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20 DE JUNHO DE 1991 3241

ração o trabalho dos Portugueses, esta paranóia de teimar em dizer que tudo quanto é mau é culpa nossa e que tudo quanto é bom é graça alheia!...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Ora é sabido, Srs. Deputados socialistas, que nas relações internacionais - e para abordar a questão dos fundos comunitários-, normalmente, não há lugar para a magnanimidade, sendo mais acertado dizer, antes de tudo, que os fundos comunitários resultaram do nosso esforço e da nossa habilidade negociai, devendo, de seguida, acrescentar-se que os fundos comunitários são uma parcela minoritária da despesa global com o investimento público,...

O Sr. Francisco Antunes da Silva (PSD): - Muito bem!

O Orador: -... cuja percentagem mais significativa provém do Orçamento do Estado, quer dizer, do bolso e do sacrifício de todos os portugueses.
Desvalorizar esse sacrifício é uma desconsideração - naturalmente, involuntária... - que o PS comete para com os nossos concidadãos, e nós repudiamo-la! O mérito é nosso, não é do Governo nem do PSD, mas dos Portugueses, que acreditaram que Portugal tem futuro e não apenas passado.

Aplausos do PSD.

Quinto, o triste chavão da arrogância e da falta de diálogo.
Hoje, já poucos levam a sério este refrão. Duvido mesmo que, intimamente, o próprio PS o leve a sério, depois da demonstração que aqui foi feita, na passada semana, pelo Primeiro-Ministro e que, de resto, é corroborada por todas as sondagens de opinião, em que a preocupação dos Portugueses com o pluralismo na comunicação social e com as liberdades públicas vem em último lugar em relação a todas as outras preocupações.
Não há arrogância e falta de diálogo quando mais de dois terços das propostas de lei de iniciativa governamental foram aprovadas, na Assembleia, com os votos favoráveis ou a abstenção dos partidos da oposição. Mais: quando um largo número de propostas - meritórias, com certeza! - da própria oposição tiveram aqui o voto favorável do PSD.
Não há arrogância ou falta de diálogo quando se assinam três acordos sociais consecutivos, fazendo concordar confederações patronais e sindicais quanto aos grandes objectivos e metas da política macro-económica e quanto a um vasto conjunto de matérias que a ultrapassam. O mundo, os factos e os acontecimentos de que, a este respeito, aqui falou, esta manhã, o Sr. Deputado António Guterres não fazem parte da realidade portuguesa. São uma ficção construída para dar consistência ao seu discurso.

O Sr. José Silva Marques (PSD): - Muito bem! O Orador: - É tempo de arranjarem outro refrão.

O Sr. José Silva Marques (PSD): - É a fantasiosa galáxia!...

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.ªs e Srs. Deputados: Com a convicção e com a segurança que os factos nos evidenciam, afirmamos, pela nossa parte, que cumprimos, nesta V Legislatura, o essencial do compromisso que prometemos honrar perante os Portugueses.
Em vós, Srs. Deputados socialistas, que sois interpelantes, também muitos portugueses depositaram esperanças e expectativas, havemos de reconhecê-lo! Os que vos deram o seu voto, confiadamente, esperaram que chegásseis ao fim desta legislatura com mais credibilidade para serdes alternativa e exercer responsabilidades na governação.

O Sr. José Silva Marques (PSD): -Não me cheira!...

O Orador: - Também vós, por isso, sois chamados a responder. E, pela mesma razão, neste final de legislatura, me atrevo a interpelar o interpelante.
Por que não sois, hoje, alternativa credível de governo?
Por que não se agitam e não se comovem os Portugueses com as vossas propostas, ao fim de quatro anos de oposição - que considerais um êxito - e de governo de maioria absoluta - que considerais um fracasso completo?
Por que não regurgitam de gente aquelas galerias, no frémito do genuíno apoio popular que, nesta altura, vos devia estar reservado?

O Sr. José Silva Marques (PSD): - Vão todos para a manifestação às 19 horas e 30 minutos!

O Orador: - Por que deixais o vosso líder, à semelhança do El Gordo espanhol - permita-se-me a expressão -, transformar-se na miragem de uma choruda taluda para todos os portugueses, associando, de forma irresponsável, a sua fotografia ao chavão banal e enganador do «mais»: mais casas, mais saúde, mais educação... E menos impostos?...
Por que não explicais o essencial: onde arranjar mais dinheiro - essa coisa mesquinha sem a qual os governantes não conseguem cumprir as suas promessas - para garantir tanta fartura?

Aplausos do PSD.

Finalmente, perguntamos: por que não está aqui, nos últimos dias da Legislatura, o vosso líder?
Por que não estão os outros líderes, os que acusam o nosso de vir poucas vezes à Assembleia da República, mas que é, afinal, ao que parece, o único que cá vem?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - O nosso líder não é deputado! Deixe essa demagogia para o Primeiro-Ministro!...

O Orador: - Porque não quis, porque pensava que devia de ser, em 1987, deputado pelo PSD e não quis empenhar-se com o CDS, mas isso é problema dele e vosso.
O vosso líder deveria estar hoje aqui, perante a representação nacional, anunciando o destino que reservaria aos Portugueses se os governasse a partir de Outubro.
Permiti, Srs. Deputados socialistas, que vos retribuamos a frontalidade democrática com que soubestes opor-vos à maioria, que apoiou o Governo ao longo destes quatro anos, e que vos digamos, olhos nos olhos, que o vosso líder não está aqui porque falhou!
Falhou, lá onde também tem responsabilidades executivas!