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900 I SÉRIE-NÚMERO 24

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Qual era a questão?

O Orador: - Eu referi-me à questão dali, daquele púlpito, os senhores é que estavam distraídos, com certeza, não vos convinha estar atentos. Agora, dizerem-me que, depois daquilo que eu disse, esta sua intervenção é a demonstração do respeito pelas instituições e pela divergência, isso é manifestamente pouco para as nossas exigências neste domínio.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Ah, muito bem!

O Orador: - Desculpe-me o que lhe vou dizer, nós falamos de coisas sérias e o meu amigo vem-nos dizer que estamos aqui a discutir, discutimos ontem, a esse
respeito peço-lhe que seja mais acutilante. Discutimos ontem. Então, se discutimos não há liberdade neste Parlamento, não há democracia nem pluralismo neste País? Eu digo-lhe que continua a não haver, apesar das suas palavras, que só a agravaram pela ausência de outras em defesa do ponto de vista do seu Primeiro-Ministro e do seu partido.
Diz que o debate foi ontem. Não retomei o debate de ontem, cada debate tem o seu momento. Não o retomei; o Sr. Deputado é que tentou, mais uma vez, o eterno retorno do voto dos emigrantes. Não estou aberto para discutir isso outra vez.
Disse que queria ripostar, pois então, estava à espera que o fizesse, mas não ripostou.

O Sr. José Magalhães (PS): - Passou ao lado.
O Orador: - Sinceramente, não o fez. É evidente que quando falei na caixa de ressonância, não falei no Parlamento - estava distraído, Sr. Deputado -, mas, sim, na maioria parlamentar.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ora, é óbvio que a maioria parlamentar é mesmo uma caixa de ressonância da vontade do Governo, em geral, e do Primeiro-Ministro, que resume essa vontade.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não apoiado!

O Orador: - 15so é tão óbvio, parece-nos a nós tão óbvio, no decurso do mandato último e deste, que nem vale a pena fazer a demonstração, a menos que queira que
eu demonstre «o movimento andando», como 0 outro filósofo.
Agora, pareceu-me grave, nessa sua preocupação. Tal vez isso lhe dê cotação dentro do seu partido, e isso não discuto. Ontem foi aplaudido quando falou no Presidente da República e n criticou. Talvez isso até lhe garanta carreira, mas porquê sempre essa preocupação de criticar o Presidente da República, de o tentar diminuir e, até, dizer que o Presidente da República secundariza o Parlamento só porque fez uma afirmação em Sintra, em vez de a fazer aqui? Ele não pode fazer aqui todas as afirmações que tem a fazer, até pela simples razão de que a primeira mensagem que dirigiu a esta Assembleia foi pelos senhores marginalizada e, mais que marginalizada, desprezada.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não apoiado!

O Orador: - Diz depois que o Presidente vos facilita a vicia. Então, por que se queixam?

Risos e aplausos do PS.

Diz ainda que dificulta a vida aos secretários-gerais do PS. Por que é que estes não se queixam?

Risos do PS.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Ai, queixam, queixam!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Vão queixar-se!

Risos do PSD.

O Orador: - Há aí qualquer coisa que não entendo. Um queixoso, quando tinha deixado de ser.
Por outro lado, enquanto eu cito frases de Popper, o Sr. Deputado interpreta o seu pensamento, mas quando o interpreta, fá-lo ao contrário das frases que eu cito. Não nos entendemos assim. Diz que esses pensadores trabalham para o próprio Professor Cavaco Silva. Os dois indivíduos de esquerda que o meu amigo citou - garanto-lhe - estão nos antípodas do Primeiro-Ministro.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Nem tanto!

O Orador: - São verdadeiros democratas, ou sociais-democratas, se o senhor quiser, ou ainda socialistas democratas, como entenda, não têm posições «liberalóides», de amesquinhamento das instituições, não querem calar as vozes, controlar as consciências nem governar sem serem fiscalizados por ninguém, pois isso é a negação dos indivíduos que o senhor citou.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Tirando isso, agradeço-lhe o facto de me ter dirigido as perguntas que me dirigiu.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado André Martins.

O Sr. André Martins (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr. e Srs. Deputados: Dadas as características desta sessão e sendo a última de 1992, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes aproveito para desejar ao Sr. Presidente e à Mesa da Assembleia, às Sr.- e Sn. Deputados, aos trabalhadores desta Casa e aos representantes dos órgãos de comunicação social um bom ano de 1993. E, como estamos em época festiva, que é, normalmente, um período de reflexão, aproveitamos para, em jeito de evocação de uma figura extremamente conhecida, que só não indicamos o nome por não termos pedido autorização ao próprio, enviar ao Sr. Primeiro-Ministro um bilhete-postal, naturalmente, com cópia ao Sr. Ministro do Ambiente, como convém. Pode ser que resulte.
Sr. Presidente, Sr.º e Srs. Deputados: O problema que o Grupo Parlamentar de Os Verdes traz hoje a esta Câmara tem a ver com a nafta, mas não se assustem os adeptos de Maastricht, porque não vamos falar da contraposição norte-americana ao grande mercado único.