felizmente, uma voz livre e plural, quando, em 1980, as jornadas parlamentares realizadas na Guarda pelo Partido Socialista, a banalizaram a um emissor pirata.
E em questão de informação livre e isenta que, como disse, os cidadãos merecem, dê-se ao trabalho de perguntar qual é, actualmente, a estação de rádio preferida pelas populações. Será que, por isenção, o Sr. Deputado entende a rádio em causa como terminal das decisões, protestos ou projectos da Camará Municipal da Guarda, fiel e respeitosamente noticiados pelo seu ex-vereador em serviço na Rádio Altitude?!
Afinal a preocupação do Sr. Deputado parece ser a renovação imparcial de hoje e o sentido profissional e ético de quantos trabalham ou colaboram naquela emissora, independentemente das posições partidárias de cada um.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Ainda há mais?!...

O Orador: - Finalmente, pelo retrato que o Sr. Deputado deu da nossa região, parece que o distrito é um autêntico degredo. Não é esse o meu testemunho nem de todos aqueles que se deslocam ao distrito da Guarda. Que o digam, por exemplo, os participantes num recente encontro nacional sobre o tema SOS Cronistas e e os Descobrimentos», realizado na Guarda, que manifestaram a grata surpresa...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, gostamos muito da Beira e estamos muito interessados nos seus problemas, mas já esgotou os cinco minutos, isto é, o máximo de tempo que se costuma conceder. Por isso, peço-lhe que conclua em 30 segundos.

O Orador: - Com certeza, Sr. Presidente.

Dizia eu que os participantes num recente encontro nacional sobre o tema sOs Cronistas e e os Descobrimentos», realizado na Guarda, manifestaram a grata surpresa do que é hoje uma deslocação à Guarda Existem coisas a fazer, é certo! Mas desde reconhecer essa realidade a fazer afirmações como aquela que fez, vai uma grande distância!!!
É curioso que quando V. Ex.ª desempenhava o cargo de adjunto do governador civil da Guarda...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, como era um pedido de esclarecimento, sou obrigado, de facto, a tirar-lhe a palavra, porque já esgotou os cinco minutos. Devia ter-se inscrito para uma intervenção.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Manuel.

O Sr. Alexandre Manuel (PRD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Luís, utilizando a forma regimental de pergunta, gostaria de saudar o essencial da sua intervenção. Aproveito o momento para destacar uma das suas afirmações. Refere-se ela às Jornadas da Beira Interior, que quero aqui saudar, assim como ao seu organizador e antigo deputado nesta casa, António Paulouro.
E lamentável que essas Jornadas estejam condenadas ao desaparecimento, em grande parte pela ignorância a que têm sido votadas pelo poder central tão pouco habituado à descentralização.

Aplausos do PS e do PRD.