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3 DE FEVEREIRO DE 1995

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Todos sabemos como a formação profissional é hoje fundamental para o desenvolvimento do País e, nomeadamente, para as regiões tradicionalmente desfavorecidas do interior. Daí que estes centros sejam um autêntico Motor do desenvolvimento económico e social
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em Seia foi criado, também pelo Instituto de Emprego, mas em articulação.com a Câmara Municipal de Seia e o Núcleo Empresarial da Região da Guarda, um Núcleo de Apoio à Criação de Empresas, que se destina a apoiar o aparecimento de novas empresas que diversifiquem o tecido empresarial local, pois é do conhecimento de todos que, até aqui, a indústria de lanifícios era o grande e único empregador desta região, situação que urge alterar.
Este equipamento de apoio ao aparecimento de inovas empresas iniciará a sua actividade muito em breve,
Continuando a aposta nos recursos humanos, dispõe a região de Seia e Gouveia de várias escolas novas, com todos os requisitos pedagógico-didácticos necessários para que a população escolar daquela zona possa prosseguir estudos, inclusivamente no ensino superior politécnico.
Urge, no entanto, construir a Escola de Loriga, uma nova escola, pois a actual Escola Reis Leitão não oferece ainda, infelizmente, condições aceitáveis dos pontos de vista anteriormente focados.
Em Gouveia existe uma Escola Profissional, a qual permite também a alguns alunos o acesso a opções diversificadas no ensino.
Em Vila Nova de Tázem já começou a funcionar a nova Escola C+S, que representa a concretização de um sonho. Instalada num edifício moderno, totalmente equipado e preparado para oferecer aos seus alunos as melhores condições, esta escola é a materialização de um anseio protagonizado por um grande gouveense e antigo deputado desta Assembleia da República, Professor Pires das Neves, cuja memória deveria ficar, por justiça, perpetuada no nome deste equipamento escolar.
Brevemente iniciar-se-á a construção do pavilhão gimnodesportivo daquela escola, que servirá não só a população escolar mas também a comunidade, o mesmo acontecendo na Escola C+S de Tourais- Paranhos, em Seia.
Também a cidade de Gouveia precisa, com urgência, de ser dotada de novas instalações escolares, que permitam a melhoria das condições de frequência do seu já grande número de alunos, o que acontecerá com a ampliação da escola secundária, cuja obra já foi posta a concurso.
Srs. Deputados, nesta zona existem muitas realizações no âmbito do turismo, nomeadamente ao nível do agro-turismo e do turismo rural, o que possibilita alguma ajuda às pequenas economias domésticas.
Gouveia e Seia estão hoje dotadas também de unidades hoteleiras de categoria confirmada e conhecemos outras tantas em projecto que, prontamente, receberam os poios que o Governo disponibiliza para esta actividade, o que concretiza a abertura de uma frente de desenvolvimento por onde passará, inequivocamente, o futuro destes concelhos.
Temos, entretanto, a convicção de que o termalismo - uma outra grande riqueza desta zona - virá, certamente, dar um impulso significativo à promoção destes concelhos.
Actualmente, está em fase adiantada o projecto de um investidor privado, que visa instalar em Gouveia um complexo industrial e hoteleiro que vai aproveitar as potencialidades termais existentes e garantir novos postos de trabalho.
Sr Presidente, Srs. Deputados: Crescemos o vivemos naquela zona do interior e ali queremos continuar. Defendemos que é necessário continuar o processo de atracção dos naturais - que, ainda hoje, procuram outros pontos do País para trabalhar - e evitar a saída das novas gerações.
Deste modo, é fundamental que o Governo, as autarquias e a sociedade civil unam os seus esforços para melhorar as condições de vida daquela população. As organizações da sociedade civil, a quem cumpre desenvolver a criatividade, a iniciativa e o trabalho voluntário para complementar a acção que o Estado não pode nem deve estender directamente a todos os quadrantes da vida nacional, estão a ganhar um novo alento naqueles concelhos.
As dezenas de iniciativas de associações ligadas à actividade da protecção social têm sido acompanhadas e apoiadas pelos serviços públicos, nomeadamente por aqueles que dependem do Ministério do Emprego e Segurança Social.
Mas dessas expressões da iniciativa da comunidade local saliento, pelo seu historial de mais de 120 anos, a Associação de Beneficência Popular de Gouveia, que se assume como um pólo determinante do desenvolvimento local.
Abrangendo já, neste momento, cerca de trezentos utentes nas áreas da protecção à primeira, à segunda infância e à terceira idade, perfila-se agora como impulsionadora de novas actividades, que vão desde a promoção do emprego , com a recente criação de um Clube de Emprego, à reabilitação profissional de uma população especial, que urge formar e integrar.
Mas a Associação de Beneficência Popular de Gouveia acalenta um projecto acarinhado e desejado pela população, que deriva do mais profundo da sua razão de existira Associação pretende reassumir a gestão do Hospital Nossa Senhora da Piedade, tanto mais que essa unidade hospitalar é sua propriedade e foi por si gerida de 1874 a 1977, ano a partir do qual se verificou a sua estatização.
As vicissitudes desse processo conduziram-no àquilo que é hoje: um simples internamento do Centro de Saúde de Gouveia, sem condições de garantir à população outros apoios que não sejam pouco mais do que os equivalentes ao de um Lar de Acamados
Assim, esta Associação pretende assumir de novo o hospital, conferindo-lhe agora a natureza de hospital de cuidados continuados, facultando de novo à população a possibilidade de acesso a consultas externas de diversas especialidades, evitando, deste modo, as deslocações que os utentes agora são obrigados a fazer e mantendo-os junto do seu agregado familiar, o que, em termos humanos e psicológicos, é extremamente importante.
Foi-nos afirmada a vontade política de apoiar esta iniciativa daquela Associação Esperamos ter razões para ter nela acreditado.
Sr. Presidente, Srs. Deputados- Pelo exposto anteriormente entendo dever reforçar as seguintes ideias.
0 futuro desta região em que acredito e pela qual me bato, passa, essencialmente pelo fortalecimento da capacidade empregadora instalada, por um novo impulso da actividade turística e pela atracção de novas empresas, geradoras de mais postos de trabalho.
As condições de acesso ao ensino, à formação e qualificação profissionais, já aí instaladas pelo Governo, são um contributo decisivo para a valorização dos Recursos Humanos e constituem um apoio estruturante às empresas locais.
Este esforço terá, necessariamente, de ser sempre acompanhado pelo poder local, que terá de criar condições para que os investidores possam interessar-se por esta região de potencialidades e paisagens ímpares, e fazer um esforço simultâneo de promoção e de divulgação.
Estou certo que todos os naturais ou residentes naquela zona darão o seu contributo para que um cada vez maior progresso e desenvolvimento se [ornem realidade.